A crise sanitária atual trouxe novos obstáculos aos territórios rurais e às suas formas de organização política e econômica, mudanças que requerem a renovação dos sistemas agroalimentares – disse Casio Luiselli, pesquisador universitário e membro do Conselho Assessor do IICA para a Segurança Alimentar das Américas.
Cidade do México, 11 de maio, 2021 (IICA). A pandemia do novo coronavírus afetou as metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, pelo que os sistemas alimentares devem ser repensados e adaptados a essa nova etapa econômica e social mediante políticas públicas adequadas – foi o que afirmou Casio Luiselli, pesquisador renomado da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), que foi professor universitário, assessor presidencial e diplomata deste país.
Ao participar do Seminário Virtual Permanente 2021 da Rede de Sistemas Agroalimentares Localizados do México (Rede SIAL-México) com a palestra “Da conjuntura atual à transformação de longo prazo dos sistemas alimentares”, o perito destacou que estes devem ser mais resilientes e sustentáveis e promover dietas mais saudáveis e nutritivas.
Luiselli, pesquisador do Programa Universitário de Estudos sobre Desenvolvimento da UNAM e membro do Conselho Assessor do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) para a Segurança Alimentar das Américas, ressaltou o papel que as pequenas cidades articuladas com o rural desempenham na mudança do clima e na contenção do surgimento das zoonoses, como é a Covid-19, com impactos importantes nos territórios e nos sistemas alimentares.
“O urbano e o rural estão cada vez mais indiferenciados e entremeados, o que obriga a criação de novas políticas públicas bem pensadas e adaptadas às mudanças que ainda não acabaram de acontecer”, observou.
O pesquisador explicou que os territórios rurais sofrem ainda de outras afrontas, como a erosão contínua da biodiversidade, o empobrecimento dos solos e o estresse hídrico generalizado com o crescimento da população e da urbanização, com o consequente aumento da demanda de alimentos e água.
Por isso, pensa ele, a agricultura é o coração dos sistemas alimentares e precisa ser apoiada com políticas públicas que melhorem a produtividade e abranjam temas transversais para fazer explodir o seu potencial.
A crise da Covid-19 leva obrigatoriamente a reformas institucionais de governança dos sistemas alimentares e ao apoio a produtores públicos e privados, em que é fundamental o fornecimento de bens públicos como sanidade (vegetal e animal) e infraestrutura rural.
O extensionismo sistêmico, acrescentou Luiselli, é fundamental ao longo de toda a cadeia dos sistemas alimentares. Além disso, propôs a aplicação de subsídios diretos financeiros e fiscais a pessoas em vulnerabilidade alimentar, bem como o suprimento de alimentos.
Na abertura do seminário, o Representante do IICA no México, Diego Montenegro, destacou que a difícil conjuntura vivida pelo mundo por causa da Covid-19 leva forçosamente à renovação dos sistemas agroalimentares e à promoção de sistemas agroalimentares localizados (SIAL) mais inclusivos e inteligentes e a novas dinâmicas de desenvolvimento nos territórios rurais.
“A mesa está posta para a definição de um novo mundo mais equitativo e solidário para enfrentar à pandemia e preparar para a pós-pandemia”, observou.
A Rede SIAL México e o IICA colaboram em programas para favorecer o desenvolvimento territorial e a construção de sistemas agroalimentares sustentáveis.
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