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Panamá aposta no agro para diminuir a desigualdade

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Representantes dos setores público e privado e de organismos internacionais acertaram as estratégias para dar impulso a um novo ator com grande potencial.

O café é uma das cadeias de valor priorizadas pelo PMARO.

São José, 30 de julho de 2018 (IICA). O canal interoceânico e os desenvolvimentos imobiliários, associados ao setor bancário, ao comércio e a outros serviços, são há anos os grandes impulsores da economia do Panamá.

O desenvolvimento do país, entretanto, não tem sido homogêneo nem alcançou a totalidade do território nacional, razão pela qual os setores público e privado e os organismos internacionais criaram uma estratégia para dar impulso a um novo ator com grande potencial: o agro.

Trata-se de um programa com execução ao longo de sete anos denominado Plano Mestre do Agro da Região Ocidental (PMARO). Seu objetivo é potencializar a capacidade instalada proporcionada pelo canal do Panamá e pelos serviços associados a ele para que cerca de 15 mil produtores agropecuários possam garantir a segurança alimentar do país e inserir seus produtos nos mercados nacional e internacional com maiores vantagens.

O Plano Mestre começará a ser implementado entre agosto e setembro e envolverá, entre seus pilares, os investimentos público e privado estimados em US$ 557 milhões destinados ao aumento da produtividade, à diversificação, aos elos produtivos, à geração de empregos e ao desenvolvimento turístico, além de promover uma drástica redução da desigualdade (ver infográfico abaixo).

“O CAF, junto com o Estado e o setor privado panamenhos, está impulsionando o desenvolvimento territorial integral, financiando investimento públicos na Região Ocidental, como o Plano Mestre do Agro”, afirmou a diretora representante do CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina no Panamá, Susana Pinilla.

“Apoiamos as organizações locais a colocar em valor as oportunidades de investimento, desenvolvimento e inclusão das regiões do Panamá para que acompanhem o crescimento e os grandes projetos da capital panamenha”, acrescentou.

O Canal do Panamá concentra 80% da riqueza do país, uma situação que pode gerar conflitos sociais em longo prazo, alertou recentemente a CAF.

O Plano Mestre servirá para vincular o setor agrícola à plataforma oferecida pelo canal em termos de logística e de turismo, de forma a tornar este país da América Central um nó agroexportador para a região.

Desde seu lançamento, há pouco mais de dois anos, estas iniciativas tiveram como um de seus principais produtos o Plano Mestre do Agro, que deu passos significativos. Dessa forma, também deu-se a criação de três centros regionais de competitividade – plataformas que, no setor privado, atuam na identificação de oportunidades concretas para investimentos e na elaboração de propostas de políticas públicas nas regiões de Azuero, Colón e Ocidente.

O Ocidente cobre as províncias de Chiriqui e de Bocas del Toro e a comarca Ngabe Buglé. Para essa região, foram desenhados programas verticais de longo prazo em cadeias de valor selecionadas, como as de lácteos, carnes, óleo de palma, hortaliças, café, banana e cacau. Outros produtos podem ser acrescentados ao programa, como os tubérculos, as raízes e o arroz.

“Na região de Azuero, que inclui as províncias de Herrera, Los Santos e o sul de Veraguas, será trabalhada a recuperação de produtos, como o leite e as carnes, assim como o cultivo do arroz, do milho, do tomate industrial, da cana de açúcar, do melão, da melancia e do inhame. Nos últimos anos, as áreas de plantio desses produtos foram reduzidas, assim como o rendimento por hectare”, explicou Gerardo Escudero, representante no Panamá do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

“O programa adotado pelo centro de competitividade da região de Azuero se propõe a alcançar a eficiência na produção de leite tipo C, uma atividade da qual dependem mais de 6.000 pequenos pecuaristas”, acrescentou.

“O Panamá reúne as condições para tornar um hub agroalimentar porque é o país mais interconectado do hemisfério. A ideia não é apenas desenvolver facilidades logísticas, mas incorporar o Panamá à cadeia de valor, estabelecer os processos de manufatura, aproveitar a rede de acordos comerciais e as normas de origem, assim como os regimes especiais, como as zonas francas e as SEM, para que suas exportações possam crescer”, disse Felipe Rodríguez, diretor do Centro de Competitividade para a Região Ocidental.

Para a primeira fase de dois anos do Plano Mestre do Agro para a Região Ocidental, foi assinado com a CAF a concessão de crédito de US$ 27,6 milhões para apoiar o Ministério de Desenvolvimento Agropecuário do Panamá a gerar capacidade instalada e a atender cerca de 2.500 produtores. Somente na região Ocidental, espera-se sustentar e melhorar a qualidade de 30 mil empregos e gerar cerca de 10 mil novos postos de trabalho.

Empresários do México, da Nicarágua, da Costa Rica e da Espanha já se aproximaram, vislumbrando oportunidades de negócios entre os países. Entre eles, o fornecimento de tecnologia, sistemas inteligentes de informação de mercados e oportunidades de investimentos e de sistemas avançados de risco.

 

 

Mais informação:

Gerardo Escudero, representante do IICA no Panamá

gerardo.escudero@iica.int

 

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