Na próxima COP27, Rattan Lal liderará juntamente com o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, o apoio do organismo aos esforços feitos pelos países das Américas para direcionar a voz da agricultura no cenário global das discussões sobre o clima.
São José, 1 de novembro de 2022 (IICA) — A humanidade não pode prescindir da agricultura, uma vez que a atividade é a principal fonte da alimentação, um direito básico de todas as pessoas, dependendo da existência de solos saudáveis para produzir, assegurou Rattan Lal, cientista considerado a maior autoridade global em ciências do solo e Enviado Especial do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) à COP27, a Conferência das Partes da ONU, encontro anual mais importante do mundo sobre a ação climática.
O solo também pode se converter em sumidouro de carbono atmosférico e limitar o aquecimento global, e para isso é necessário transformar a ciência em ação, expressou Lal, Prêmio Mundial da Alimentação de 2020.
“Esperamos que a COP27 nos ajude a alcançar isso”, disse também o Diretor do Centro de Gestão e Sequestro de Carbono (C-MASC) da Universidade do Estado de Ohio e Embaixador da Boa Vontade do IICA.
Na próxima COP27 da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CMNUCC), Rattan Lal liderará juntamente com o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, o apoio do organismo aos esforços feitos pelos países das Américas para direcionar a voz da agricultura no cenário global das discussões sobre o clima.
Para o IICA, a agricultura é parte fundamental das soluções à mudança do clima, com base na gestão dos recursos naturais feita pelos agricultores e agricultoras e as ferramentas oferecidas pela ciência e a inovação para essa atividade.
“Os agricultores de todo o mundo são os maiores administradores da terra. Há mais de 500 milhões de pequenos produtores, sendo, portanto, os principais executores do conceito de como tornar a agricultura uma solução à mudança do clima. Nossas políticas, em todos os âmbitos, de distrito, de condado, estatal, nacional, regional e internacional, devem estar a favor dos agricultores, a favor da agricultura e a favor da natureza”, afirmou Rattan Lal.
O Enviado Especial do IICA à COP27 participou em setembro, na Costa Rica, da reunião em que os ministros de agricultura das Américas chegaram a um consenso sobre mensagens a serem levadas à COP27 com foco na relevância do setor agrícola e na necessidade de sua liderança nos esforços mundiais de adaptação, mitigação e resiliência perante à mudança do clima.
“O conceito que proponho é cultivar carbono. Então, os agricultores, os gestores da terra, os pecuaristas e os que administram as plantações podem cultivar carbono na terra, nas árvores e no solo e ser recompensados. Assim como podem vender leite, aves de granja, carne bovina, milho e soja, também deveriam ser capazes de vender o carbono, para que se transforme em um produto básico”, acrescentou o cientista.
“É possível dar ao produto básico do carbono no solo um preço que seja justo, transparente e voltado ao agricultor? A maior parte do dinheiro atribuído a esse preço deveria ser destinado efetivamente aos agricultores. Isso nos ajudaria a traduzir a ciência em ação e a transformar a agricultura em solução à mudança do clima”, sentenciou.
Na COP27, o IICA e parceiros internacionais instalarão o pavilhão Casa da Agricultura Sustentável das Américas, com o lema “Alimentando o mundo, cuidando do planeta”, no qual serão realizados cerca de 60 eventos de alto nível político e técnico e serão compartilhados exemplos de boas práticas, experiências e lições aprendidas nas Américas para que a agricultura mundial seja mais sustentável.
Em diferentes foros organizados pelo IICA nos últimos meses, Rattan Lal expressou a necessidade de que o trabalho dos agricultores seja respeitado como uma profissão indispensável para a segurança alimentar e nutricional no planeta.
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