Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Agricultura Agua Mudança climática Seguridade alimentária e nutricional

Somente uma ação coletiva eficaz permitirá enfrentar a crise alimentar e climática, concordaram ministros de agricultura das Américas no encerramento do Comitê Executivo do IICA

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Os ministros concordaram em ressaltar o papel do IICA como construtor de pontes entre os países e regiões e entre esses e o setor privado, a academia e as organizações da sociedade civil e disseram que, em tempos em que a insegurança alimentar está aumentando e de uma crise climática que está se potencializando, é vital que o Instituto acentue o seu papel como difusor de boas práticas e experiências que favoreçam a construção de uma agricultura intensiva em conhecimentos que cumpra uma função social.

La crisis global de seguridad alimentaria, manifestada en un aumento de las personas que pasan hambre o que no acceden a dietas saludables, fue el tema más importante de la reunión sostenida por los Ministros y altos funcionarios de Agricultura de 25 países de las Américas, junto con el del déficit hídrico que, como manifestación de la crisis climática, ha afectado buena parte del continente y ha impactado severamente en la producción de alimentos.

São José, 21 de julho de 2023 (IICA) — Ministros e altos funcionários de agricultura de 25 países das Américas encerraram uma reunião de dois dias do Comitê Executivo do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) com um apelo ao organismo hemisférico para aprofundar seu papel como mobilizador da ação coletiva.

Os ministros concordaram em ressaltar o papel do IICA como construtor de pontes entre os países e regiões e entre esses e o setor privado, a academia e as organizações da sociedade civil e disseram que, em tempos em que a insegurança alimentar está aumentando e de uma crise climática que está se potencializando, é vital que o Instituto acentue o seu papel como difusor de boas práticas e experiências que favoreçam a construção de uma agricultura intensiva em conhecimentos que cumpra uma função social.

Estiveram presentes na reunião 15 ministros de agricultura e outros altos funcionários do setor agropecuário das Américas, em representação de 25 países.

Os ministros participantes foram os de: Antígua e Barbuda, Everly Greene; de Belize, José Abelardo Mai; da Costa Rica, Victor Carvajal; de El Salvador, Oscar Guardado Calderón; de Granada, Adrian Thomas; da Jamaica, Floyd Green; do México, Víctor Villalobos; do Panamá, Augusto Valderrama; de Santa Lúcia, Alfred Prospere; da Guiana, Zulfikar Mustapha; do Haiti, Charlot Bredy; de Saint Kitts e Nevis, Samal Mojah Duggins; da República Dominicana, Limber Cruz; de São Vicente e Granadinas, Saboto Caesar; e de Trinidad e Tobago, Avinash Singh.

Também participaram representantes de organismos internacionais e observadores de países de outros continentes.

A crise global de segurança alimentar, manifestada em um aumento das pessoas que passam fome ou que não têm acesso a dietas saudáveis, foi o tema mais importante da reunião, juntamente com o déficit hídrico que, como manifestação da crise climática, tem afetado boa parte do continente e impactado severamente a produção de alimentos.

Nesse sentido, os ministros e funcionários expressaram o seu apoio à parceria continental para a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável lançada pelo IICA, com a certeza de que a região tem hoje uma grande responsabilidade, por sua condição de maior exportadora líquida mundial de alimentos e possuir recursos naturais excepcionais e uma grande biodiversidade.

A parceria – consubstanciada com o mandato histórico do IICA, como construtor de pontes – busca posicionar a agricultura como uma ferramenta central, transformando-se em um eixo estratégico para o desenvolvimento sustentável dos países do continente.

Além disso, na reunião, o IICA apresentou a iniciativa hemisférica Água e Agricultura, que propõe consolidar as capacidades e promover parcerias estratégicas público-privadas dos países membros do IICA para melhorar a gestão integrada e eficiente no uso da água para a produção.

Em setembro, o organismo de desenvolvimento agrícola e bem-estar rural da Américas convocará quadros técnicos e organismos de financiamento para definir ações concretas e estabelecer metas verificáveis, visando um desenvolvimento mais verde, inclusivo, resiliente e sustentável, ainda em um cenário de crise climática.

Na ocasião, o Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar de Barbados, Indar Weir, assumiu a presidência do Comitê Executivo, substituindo a Secretária de Agricultura e Pecuária de Honduras, Laura Suazo, que encerrou seu mandato.

O Comitê Executivo é um dos órgãos de governo do IICA. Ele é constituído por 12 Estados membros, eleitos por um período de dois anos, segundo critérios de rodízio parcial e de equitativa distribuição geográfica, mas a agenda de sessões dessa ocasião motivou pedidos de participação de outros 13 países membros.

No encontro, o IICA informou os resultados de suas atividades em temas centrais da agenda agrícola regional, como a promoção da bioeconomia e da agricultura digital.  O Observatório de Políticas Públicas para os Sistemas Agroalimentares (OPSAa) — plataforma lançada pelo Instituto em 2022 como ferramenta para navegar por essa época de crises — também apresentou seu trabalho e foram prestadas contas sobre a atividade da Escola de Líderes para a Transformação dos Sistemas Agroalimentares das Américas (ELTSA).

Além disso, foram apresentadas as novidades sobre o fortalecimento das parcerias estratégicas do IICA e se revisitou em particular as relações com o Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino (CATIE) e com o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Agrícola do Caribe (CARDI).

Além disso, foi assinado um Acordo Geral de Cooperação entre o IICA e o Instituto Costarriquenho de Turismo (ICT), visando aumentar a contribuição a agricultura e o turismo fazem à economia desse país centro-americano, especialmente aos empreendimentos de pequeno e médio porte.

Agricultura com rosto humano

“A agricultura está mudando de maneira muito acelerada, e nós estamos defendendo uma atividade intensiva em conhecimentos e com rosto humano para enfrentar essa crise climática”, ressaltou o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, ao encerrar a reunião do Comitê Executivo, depois de dois dias de debates.

“Sei que apenas se estivermos todos juntos, conseguiremos progredir. Ninguém se salva sozinho. Por isso a importância da parceria continental para a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável”, acrescentou Otero, que explicou que o IICA acredita em uma cooperação técnica “não burocrática, digital e em tempo real”.

Otero encerrou com um convite a todos os ministros e funcionários do setor agropecuário das Américas para que estejam presentes, em outubro, na Costa Rica, onde será realizada a Conferência Ministerial de Agricultura das Américas, órgão de governo máximo do IICA, e na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28), que acontecerá o fim do ano em Dubai (Emirados Árabes Unidos).

Com o apoio de países e do setor privado, no ano passado, o IICA instalou, na COP27 (Egito), a Casa da Agricultura Sustentável das Américas, onde defendeu o papel que a agricultura desempenha na mitigação e na adaptação à mudança do clima, na maior negociação ambiental do mundo.

“Devemos deixar claro que as ações climáticas para alcançar uma agricultura mais sustentável devem ser baseadas em ciência, de maneira que resguardem e aumentem a produtividade, e não que aprofundem a crise alimentar”, afirmou.

“Continuaremos trabalhando — concluiu Otero — nesse processo com os países e outros atores do âmbito privado, da sociedade civil e da academia para que a agricultura ressoe com força e seja protagonista nas negociações climáticas. Nunca mais devemos ficar fora da mesa de negociação”.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

 

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