O debate colocou em foco o papel do comércio internacional para ajudar os produtores agropecuários a ter acesso à inovação e a novas ferramentas que facilitem seu acesso aos mercados internacionais, o que é especialmente importante para os agricultores dos países em desenvolvimento.
Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 21 de março de 2024 (IICA) — O comércio internacional gera desenvolvimento para os países, melhora a qualidade de vida das pessoas, promove a inovação e é essencial para garantir a segurança alimentar e as receitas dos pequenos agricultores, concordaram representantes de organismos internacionais, negociadores, produtores agropecuários e membros do setor privado na recente Conferência Ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC), em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos.
Tratou-se de um painel organizado no âmbito da conferência pela CropLife International, associação global de empresas que promove o uso de novas tecnologias para aumentar a produtividade e a sustentabilidade no setor agrícola, e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
O debate colocou em foco o papel do comércio internacional para ajudar os produtores agropecuários a ter acesso à inovação e a novas ferramentas que facilitem seu acesso aos mercados internacionais, o que é especialmente importante para os agricultores dos países em desenvolvimento. Eles têm se mostrado particularmente vulneráveis nos últimos anos à pandemia de Covid-19 e às crises geopolíticas e são muito vulneráveis à mudança do clima.
Participaram da discussão: Emily Rees, Presidente e CEO da CropLife International; Tayutic Mena, Presidente do Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da OMC; Sofía Boza, Embaixadora Permanente do Chile na OMC; Martín Alvez, Delegado Agrícola da Embaixada do Uruguai na OMC; Jason Hafemeister, Subsecretário Interino de Comércio e Assuntos Agrícolas Internacionais dos Estados Unidos; Julio Ramos, Subsecretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil; Brodie Berrigan, Representante da Organização Mundial de Agricultores (WFO); o Subdiretor Geral do IICA, Lloyd Day; e a Assessora da Direção Geral do IICA e ex-Ministra da Agricultura da Costa Rica, Gloria Abraham.
As três dimensões da sustentabilidade
Durante o debate foi observado que a sustentabilidade da produção deve contemplar as dimensões econômica, social e ambiental, além de ressaltar o importante papel que o multilateralismo e a OMC, como instituição, devem desempenhar. Nesse sentido, alertou-se que não há um caminho único para alcançar uma agricultura sustentável e que cada região deve desenvolver o seu próprio modelo, de acordo com suas condições ambientais, a estrutura de seus solos, seus recursos naturais e a cultura e boas práticas difundidas entre os habitantes de suas zonas rurais. As políticas comerciais devem reconhecer a diversidade dos modelos de produção sustentáveis para facilitar o comércio, que, por sua vez, é um elemento fundamental da segurança alimentar mundial.
A CropLife International e o IICA se comprometeram a trabalhar com atores chave em outros foros internacionais para promover o pleno desenvolvimento do potencial produtivo da agricultura e assegurar que as normas e padrões ambientais contribuam para o desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, concordaram que as medidas unilaterais promovidas com o argumento da conservação ambiental não devem ser barreiras ao comércio que acarretem custos econômicos e sociais injustificados aos países.
Os participantes concordaram que a inovação tecnológica do setor agroalimentar pode verdadeiramente proporcionar as ferramentas necessárias para produzir alimentos seguros, nutritivos e acessíveis para a população mundial e, ao mesmo tempo, contribuir para o combate à mudança do clima. Alertou-se também que regulamentações inadequadas podem gerar complexidades, maiores custos e barreiras para os negócios, solapando o papel do comércio internacional.
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