Além disso, assinaram um compromisso de priorização de ações em bioeconomia e mudança do clima, entre outros temas, após a visita de uma delegação de alto nível da universidade estadunidense à sede central do IICA na Costa Rica.
São José, 8 de abril, 2022 (IICA) – A Universidade Estadual do Novo México (NMSU, sigla do inglês) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) darão impulso à agricultura sustentável nas Américas tendo as tecnologias digitais e a gestão do carbono como ferramentas para o desenvolvimento socioeconômico rural.
Uma delegação de alto nível do centro acadêmico estadunidense, chefiada pelo seu Chanceler, Dan Arvizu, visitou a Sede Central do IICA na Costa Rica e se reuniu com o seu Diretor Geral, Manuel Otero, para explorar áreas comuns de trabalho, coincidindo em ações sobre solos, água, energias renováveis e agricultura digital.
Arvizu e Otero assinaram um compromisso sobre iniciativas pontuais que abrangem, ainda, temas de bioeconomia e mudança do clima.
Esse acordo amplia o já vigente entre a NMSU e o IICA, assinado em fevereiro de 2019, com foco em pesquisa, educação e extensão agrícola, a partir do qual se desenvolveram atividades em agricultura e pecuária digitais, bem como em gestão e sequestro de carbono.
“Existe uma grande oportunidade de se fortalecer essa associação, e trabalhar nos desafios mundiais como a descarbonização, o futuro da água, a energia, a saúde do solo e a segurança alimentar é parte importante dessas parcerias estratégicas que nos aproximam mais da agricultura sustentável e aceleram a aplicação de tecnologias avançadas no setor agrícola”, disse Dan Arvizu.
“É de nosso interesse aproveitar a inteligência artificial, a biologia sintética e a análise do big data. Haverá uma biorrevolução que já está se anunciando, e queremos estar na vanguarda”, observou.
A Universidade Estadual do Novo México e o IICA acordaram também promover a realização de uma cúpula hemisférica sobre desenvolvimento sustentável de ministros da agricultura, do meio ambiente e de energia da região, para analisar a agricultura nas zonas áridas e semiáridas e promover soluções conjuntas para os desafios atuais do setor.
“Também existe a possibilidade de se desenvolver em conjunto um robô com base na tecnologia que eles desenvolveram, bem como de se realizar cursos conjuntos na Internet das Coisas para o setor agrícola, e de que a NMSU se some à iniciativa Solos Vivos das Américas, promovida pelo IICA”, explicou Manuel Otero.
“No cenário atual, os problemas que limitam o desenvolvimento rural e do setor agropecuário se resolvem com enfoques multidisciplinares”, acrescentou o Diretor Geral do IICA.
Além de Arvizu, a delegação universitária veio com Rolando Flores, Decano e Diretor da Faculdade de Ciências da Agricultura, do Consumidor e do Meio Ambiente (ACES); Leslie Cervantes, Chefe de Gabinete do Escritório do Reitor; Sherry Kollmann, Vice-Chanceler Adjunta e Encarregada de Aprendizado Digital; Manoj K Shukla, Professor de Física Ambiental do Solo e Diretor do Programa Global ACES; e Mario Allegri, Cátedra Gerald Thomas da NMSU.
Os representantes da Universidade Estadual do Novo México também visitaram o Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino (CATIE), em Turrialba, Costa Rica.
No seu campus de Las Cruces, segunda maior cidade em importância do estado depois da capital Albuquerque, a Universidade Estadual do Novo México tem mais de 14.000 estudantes provenientes de 49 Estados do país e 89 nações estrangeiras.
Conta com escritórios de extensão cooperativa localizados em cada um dos 33 condados de Novo México e 12 centros de pesquisa e ciência agrícolas.
É um centro acadêmico com alta especialização na gestão de terras áridas e semiáridas, na gestão do carbono e na saúde do solo nesse tipo de ambientes. Concentra-se em atividades de pesquisa, educação e divulgação sobre soluções climáticas naturais para propiciar práticas rentáveis que proporcionem renda adicional aos agricultores e pecuaristas do Novo México. Fundada em 1888, a NMSU oferece 28 programas de doutorado, 58 programas de mestrado e 96 especializações de licenciatura.
Visita e colaborações pontuais
Como parte da visita à sede central do IICA, a Delegação da NMSU conheceu as iniciativas que integram o IICA de portas abertas, como o Centro de Interpretação do Amanhã da Agricultura (CIMAG) e o laboratório de Fabricação Digital Fab Lab, focado na inovação tecnológica agropecuária.
“Estou impressionado pelo que vi nas instalações do IICA, que são excepcionais e revolucionárias. É preciso acelerar o progresso para a implementação de ferramentas de alta tecnologia e de tecnologias digitais de todo tipo para melhorar a forma como produzimos alimentos”, disse o Chanceler da Universidade Estadual do Novo México.
Como parte do acordo entre as duas organizações, será desenvolvida uma plataforma hemisférica de estágios para docentes, funcionários e estudantes.
Em agricultura digital, o compromisso tem como objetivo facilitar o desenvolvimento de capacidades em jovens com vistas a se reduzir o hiato digital e aproveitar as tecnologias digitais para impulsionar a transformação do agro.
Quanto à bioeconomia, o acordo se centrará no desenvolvimento de atividades de conscientização sobre o seu potencial na agricultura e nos territórios rurais, a promoção do bioempreendedorismo, novos negócios relativos a biocombustíveis (etanol e biodiesel), produtos farmacêuticos, plantas medicinais, cultivos autóctones para a regeneração de solos, uso de resíduos e conservantes e apoio a políticas de base bioeconômica.
Também promoverão o uso de energias renováveis nas Américas associadas com a agricultura, principalmente bioenergias, a eólica e a solar.
No tocante à mudança do clima, promoverão nos Estados membros do IICA a saúde do solo e medidas de resiliência por meio de atividades, documentos técnicos e projetos de vanguarda sobre práticas melhoradas de gestão do solo, cultivos, nutrientes e água em diversos sistemas agroalimentares, bem como o impacto das diferentes práticas de gestão dos recursos naturais no sequestro de carbono e nos serviços ecossistêmicos.
Mais informação:
Emmanuel Picado, Gerente de Tecnologias de Informação e Comunicação e Agricultura Digital do IICA.
emmanuel.picado@iica.int