Articulação com agências internacionais, reconstrução de ambientes protegidos e reabilitação de cadeias agropecuárias serão as áreas de atenção imediata.
San José, 6 de setembro de 2019 (IICA) – Com a dor e o medo ainda presentes depois da devastação provocada pelo furacão Dorian, cujas consequências serão sentidas por anos, a equipe do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) em Bahamas, liderada pela Representante encarregada Shacara Lightbourne, reiniciou suas atividades enfocando, principalmente, na contribuição com a reconstrução da agricultura no país.
De Nassau, onde reside, Shacara Lightbourne se manteve em contato com o ministro da Agricultura e Recursos Marinhos do país, Michael Pintard, cuja casa ficou, literalmente, embaixo d´água em Grand Bahama e teve de ser resgatado. Com o governo novamente em plena atividade, após a catástrofe climática que provocou ao menos 20 mortes, o IICA participará das discussões sobre como recuperar a agricultura daquele país.
Nas ilhas Ábaco e Grand Bahama continuam os esforços de resgates e recuperação depois da histórica e monstruosa tempestade. O país recebeu compromissos de doações e assistência por parte de nações como Barbados, Belize, Canadá, Estados Unidos, Dominica, Jamaica e Reino Unido, assim como de organizacionais de caridade e corporações privadas.
De acordo com uma avaliação preliminar dos especialistas do IICA no local, as terras aptas para cultivos estarão destruídas por algum tempo devido ao ingresso de água salgada e necessitarão ser reabilitadas para recuperar os níveis produtivos.
“Precisaremos avaliar como fazemos agricultura em nosso país. Necessitaremos deixar para trás métodos tradicionais de produzir alimentos e avançar para modelos de inteligência climática em termos de energia, água e recursos. Sendo um pequeno território insular, devemos empregar a tecnologia em todas as formas possíveis”, comentou Lightbourne.
“Necessitaremos a ajuda de cientistas e agrônomos para ver qual é a melhor forma de produzir alimentos. Este é o pior furacão que presenciei na minha vida. Tudo está inundado”, acrescentou.
Ábaco é uma ilha muito relevante para a atividade turística e ali se encontra a maior planta de produção comercial de carne de aves do país. Também se realizam lá atividades de hidroponia e aquicultura. A metade de Ábaco está embaixo d’água. Além da criação de aves, Bahamas produz batata doce e hortaliças em ambientes protegidos, agora destruídos pela severidade de Dorian.
Com uma população em torno de 400.000 pessoas, Bahamas necessitará mais do que nunca de sistemas sustentáveis de agricultura, com um elemento crucial: a água. Bahamas não possui rios em seu território e depende completamente da água da chuva.
Também há água doce abaixo da terra, com Ábaco e Gran Bahama concentrando o recurso hídrico. O país necessitará de técnicas de coleta de água tanto quanto de ajuda na limpeza, doações de roupa e alimentos. Também será necessário o apoio de especialistas para encontrar a melhor maneira de retomar a atividade agropecuária e recuperar a capacidade produtiva dos solos.
De sua sede central na Costa Rica, no entanto, o IICA formou um grupo de crise para dar assistência de forma imediata para a agricultura das Bahamas.
“Entre as prioridades da rápida resposta do IICA está a articulação com outras agências de cooperação, a reconstrução de ambientes protegidos e a reabilitação das cadeias agropecuárias mais relevantes para as Bahamas”, afirmou o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.
Mais informações:
Beverly Best, Diretora de Relações Exteriores e Institucionais do IICA.