Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Agricultura

A Guiana aumentou a produção de arroz e açúcar e aposta agora em maior diversificação – foi o que disse o ministro Zulfikar Mustapha à TV brasileira

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O país sul-americano, considerado a cesta de alimentos do Caribe, prevê para este ano a maior colheita de arroz da sua história e espera aumentar a produção de açúcar, ao mesmo tempo em que trabalha para desenvolver cultivos não tradicionais no seu território.

El ministro de Agricultura guyanés, Zulfikar Mustapha, se refirió de esa manera a las perspectivas agrícolas de su país durante una entrevista que concedió, desde Georgetown, al programa Agro América, que se emite por el canal brasileño de TV Agro Mais.

Brasília, 14 de abril de 2021 (IICA). A Guiana procura aumentar a sua produção agrícola para fortalecer a segurança alimentar, melhorar a rentabilidade dos seus pequenos produtores e abrir novos mercados de exportação para a geração de divisas.

O país sul-americano prevê para este ano a maior colheita de arroz da sua história e espera aumentar a produção de açúcar, ao mesmo tempo em que trabalha para desenvolver cultivos que não são tradicionais no seu território, como a soja e o milho, para se tornar autossuficiente tanto na provisão de proteínas como na geração de alimentos para a indústria avícola.

O Ministro da Agricultura da Guiana, Zulfikar Mustapha, falou das perspectivas agrícolas do seu país em uma entrevista concedida, desde Georgetown, ao programa Agro América, transmitido pelo canal brasileiro de TV Agro Mais.

“Os nossos principais cultivos são o arroz e o açúcar. Exportamos os dois em grande escala para a Europa, a América do Norte, a América Central e inclusive para o Caribe. No ano passado, assistimos a uma revalorização e recapitalização da produção de açúcar, e em breve reabriremos quatro estabelecimentos açucareiros que estavam fechados, para gerar trabalho e aumentar a produção. O nosso objetivo é passar das 88 mil toneladas produzidas em 2020 para 100 mil toneladas neste ano”, detalhou Mustapha.

“Também conseguimos aumentar a nossa produção de arroz e vemos um grande potencial para esse ano. Esperamos ter a melhor safra da história do nosso país e buscamos mais mercados no mundo todo. Temos dois novos compradores, que são a Hungria e a Letônia, e estamos negociando com o Brasil o aumento da nossa oferta para esse país de 10 mil para 34 mil toneladas”, acrescentou.

O Ministro revelou que se planeja a construção de um porto de águas profundas e o desenvolvimento da ligação ferroviária com o Brasil para melhorar as condições comerciais. “Os benefícios”, previu, “serão enormes para ambos os países, especialmente para nós. Queremos que os nossos produtos cheguem por ferrovia até o estado brasileiro de Roraima, e daí até o oceano Pacífico”.

Mustapha também afirmou que a Guiana está trabalhando para desenvolver a criação de gado, que considera fundamental para a segurança alimentar e a geração de divisas: “Estamos construindo matadouros modernos em todo o país, para expandir a nossa indústria de carne bovina e suína. O nosso objetivo é processar porcos no nosso país, em vez de importá-los. O Brasil exporta carne para o Oriente Médio, e nós também queremos entrar nesses mercados. Na produção de carne aviária, somos autossuficientes, mas queremos exportar. Estamos investindo muito, pesquisando e construindo laboratórios. Temos pastos, abundância de terras e podemos dizer que a criação de gado na Guiana está decolando. Em alguns anos seremos uma potência nesta parte do mundo”.

Na entrevista, o Ministro guianense valorizou o papel da cooperação internacional e enfatizou a importância da tarefa do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA): “Tem um papel muito importante para nós, e estamos convencidos de que podemos obter muitos benefícios com a sua colaboração, não só na Guiana mas em todo o Caribe. A Guiana é um dos líderes agrícolas da região. Tem sido chamada de ‘a cesta de alimentos do Caribe’, pelas suas grandes superfícies de terras e pelo seu potencial agrícola”.

O impacto da pandemia e a sua pressão sobre o setor agrícola foi outro dos temas da entrevista. Em todo o mundo, a Covid-19 trouxe para o primeiro plano a importância dos agricultores familiares na garantia da segurança alimentar e da qualidade nutricional. Neste sentido, Mustapha disse que o governo guianense se fixou como prioridade a proteção e o apoio aos pequenos produtores: “Muitas pessoas dependem da agricultura para sobreviver. Estamos trabalhando para facilitar o acesso aos mercados dos pequenos produtores. Temos na Guiana uma grande empresa de produção de sucos e estamos empenhados em que os agricultores familiares consigam preços preferenciais para lhe vender os seus produtos. O setor privado está trabalhando conosco para apoiar os produtores e as cooperativas do nosso país”.

O Ministro também se referiu à importância da inclusão digital e da incorporação da tecnologia. A pasta sob a sua responsabilidade se propôs comprar equipamentos eletrônicos para os pequenos produtores. “Um agricultor de uma zona remota”, disse Mustapha, “poderá assim enviar informações à cidade para que possamos ajudá-lo, estendendo os serviços de Georgetown no interior. Veremos uma revolução tecnológica na agricultura, mas para isso é preciso equipar e capacitar os agricultores. Vamos ajudá-los a adquirir drones para controlar as suas plantações e aplicar os produtos fitossanitários”.

A Guiana é um país muito proativo em matéria de políticas de mitigação e adaptação de mudança do clima. Mustapha disse que o país desenvolveu uma estratégia de redução de carbono, que lhe permite vender bônus a diferentes partes do mundo graças ao oxigênio gerado pelas suas florestas. No entanto, reconheceu também que o país é muito vulnerável ao impacto da mudança do clima.

“A Guiana está abaixo do nível do mar”, explicou, “e temos altos índices pluviométricos, pelo que sofremos reiteradas inundações. Estamos implementando mecanismos de mitigação. É um tema muito grave”, observou.

O Ministro destacou, finalmente, a quantidade de rios da Guiana. De fato, a que dá nome ao país é uma palavra de origem indígena que significa “terra de muitas águas”. “Temos abundância de água doce. Em nenhuma parte do nosso país há escassez de água. Considerando a nossa superfície, dispomos da maior quantidade de água doce per capita do mundo. De toda maneira, estamos analisando diversas partes do país para assegurar que as pessoas tenham acesso a água suficiente para consumo e irrigação. A água está disponível, mas devemos instalar os mecanismos para garantir que chegue às comunidades, e é isso que estamos fazendo”.

Agro América é um programa do canal brasileiro de TV Agro Mais, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, fruto de uma parceria com o IICA.

A emissora apresenta o momento atual do setor agropecuário e do meio rural nos países membros do IICA, com o objetivo de promover intercâmbio de experiências e discussão sobre os desafios e as oportunidades da América Latina e do Caribe na área de desenvolvimento agropecuário e rural.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional
comunicacion.institucional@iica.int

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