As instituições concordaram que esses continentes podem aprender um com o outro, sim, com acordos que aconteçam em breve, pois é hora de agir.
São José, 27 de julho de 2022 (IICA). A implementação da Iniciativa África-Américas para a transformação dos sistemas agroalimentares deve se embasar em compromissos políticos firmes que aproximem, na prática, as características em comum da agricultura de ambos os continentes, asseguraram os representantes dos organismos internacionais que realizam a primeira cúpula das máximas autoridades agrícolas dessas duas regiões.
A Cúpula Ministerial África-Américas sobre Sistemas Agroalimentares aconteceu em São José, Costa Rica, de 27 a 29 de julho.
Manuel Otero, Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Martin Bwalya, Chefe de Centros de Excelência da Agência de Desenvolvimento da União Africana-Nova Aliança para o Desenvolvimento da África (AUDA-NEPAD), e Jean Jacques Muhinda, Chefe Regional do Oriente da Aliança para uma Revolução Verde na África (AGRA), concordaram que esses continentes podem aprender um com o outro, sim, com acordos que aconteçam em breve, pois é hora de agir.
“Há uma cultura que nos une, e só um pouco mais de 3.000 quilômetros no Oceano Atlântico, entre o Brasil e Senegal. Há muito espaço para a troca de conhecimentos, mas há pouca margem de manobra, pois os desafios são cada vez maiores”, expressou Otero.
“Que a África e as Américas trabalhem juntas para alcançar a transformação dos sistemas agroalimentares já é viável, do ponto de vista técnico, mas para que isso seja real, é uma questão política, de relações institucionais. A iniciativa não é apenas sobre a Cúpula, o ínterim é o que importa. A ideia é reconhecer quem deve fazer o quê”, disse Martin Bwalya, da AUDA-NEPAD.
Dirigindo-se aos ministros, vice-ministros e autoridades agrícolas de cerca de 40 países participantes da reunião, Bwalja disse: “precisamos reconhecer e envolver os ministros nessa transformação e definir qual é a nossa proposta de valor para avançar na transformação dos sistemas agroalimentares na África e nas Américas, com ênfase nos países e no trabalho em equipe”.
Jean Jacques Muhinda, da AGRA, manifestou que a Cúpula África-Américas para a transformação dos sistemas agroalimentares é o início de uma parceria de longo prazo, conforme se fortalece a cooperação Sul-Sul entre ambas as regiões. “É o início de uma viagem com passos concretos, um exemplo é o próximo Foro para a Revolução do África Verde em Ruanda, do qual, com a gestão do IICA, participarão seis ou sete ministros de Agricultura da América Latina”, disse Muhinda.
O Diretor Geral do IICA informou que, por instrução do Comitê Executivo do organismo, recebida em sua última sessão deste mês, a abordagem para promover essa transformação deve partir da ciência, mas com atenção especial aos produtores. “A segurança alimentar está no topo da agenda mundial. Neste momento, a agricultura é vista de maneira diferente pela sociedade, nisso nos ajuda a bioeconomia, como ponte entre a produção e o meio ambiente. A ação climática é fundamental. A partir de agora, o setor agrícola só pode ser visto como sustentável”, comentou Otero.
A Cúpula Ministerial África-Américas sobre Sistemas Agroalimentares contou com o apoio da Bayer, do CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina, do Grupo Banco Mundial, da Microsoft, do Rabobank, da Syngenta e da Secretaria de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
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