O Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, expôs na 49ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), instituição que se tornou espaço para a discussão dos temas da segurança alimentar e nutricional no continente.
San José, 29 de junho (IICA) – O número de pessoas subnutridas na América Latina e no Caribe aumentou pelo terceiro ano consecutivo e alcançou a 39,3 milhões em 2018, 6,1 por cento da população da região, principalmente devido à dramática situação na Venezuela.
Além disso, enquanto em alguns países a subnutrição é menor que 5 por cento da população, em outros casos, como na Bolívia, Guatemala e Nicarágua, representa mais que 15 por cento. No entanto, 45 por cento da população do Haiti está exposta à insegurança alimentar, enquanto que na Venezuela padecem desse flagelo 80 por cento da população.
Os dados fazem parte de um detalhado panorama sobre a situação e as perspectivas da segurança alimentar no hemisfério apresentado pelo Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, na 49ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), realizada em Medellín, na Colômbia.
“Trazemos esta mensagem à Assembleia Geral da OEA porque este deveria ser o âmbito em que se discutam periodicamente os temas da segurança alimentar e nutricional da região. É necessário um esforço para que o Sistema Interamericano aborde estes temas e o IICA é a instituição idônea para debatê-los regularmente”, indicou Otero.
“Informação oportuna e com indicadores claros permitiriam realizar recomendações ou gerar uma maior tomada de consciência sobre casos nos quais é necessário adotar medidas corretivas nos países”, acrescentou o Diretor Geral do IICA.
Otero recordou que trabalhar junto com os países membros do Sistema Interamericano para promover a segurança alimentar e nutricional no hemisfério é parte da missão do IICA, e assegurou que América Latina e o Caribe devem assumir tarefas pendentes para garantir a segurança alimentar e nutricional de seus habitantes.
Entre esses deveres, enumerou a necessidade de contar com mercados transparentes e um maior investimento em pesquisa e no desenvolvimento para gerar marcos adequados que permitam aumentar a produção e melhorar os indicadores macroeconômicos e a renda da sociedade como um todo.
A região do Corredor Seco da América Central, os países do Caribe Oriental, Haiti e Venezuela concentram na América Latina e no Caribe os principais riscos de insegurança alimentar, apresentando também as maiores limitações na região para aumentar sua produtividade agrícola.
O caso mais dramático é o da Venezuela, onde o consumo de calorias por pessoa por dia caiu de 1.416 em 2018 frente a 2.866 em 2011, muito abaixo do recomendado de 2.300 calorias por pessoa por dia.
Esta situação ocorre dentro de uma conjuntura de carência generalizada de água potável, instabilidade do serviço elétrico e problemas no acesso ao gás doméstico, o que limita a preparação adequada de alimentos.
Otero disse que “a grave situação a qual enfrenta a Venezuela contrasta com seu potencial agrícola e alimentício, dada à disponibilidade de terras cultiváveis para a agricultura, pecuária e silvicultura, de água, biodiversidade e uma rede de importantes organizações de produtores”.
Nesse sentido, destacou a capacidade técnica do IICA para a reconstrução das instituições e o complexo agroindustrial da Venezuela e sua disposição para somar esforços com os países decididos a colaborar com essa tarefa.
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