IICA participa do evento com exposição sobre políticas de fomento à inovação no setor
Brasília, 23 de outubro de 2018 (IICA). Estratégias e programas inovadores para o alcance de uma gestão eficiente dos recursos hídricos, tanto em centros urbanos como na agricultura, estão sendo discutidos por gestores públicos, especialistas de organismos internacionais, agências financiadoras e setor privado durante o “IV Diálogos da Água – América Latina-Espanha 2018”, que acontece em Madri, Espanha.
Promovido pelo Banco do Desenvolvimento da América Latina (CAF) e pelo governo da Espanha, o evento é um espaço de discussão temática que é organizado anualmente com o objetivo de promover o intercâmbio de conhecimento e experiências entre a América Latina e Espanha em torno de assuntos de interesse para o setor água.
Neste ano, a proposta é reforçar a inovação como ferramenta essencial para a gestão eficiente da água e tratar dos novos avanços que estão sendo desenvolvidos neste campo. O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) participa do evento com a presença da coordenadora de Relações Institucionais do escritório do IICA na Espanha, Soraya Villarroya, e do coordenador da área de Recursos Naturais, Gestão Ambiental e Adaptação às Mudanças Climáticas do IICA Brasil, Gertjan Beekman.
Beekman participou dos debates da Sessão 2, intitulada “Inovação e o desafio da produtividade do setor agrícola”. O especialista destaca a aproximação entre CAF e IICA no tema de recursos hídricos, “com a potencialidade de identificação de oportunidades e sinergias na cooperação Sul-Sul”. Da mesma sessão participou a diretora-geral de Desenvolvimento Rural, Inovação e Política Florestal da Espanha, Isabel Díaz.
Em sua apresentação, Beeekman abordou as políticas para o fomento da inovação da água na agricultura da América Latina, destacando ações e projetos de cooperação técnica do IICA no tema. “A região latino-americana tem sofrido grandes perdas na agricultura devido ao impacto das mudanças climáticas, por isso é necessário pensar e implantar políticas eficazes”, afirmou o coordenador.
Segundo ele, nas Américas, atualmente, há apenas 44 milhões de hectares de agricultura irrigada, enquanto mais de 400 milhões de hectares são plantados sem equipamentos de irrigação. “A implantação de múltiplos sistemas de irrigação adaptados a cada especificidade aumentaria a eficiência, uma vez que a agricultura sem irrigação é mais sensível às mudanças climáticas e tem a produtividade reduzida”, aponta.
Ações e perspectivas
Dentro das contribuições do IICA à ações inovadoras para buscar o aprimoramento do uso da água na agricultura, Beekman citou projetos de cooperação técnica como o desenvolvido com o Ministério da Agricultura do Brasil, para dar apoio aos Programas de Agricultura e Pecuária de Baixa Emissão de Carbono.
Também falou dos projetos ligados ao Programa Interáguas, realizado em parceria com o Banco Mundial e o governo brasileiro, para fortalecer a gestão de recursos hídricos no país com estudos nos temas reúso de água, diminuição de perdas de água e aumento da eficiência, regulação do setor, além de capacitações para técnicos que atuam na área.
O especialista do IICA ainda citou um estudo sobre agricultura de precisão realizado pelo Instituto na Argentina, além de experiências em inovações para a gestão da água com o Sistema Intensivo de Cultivo Arrozeiro (SRI) na Colômbia e República Dominicana.
O SRI é um conjunto de práticas agroecológicas desenvolvido para favorecer o potencial genético das plantas e aumentar a produtividade da água e da terra. De acordo com Beekman, nesses países foi registrada uma economia de 96% no uso de sementes e até 45% no uso de água. “Atualmente, o IICA busca consolidar uma rede de SRI nas Américas que possa beneficiar a todos os técnicos e produtores de arroz no hemisfério”, concluiu o experto.
Dentro dessa mesma iniciativa há ações na Bolívia, no Chile, no Peru e Suriname, estas em parceria com a Cornell University dos Estados Unidos.
Este conteúdo se relaciona com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6 – Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos; 10 – Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles; e 13 – Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.