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Colômbia avança no reconhecimento do trabalho do cuidado para melhorar situação de mulheres rurais, afirma Ministra da Agricultura em foro do IICA

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O foro ocorreu na Sede Central do IICA, em São José, Costa Rica, também com a participação de vice-ministras e altas representantes do Canadá, Estados Unidos, Brasil e São Vicente e Granadinas; bem como de agências internacionais de cooperação e financiamento

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<em>Jhenifer Mojica, Ministra da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia, ressaltou que a criatividade das mulheres permite criar soluções inovadoras para os problemas cotidianos.&nbsp;</em>

 

São José, 22 de agosto de 2023 (IICA) — Colômbia avança significativamente, partindo de uma dura realidade, na melhoria da situação das mulheres rurais por meio do reconhecimento do trabalho do cuidado como uma unidade produtiva e uma valorização precisa de seu aporte, de modo a gerar políticas públicas adequadas às necessidades das grandes protagonistas e sustentadoras de sua segurança alimentar, disse a Ministra da Agricultura e Desenvolvimento Rural do país, Jhenifer Mojica.

A funcionária, uma das três mulheres ministras de agricultura dos países do continente americano, participou com suas colegas Nelly Paredes del Castillo, Ministra de Desenvolvimento Agrário e Irrigação do Peru, e Laura Suazo, Secretária de Agricultura e Pecuária de Honduras, do IV Foro de Ministras, Vice-Ministras e Altas Funcionárias das Américas, organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

“Há múltiplos fatores de desigualdade, mas ainda assim as mulheres rurais personificam a resiliência, e não devemos cair no cenário de feminizar o cuidado nem podemos perder de vista seu trabalho incansável e a sua contribuição para as cadeias agroalimentares, o seu papel vital na preservação das tradições culturais, das práticas da agricultura, da gastronomia e do tecido social de suas comunidades, que reflete essa enorme capacidade e essa contribuição que se prova estrutural para o crescimento das comunidades rurais e o desenvolvimento”, disse Mojica.

O foro ocorreu na Sede Central do IICA, em São José, Costa Rica, também com a participação de vice-ministras e altas representantes do Canadá, Estados Unidos, Brasil e São Vicente e Granadinas; bem como de agências internacionais de cooperação e financiamento. Também fizeram intervenções a Secretária Geral do CARICOM, Carla Barnett, o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, e líderes rurais de todas as regiões do hemisfério.

A funcionária colombiana também ressaltou que “a criatividade das mulheres para criar soluções inovadoras para problemas cotidianos e para administrar a pobreza; além dessa perseverança para manter as práticas culturais e a firmeza ao lutar por um futuro saudável para gerações futuras, transforma-as em um capital humano inestimado”.

Nesse sentido, explicou, “em nosso papel de desenvolvedoras de políticas públicas, mostra-se fundamental que as mulheres tenham capacidade de tomar decisões. A voz das mulheres e os papéis em juntas diretoras dos bancos de desenvolvimento são fundamentais”.

Instituído em 2021 como permanente pelas mais altas autoridades de Agricultura das Américas, o foro foi concebido como um espaço do mais alto nível de reflexão com o objetivo de visibilizar a participação das mulheres rurais e propor políticas com perspectiva de gênero que reduzam os hiatos e desigualdades de gênero e promovam a participação e a inclusão no desenvolvimento rural em igualdade de condições.

Mojica lembrou que, na Colômbia, quatro em cada 10 mulheres rurais sofrem de pobreza estrutural e pobreza extrema e que, quando a chefe do lar é uma mulher, a insegurança alimentar afeta metade dos lares colombianos.

Além disso, a carga de trabalho de cuidado não remunerado das mulheres é de oito horas diárias, o triplo da dos homens, enquanto a taxa de desemprego rural das mulheres também triplica em comparação com a dos homens e as receitas mensais das mulheres equivalem a 66% das receitas dos homens. Também, ressaltou que apenas 26% das unidades agrícolas que produzem alimentos são chefiadas por mulheres, entre outros indicadores desfavoráveis.

Em desvantagem em relação aos homens, em termos de propriedade da terra e de acesso ao crédito, a tecnologias e a máquinas, a Colômbia vem trabalhando desde a década de 1990, disse a ministra, em gerar programas e políticas que melhorem esses balanços.

“Na Colômbia temos um desafio muito grande, eu gostaria de dizer que, desde 2002, aqui existe uma política para a mulher rural que busca precisamente a articulação de todo o sistema estatal para permitir gerar melhores condições de participação das mulheres na tomada de decisões, para gerar espaços, cotas específicas de mulheres nas juntas diretoras das entidades associadas a todo o desenvolvimento rural agropecuário e gerar políticas afirmativas que gerem um maior investimento na atenção a mulheres e suas necessidades dentro do papel produtivo com todos os fatores relacionados ao desenvolvimento da agricultura”, afirmou.

“Além disso também foram emitidas normas (…) que reconhecem a economia do cuidado na Colômbia, um indicador muito importante, pois nos permite produzir dados relacionados ao uso do tempo na economia do cuidado por parte das mulheres rurais para tomar decisões políticas (…) e assim poder avançar na geração de dados para poder tomar decisões”, acrescentou.

Mojica também destacou, no âmbito da implementação do acordo de paz para a Colômbia, o reconhecimento das mulheres e das organizações de mulheres camponesas, negras e indígenas vítimas e que inclui o cuidado como uma das atividades valorizadas para a exploração econômica que também possibilitará a titulação de terras às mulheres e o acesso a crédito, ao fomento e a outras linhas de desenvolvimento.

Nesse sentido, enfatizou que a Colômbia, está atualmente trabalhando para valorizar o quanto a contribuição econômica representa para a economia do cuidado.

“Da produção de alimentos, 70% vem de mãos camponesas, e a metade é feita por mulheres no quintal, no pátio das casas, com suas próprias capacidades produtivas. A ideia é quantificar o peso disso em nosso PIB rural e quanto deveríamos investir para melhorar essas condições de desenvolvimento, e isso a partir de algumas instâncias de participação em que já estamos, nesse governo, atualizando as políticas em um processo concertado e diversificado com enfoques diferenciados, com enfoques territoriais e regionais, pois temos múltiplas situações que permitem fazer uma adoção de investimentos públicos adequadas às necessidades de cada uma das mulheres”, concluiu.  

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

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