O lançamento, na Argentina, realizado diante de um auditório lotado em Buenos Aires e acompanhado por mais de 900 pessoas em uma transmissão por streaming, contou com a participação do Secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca da Nação, Juan José Bahillo; o Secretário de Planejamento de Desenvolvimento e Competitividade Federal do Ministério da Economia, Jorge Neme; o Subsecretário para Assuntos da América Latina e do Caribe da Chancelaria, Gustavo Martínez Pandiani; e o Vice-Presidente do Órgão Nacional de Comunicações (ENACOM), Gustavo López.
Buenos Aires, 20 de abril de 2023 (IICA) — O pleno acesso à internet nas zonas rurais se traduzirá em uma maior produtividade e uma melhor qualidade de vida nas comunidades, disseram especialistas, funcionários e representantes do setor privado, na Argentina, durante a apresentação do relatório sobre conectividade elaborado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
O documento “Conectividade rural na América Latina e no Caribe: Panorama, objetivos e ações para a digitalização na América Latina e no Caribe” foi elaborado pelo organismo especializado em desenvolvimento e bem-estar rural, juntamente com seus parceiros: o Banco Mundial, o CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina, a Bayer, a Microsoft e a Syngenta.
O lançamento, na Argentina, realizado diante de um auditório lotado em Buenos Aires e acompanhado por mais de 900 pessoas em uma transmissão por streaming, contou com a participação do Secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca da Nação, Juan José Bahillo; o Secretário de Planejamento de Desenvolvimento e Competitividade Federal do Ministério da Economia, Jorge Neme; o Subsecretário para Assuntos da América Latina e do Caribe da Chancelaria, Gustavo Martínez Pandiani; e o Vice-Presidente do Órgão Nacional de Comunicações (ENACOM), Gustavo López.
Em representação dos parceiros que realizaram o estudo com o IICA, falaram: Herbert Lewy, representando a Microsoft; Horacio Oyhanarte, da Bayer; Mariale Alvarez, da Syngenta; Patricia Alborta, do CAF; e Irene Wasilevsky, do Banco Mundial.
Também participaram Nacira Belén Muñoz, Vice-Presidente do INTA; Andrés Méndez, da Secretaria de Agricultura; e Juan Andrés Navarro, Gerente Comercial da ARSAT.
Alina Ruiz, agricultora e cozinheira da província de Chaco, no norte da Argentina, contou a sua experiência pessoal sobre a importância da conectividade para os habitantes da ruralidade.
Os detalhes do documento foram contados por seus autores, Sandra Ziegler e Joaquín Arias, contando como moderador o engenheiro agrônomo e jornalista Héctor Huergo.
O trabalho atualiza dados e aporta um mapa do estado recente da conectividade rural na América Latina e no Caribe, sendo a continuação de um primeiro estudo que havia sido publicado no final de 2020.
Como explicaram os autores, o documento revela que há 72 milhões de pessoas nos territórios rurais sem uma conectividade significativa, entendida esta como o acesso à Internet com dispositivos adequados ou com uma qualidade de conexão que se adapte aos requisitos atuais.
Embora no tempo transcorrido entre um estudo e outro tenha havido uma leve melhoria na conectividade nas áreas rurais, a má notícia é que cresceu o hiato entre o âmbito urbano e o rural.
O estudo adverte sobre a necessidade de ter políticas confluentes entre o setor público, o setor privado e a cooperação internacional. Neste sentido é necessário um trabalho concertado para alcançar soluções efetivas. Hoje existem iniciativas relevantes no continente para melhorar a conectividade nas áreas rurais, mas o documento revela que há que se trabalhar em uma escala maior.
O papel das políticas públicas
“Quando comecei a trabalhar no campo, dizia-se que nenhuma produção seria possível sem estradas e eletrificação rural. Hoje sabemos que, sem a Internet, não somente a produção, mas também a vida nas zonas rurais são inviáveis”, disse o Secretário Bahillo, que disse que a primeira pergunta que uma família faz ao chegar para trabalhar em um campo é se há conectividade.
Bahillo advertiu que, nas áreas rurais onde há muito baixa densidade populacional, não é comercialmente atrativo levar a conectividade, de modo que, ali, o papel do Estado é insubstituível.
Martínez Pandiani elogiou o trabalho do IICA na construção de pontes entre o setor público e o setor privado: “O trabalho conjunto do Banco Mundial, o CAF e o IICA com importantes companhias, como a Bayer, a Syngenta e a Microsoft, nos mostram um caminho a seguir”.
“O grande valor desse trabalho — acrescentou — não está apenas em um diagnóstico, mas nas propostas. As recomendações do documento são ferramentas para encontrar soluções”.
Por sua vez, Jorge Neme afirmou que a conectividade é absolutamente crucial para o desenvolvimento da Argentina e da América Latina, e ressaltou a importância do trabalho do IICA.
No país, 40% das zonas rurais não têm conectividade, e 82% delas correspondem à agricultura familiar camponesa e indígena, revelou o funcionário, que considerou que o desenvolvimento da agroindústria, além de infraestrutura básica, como estradas, obras de irrigação e maquinários, precisa de uma sólida infraestrutura digital para ser competitiva.
Chamado à ação
Os parceiros do IICA, que possibilitaram a realização do estudo sobre conectividade rural, também compartilharam suas impressões sobre a importância do quadro de situação traçado e o valor das recomendações contidas no documento.
Herbert Lewy, da Microsoft, afirmou: “O trabalho é fantástico pelo nível de profundidade e de detalhes. Têm um apelo à ação, que é o que estávamos buscando. Estou convencido de que é o uso das tecnologias que nos dará uma oportunidade real de superar as crises que enfrentamos”.
Horacio Oyhanarte, da Bayer Argentina, considerou que “a transformação digital é um habilitador tanto da inovação como da sustentabilidade. E não pode haver transformação digital sem conectividade. Por isso esse trabalho é fundamental”.
Para Mariale Alvarez, Diretora de Assuntos Públicos, Sustentabilidade e Comunicações da Syngenta América Latina Sul, “a virtude desse diagnóstico é nos oferecer um mapa de onde estão as lacunas de conectividade nos países de nossa região, o que pode servir de pontapé inicial para mobilizar a ação de ainda mais atores do âmbito público e privado para que todos tenham acesso à conectividade”.
Patricia Alborta, representante do CAF na Argentina, qualificou o relatório como “revelador”. “Um estudo como esse nos mostra os hiatos em que devemos trabalhar em termos nacionais e de região. O Século XXI passa sem excluir o digital”, ressaltou.
Irene Wasilewsky, do Banco Mundial, considerou que a digitalização é uma necessidade e ponderou o valor do estudo: “Sempre dizemos que faltam informações para tomar decisões; agora, temos muitas informações e devemos começar a trabalhar”.
O Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, por sua vez, explicou que o documento deve ser visto de maneira dinâmica, para entender como a conectividade está evoluindo nas zonas rurais das Américas.
“Quando o IICA elabora um relatório, não é para dar palestras, mas para conscientizar, para chamar a atenção e tratar influenciar na formulação de políticas”, disse Otero, que advertiu que “a agricultura intensiva em conhecimentos que promovemos precisa que estejamos conectados”.
Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
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