Manuel Otero expôs no Congresso da Associação Argentina de Produtores em Semeadura Direta (AAPRESID), onde defendeu o fortalecimento das instituições supranacionais para cooperar contra os efeitos nocivos das mudanças climáticas. Ele também pediu que os países com agricultura desenvolvida aumentem a cooperação com a América Central e o Caribe.
San José, 7 de agosto de 2019 (IICA). O Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, participou, no dia 7 de agosto, do XXVII Congresso da Associação Argentina de Produtores em Semeadura Direta (AAPRESID), um evento anual de conhecimento aplicado ao agro, que é reconhecido como uma rede de atualização e intercâmbio de tecnologias avançadas ligadas à produção sustentável de alimentos, fibras e energias.
No congresso, realizado na cidade argentina de Rosário, Otero apresentou-se no painel “A realidade das demandas globais na Agenda ConCiência para a sustentabilidade” com o Secretário de Governo de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Argentina, Sergio Bergman; o Diretor do Centro de Estudos sobre Políticas e Economia da Alimentação (CEPEA), Britos Sergio; e a Diretora Executiva da Global Farmer Network, Mary Boote. O painel foi moderado pela engenheira agrônoma e presidente honoraria da AAPRESID, María Beatriz “Pilu” Giraudo.
Em sua exposição, o Diretor Geral do IICA defendeu o aumento da institucionalidade supranacional, se referiu à desafiante situação atual do sistema multilateral e à necessidade de enfrentar, de forma colaborativa, os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Pediu, ainda, aos países com setores agropecuários e sistemas produtivos desenvolvidos que cooperem para o crescimento da atividade na América Central e no Caribe.
“Temos o Canadá e os Estados Unidos e o norte do México com agriculturas hiperdesenvolvidas e a agricultura graduada do Mercosul e do Chile. É importante a cooperação para o desenvolvimento com esse gigante adormecido que é Mesoamérica e o Caribe, de modo a colocá-lo de pé e posicionar realmente o nosso continente na verdadeira posição de garantia da segurança alimentar e nutricional e da sustentabilidade ambiental do planeta”, disse Otero, que descreveu o papel do IICA como “a tribuna e o fórum para os temas da agricultura no continente americano”.
Otero também assinou um acordo com o presidente da AAPRESID, Alejandro Petek, no qual o IICA contribuirá como plataforma continental com a expansão e a divulgação do conhecimento e tecnologias aplicadas à atividade agropecuária.
A APRESID é uma organização não governamental (ONG) sem fins lucrativos integrada por uma rede de produtores agropecuários que, a partir do interesse na conservação do solo, adotaram e impulsaram a difusão de um novo paradigma agrícola baseado na semeadura direta.
Esta nova agricultura procura aumentar a produtividade sem os efeitos dos esquemas de lavouras e é considerada uma autêntica resposta ao grande dilema entre produção e sustentabilidade que hoje enfrenta a espécie humana: produzir alimentos, fibras e biocombustíveis mantendo em equilíbrio as variáveis econômicas, éticas, ambientais e energéticas da sociedade.
“O acordo marca o aprofundamento da estratégia do IICA em sua relação com o setor privado e, dada sua presença continental, vamos trabalhar junto com a AAPRESID na divulgação de tecnologias ambientalmente amigáveis”, completou Otero.
Em sua exposição, o Diretor Geral do IICA conclamou a “defender com muita veemência a validade de nossos sistemas de produção” e destacou o papel da agricultura para a mitigação de fenômenos como as migrações rurais.
“O mundo tinha oito milhões de migrantes do clima entre 2000 e 2015. Temos que ser mais eficientes por unidade de produção para enfrentar este tipo de fenômeno, no qual, sem dúvida, a agricultura pode ser e é parte das soluções”, acrescentou Otero, que ressaltou a importância que o IICA dá à promoção da bioeconomia no continente.
“Trata-se de uma nova abordagem da agricultura, que supera a visão linear e previsível da produção de matérias-primas para entrar na conservação da biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos e que nos leva à integração com as cadeias de valor industriais”, concluiu o Diretor Geral do IICA.
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