O Secretário de Alimentos e Bioeconomia da Argentina, Andrés Murchison, e o Diretor-Geral do IICA, Manuel Otero, assinaram uma Carta de Intenções para difundir e promover, desde o país sul-americano, conhecimento e inovações que favoreçam o desenvolvimento baseado na bioeconomia
Buenos Aires, 19 de novembro de 2018 (IICA). O Secretário de Alimentos e Bioeconomia da Secretaria de Agroindústria da Argentina, Andrés Murchison, e o Diretor-Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, assinaram uma Carta de Intenções para promover, desde o país sul-americano, o aproveitamento da bioeconomia em todo o continente americano.
O entendimento, firmado em Buenos Aires, na sede da Secretaria de Agroindústria da Argentina, é o primeiro passo para gerar marcos políticos e normativos de incentivo ao aproveitamento da bioeconomia em nível continental, assim como para impulsionar a cooperação internacional e desenvolver cursos e plataformas para a gestão do conhecimento que favoreçam a agricultura e os territórios rurais.
“Para nós é uma honra assinar este acordo em bioeconomia com o IICA, com o qual podemos compartilhar nossa liderança em bioeconomia em toda a América Latina. Vamos trabalhar em extensão e em difundir os exemplos positivos que temos de desenvolvimento em bioeconomia”, disse Murchison.
“Temos muitos exemplos exitosos de projetos de valor agregado, de utilização de biomassa na Argentina, que podem ser extrapolados para outros países da América Latina e também em biotecnologia. A Argentina tem uma liderança muito importante em biotecnologia em cultivos de OGM que têm aumentado nossa produtividade como setor e reduziram o impacto ambiental de nossa produção e com o desenvolvimento de tecnologia própria. São dois exemplos concretos em bioeconomia, e podemos contribuir muito para o restante da América Latina”, acrescentou o funcionário argentino.
A bioeconomia é considerada a visão mais ampla para promover o desenvolvimento sustentável baseado em padrões de produção e consumo alinhados aos objetivos de conservação de recursos e mitigação e adaptação às mudanças climáticas. A bioeconomia contempla a implementação de estratégias de desenvolvimento baseadas no uso intensivo e eficiente de recursos, tecnologias e processos biológicos, e fornecendo de forma sustentável os bens e serviços que as sociedades demandam.
Em seu novo documento de diretrizes institucionais, conhecido como Plano de Médio Prazo 2018/2022, o IICA incluiu a Bioeconomia e o Desenvolvimento Produtivo como um de seus principais programas de trabalho.
“A assinatura da carta de intenções com a Secretaria de Alimentos e Bioeconomia representa para o IICA a possibilidade de potencializar todas as ações que ralizamos em bioeconomia. A Argentina tem que ser o ponto irradiador de uma série de conhecimentos acumulados sobre o tema em benefício da transformação da agricultura em todo o continente”, disse o Diretor-Geral do IICA.
“Vamos executar ações concretas na área de desenvolvimento de capacidades, gestão do conhecimento, realização de reuniões técnicas, desenvolvimento de planos estratégicos. Esperamos ter muita dinâmica de ações em torno da bioeconomia”, acrescentou Otero.
O dirigente do IICA lembrou que, em 2050, uma população maior, mais rica, mais urbana e mais envelhecida, forçará a quase duplicar a produção agropecuária com menos terra e uso da água, perda de biodiversidade e recursos naturais e impactos das mudanças climáticas, o que requer um modelo agrícola e rural mais inclusivo e sustentável sem sacrificar o crescimento e a eficiência.
“Além da dimensão da sustentabilidade, há uma dimensão produtiva, social e econômica muito importante: se os produtores, especialmente os pequenos e médios produtores da América Latina querem entrar com seus produtos nos mercados desenvolvidos, é muito importante produzir de forma sustentável”, explicou Otero.
A Carta de Intenções irá gerar a implementação de mecanismos de coordenação, interação, cooperação e reciprocidade para o aproveitamento da bioeconomia na América Latina, a partir da Argentina, que conta com uma avançada estrutura político-institucional para desenvolver e disseminar esta visão produtiva.
O Coordenador do Programa Bioeconomia e Desenvolvimento Produtivo do IICA, Hugo Chavarria, explicou que o acordo permitirá que “técnicos, cientistas e pesquisadores da Argentina possam prestar apoio direto na promoção da bioeconomia em outros países da América Latina e do Caribe”.
Para a América Latina e o Caribe, região que abriga oito dos 17 países mega-diversos do planeta, a bioeconomia representa uma nova e poderosa oportunidade. A região tem mais de um quarto das terras cultiváveis e um terço dos recursos de água doce do mundo, sendo, portanto, um dos principais produtores de biomassa sustentável.
A bioeconomia também coloca em um plano diferente a antiga controvérsia agricultura versus indústria nas estratégias de desenvolvimento. Fronteiras setoriais antigas tornam-se difusas e pouco relevantes, e surgem novas cadeias de valor e formas de aproveitar os recursos biológicos.
O mercado mundial de alguns dos principais produtos bioeconômicos duplica ou mesmo triplica o crescimento da maioria das matérias-primas agrícolas, com taxas de expansão superiores a 12% ao ano, chegando a 25% ao ano no caso dos biocombustíveis.
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