Esse foi o principal consenso derivado de um debate entre ministras de Agricultura, representantes do setor privado e pesquisadores que ocorreu na Cúpula da AIM for Climate (Agriculture Innovation Mission for Climate), o projeto foi criado de forma conjunta pelos governos dos Estados Unidos e dos Emirados Árabes Unidos — país que este ano organizará a COP28 — com a missão de aumentar os investimentos em agricultura climaticamente inteligente e em inovação para os sistemas agroalimentares.
Washington, 12 de maio de 2023 (IICA) — Reduzir as desigualdades de gênero e assegurar a participação das mulheres na tomada de decisões gera benefícios concretos tanto para o bem-estar das comunidades rurais como para a resiliência da atividade agrícola.
Esse foi o principal consenso derivado de um debate entre ministras de Agricultura, representantes do setor privado e pesquisadores que ocorreu na Cúpula da AIM for Climate (Agriculture Innovation Mission for Climate), o projeto foi criado de forma conjunta pelos governos dos Estados Unidos e dos Emirados Árabes Unidos — país que este ano organizará a COP28 — com a missão de aumentar os investimentos em agricultura climaticamente inteligente e em inovação para os sistemas agroalimentares.
A Cúpula acontece em Washington, com a participação do Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, e mais de 1.000 assistentes, incluindo delegações internacionais, ministros, representantes do setor privado, da sociedade civil, produtores agropecuários, pesquisadores e acadêmicos.
O evento é encabeçado pelo Secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, e a Ministra de Mudança do Clima e Meio Ambiente dos Emirados, Mariam Almheiri, que será anfitriã, em Dubai, da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28) no final deste ano.
Participaram do painel “Inovação para um impacto inclusivo: Colocando as mulheres no centro dos nossos investimentos em sistemas alimentares”, Laura Suazo, Secretária de Agricultura e Pecuária de Honduras; Marie-Claude Bibeau, Ministra da Agricultura e Agroalimentação do Canadá; e Isobel Coleman, Vice-Administradora da Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID).
Também participaram do painel: Eugenia Saini, Secretária Executiva do Fontagro; Claudia Sadoff, Diretora Executiva do CGIAR; Elizabeth Cousens, Presidente e CEO da UN Foundation; Emily Rees, Presidente e CEO da CropLife International; Bob Reiter, Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento em Ciência Agrícola da Bayer. e Kevin Perkins, Diretor Executivo da Farm Radio International.
O IICA se uniu à AIM for Climate como parte de seu compromisso com a sustentabilidade ambiental e a luta contra a mudança do clima. A iniciativa conta com a participação de 50 governos e está unindo esforços públicos e privados em todo o mundo para enfrentar tanto a mudança do clima como a fome global, pela adaptação da produção agroalimentar com novas tecnologias, ferramentas e abordagens que promovem também a expansão econômica e a criação de empregos em todo o planeta.
A Ministra de Honduras, Suazo, valorizou a presença do IICA na AIM for Climate, e destacou que as mulheres “são agentes de mudança, pois temos um papel central na transformação das sociedades. Eu sou a primeira mulher Ministra da Agricultura e Pecuária em Honduras, e o papel das que chegam a esses cargos é gerar oportunidades para as mulheres rurais”.
Suazo explicou que Honduras “é um pequeno país centro-americano, com muitos cultivos tropicais, rico em recursos naturais, mas com um dos cenários sociais mais dramáticos. De cada 10 pessoas, 7,3 vivem na pobreza, e não posso falar sem mencionar essa realidade”.
Neste sentido, lembrou quando a presidente Xiomara Castro lhe ofereceu o cargo do ministério, pendido que trabalhasse para assegurar a segurança alimentar e superar a pobreza, pois a agricultura é um dos motores da economia do país.
“Ser uma mulher rural é enfrentar diversos obstáculos, que estão relacionados ao acesso à educação, à propriedade da terra e a receitas. Isso precisa parar. As mulheres representam mais de 50% da população em muitos países, e têm mais de 50% das soluções para os problemas que a humanidade enfrenta”, concluiu.
De beneficiárias a tomadoras de decisão
Marie-Claude Bibeau, Ministra do Canadá, destacou que hoje o governo de seu país tem muitas mulheres, como elas, em cargos de grande importância. “Eu sou definitivamente uma feminista. Isso significa que estou convencida de que as mulheres devem ter mais oportunidades. Não devemos ser olhadas só como beneficiárias dos projetos de desenvolvimento sustentável, mas devemos fazer parte da mesa em que as decisões são tomadas”, afirmou.
Bibeau acrescentou que a redução do hiato de gênero tem um impacto positivo direto na economia. “Devemos trabalhar — acrescentou — e dar o exemplo para construir um mundo mais sustentável, pacífico, próspero e inclusivo”.
Para Isobel Coleman, da USAID, as mulheres devem ser empoderadas como promotoras da mudança. “É crítico eliminar o hiato de gênero na agricultura, para acabar com a fome global. Se o fizermos, poderemos reduzir a insegurança alimentar”, disse.
A funcionária revelou que a USAID tem como um de seus critérios prioritários o papel das mulheres na tomada de decisões em um projeto para decidir se concede ou não ajuda econômica. “Quando as inovações são elaboradas por mulheres, especialmente as mais vulneráveis, os benefícios para toda a comunidade são palpáveis”, assegurou.
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