O Conselho das Américas e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) convidaram peritos dos setores público e privado para um debate antes da Cúpula de Sistemas Alimentares 2021 convocada pela ONU.
São José, 18 de junho de 2021 (IICA). O futuro dos sistemas agroalimentares no hemisfério ocidental, com enfoque no papel dos agricultores e na recuperação pós-pandemia da Covid-19, foi debatido em um encontro de alto nível organizado pelo Conselho das Américas e pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
O evento teve a participação de influentes peritos dos setores público e privado e se inscreveu no contexto de debate e busca de consensos que diversos atores vêm empreendendo frente à Cúpula de Sistemas Alimentares 2021, convocada pelas Nações Unidas para setembro próximo.
“Mesa-redonda sobre agricultura e sistemas alimentares: Como o comércio internacional pode beneficiar as comunidades rurais e os produtores”, foi o título do encontro, que deu continuidade a outro debate organizado recentemente pelo Conselho das Américas e pelo IICA, no qual se discutiu como melhorar o bem-estar, a produtividade, a rentabilidade e a sustentabilidade dos agricultores.
Quem apresentou o tema na mesa organizada pelo Conselho das Américas e pelo IICA foi Gloria Abraham, ex-Ministra da Agricultura e atual Embaixadora da Costa Rica junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) e Presidente da Comissão de Agricultura da entidade. Essa abertura foi seguida de um rico debate de que participaram altos funcionários governamentais de três países e representantes do setor privado e da produção agropecuária.
Após a introdução da Embaixadora Abraham, falaram no evento o Ministro da Agricultura, Solos e Pesca de Trinidad e Tobago, Clarence Rambharat; o Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Orlando Leite Ribeiro e o Subsecretário de Comércio e Agricultura em exercício do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Jason Hafemeister, os quais trocaram dados, informações e pontos de vista com o Presidente da Federação Pan-Americana de Lacticínios (FEPALE), Eduardo Schwerter Añasco; a Vice-Presidente de Estratégia Global e Assuntos Públicos da Bayer AG, Natasha Santos; e a Diretora de Relações Corporativas da Cargill, Anne Murphy.
A mesa-redonda foi organizada com o objetivo de discutir, entre outras questões, quais modificações no comércio internacional seriam benéficas para os agricultores e as comunidades rurais; que políticas públicas deveriam ser consideradas para se fortalecer os sistemas agroalimentares no nível regional e global; e como os setores público e privado podem trabalhar em conjunto para o melhor aproveitamento do comércio internacional pelos produtores.
A apresentação do debate foi feita por Eric Farnsworth, Vice-Presidente da The Americas Society/Conselho das Américas (AS/COA), e por Manuel Otero, Diretor Geral do IICA.
O moderador foi Steve Pronton, Diretor Sênior do Conselho das Américas.
O IICA vem trabalhando com os seus 34 Estados membros na definição de mensagens convergentes para a Cúpula, que coloquem em primeiro plano a agricultura e os agricultores e mostrem ao mundo as transformações que vêm ocorrendo nas formas de produção do hemisfério em prol da sustentabilidade.
O encontro global discutirá como alcançar transformações que favoreçam a erradicação da fome, a alimentação saudável e a preservação ambiental.
O Instituto integra a Rede de Campeões de Cúpulas – constituída por um conjunto de indivíduos e organizações comprometidas com os seus objetivos – como representante dos setores agrícola e rural da América do Norte, da América Latina e do Caribe.
Ao término do encontro, Manuel Otero observou que “a atual conjuntura exige o fortalecimento das políticas públicas e a tomada de decisões baseada na ciência para incentivar o comércio agropecuário e evitar entraves artificiais em intercâmbios que são fundamentais para a recuperação econômica dos países”.
A América Latina e o Caribe formam a maior região exportadora líquida de alimentos do mundo, com quase 14% do comércio internacional global. Isso indica que o setor agroalimentar está destinado a desempenhar um papel determinante na recuperação econômica e social dos países da região depois da pandemia.
Desde 1960, a população mundial mais que duplicou e a agricultura respondeu com forte aumento na produção alimentar. Hoje as projeções indicam que o planeta chegará a perto de 10 bilhões de habitantes em 2050, sendo necessário que se continue aumentando a produtividade em harmonia com a natureza. Neste cenário, o continente desempenhará papel protagônico como grande produtor agrícola e de serviços ambientais, graças à qualidade e à diversidade dos seus ecossistemas.
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