Com a realização da PANAFTOSA-OPAS/OMS, FAO, IICA e MAPA, o evento chamou atenção sobre a importância do uso racional desses medicamentos
Brasília, 21 de novembro de 2019 (IICA). O uso excessivo e persistente de antibióticos na saúde humana e animal incentivou o surgimento e a disseminação da resistência aos antibióticos. Ciente das graves consequências deste fato, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou em 2015 o Plano de Ação Global em Resistência aos Antimicrobianos e, desde então, mundialmente, realiza-se em novembro, a Semana Mundial de Uso Consciente de Antibióticos. Neste ano, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) apoiou e sediou a iniciativa do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária da Organização Pan-Americana da Saúde (PANAFTOSA-OPAS/OMS), com apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Brasil.
Para o representante do IICA no Brasil, Hernan Chiriboga, “chamar produtores, pesquisadores e especialistas para trocar informações e experiências é uma forma de aumentar a conscientização sobre a resistência aos antibióticos”.
“O IICA vem trabalhando com os países na elaboração de seus planos nacionais; na implementação das boas práticas na agropecuária e bem-estar dos animais. Essas medidas em nível de produção primária reduzem,comprovadamente, o uso de medicamentos veterinários”, destacou a especialista em Sanidade Agropecuária e Inocuidade de Alimentos do IICA Brasil, Lucia Maia.
” O macro imita o micro. Todos nós temos os nossos microambientes para influenciar, para conscientizar. O diagnóstico ainda é lento e o mundo inteiro está trabalhando para desenvolver isso”, alertou o microbiologista do Setor de
Bacteriologia Molecular do LACEN – PR e consultor externo do Ministério da Saúde para o programa BR-GLASS, Marcelo Pilonetto.
“Não vão surgir novas drogas que possam atingir a todos os microrganismos. Não podemos depositar nossas esperanças nisso”, alertou Pilonetto, que foi convidado para dar uma palestra sobre assunto.
Em todo o mundo, a resistência aos antibióticos é subnotificada. Em nível mundial, dos 88 países respondentes, 63 mil toneladas foram usadas por ano. “Esses são os dados oficiais, mas se tem uma estimativa, do que não é declarado de uso, de 240 mil toneladas ao ano e estima-se que, em 2030, nós iremos aumentar esta proporção em 67%”, afirmou assistente do Representante para Programa da Representação da FAO, no Brasil; Gustavo Chianca.
O secretário adjunto da Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA, Fernando Mendes, destacou que o tema é uma questão de saúde pública e deve ser combatido envolvendo de forma conjunto entre as instituições públicas, privadas e sociedade em geral. O Ministério conta com um Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos no âmbito da Agropecuária.
Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autarquia vinculada ao Ministério da Saúde, também possui uma série de materiais informativos sobre o tema, como o próprio Plano de Ação da Vigilância Sanitária em Resistência aos Antimicrobianos, entre outros. Com o tema, ”O futuro dos antibióticos depende de todos nós”, o evento teve o objetivo de incentivar as melhores práticas entre o público em geral, os profissionais de saúde e os formuladores de políticas para evitar o surgimento e a propagação da resistência a antibióticos.
Assessoria de Comunicação IICA Brasil
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