Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Agricultura

Juntamente com presidentes e líderes mundiais, Diretor Geral do IICA participa do Foro Econômico da América Latina e do Caribe, organizado por CAF, destacando os sistemas agroalimentares como fundamentais para o desenvolvimento da região

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Otero enfatizou que a América Latina enfrenta uma realidade desafiadora em termos de acesso e má-nutrição, mas, apesar disso, destaca-se como um pilar fundamental para a segurança alimentar e nutricional regional e global.

Cidade do Panamá, 31 de janeiro de 2025 (IICA) — Os sistemas agroalimentares da região são fundamentais para alimentar o mundo e devem estar no centro das estratégias de desenvolvimento regional por sua interação com a ciência e a tecnologia, afirmou o Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, ao participar da primeira edição do Foro Econômico Internacional da América Latina e o Caribe, realizado na Cidade do Panamá.

Organizado pelo CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe, o encontro teve como título “Como voltar ao caminho do crescimento?”, sendo inaugurado pelo Presidente do Panamá, José Raúl Mulino.

Em uma região que continua presa a um ciclo de baixo crescimento, alta informalidade e acentuada desigualdade, o foro foi um ponto de debate entre líderes da indústria, acadêmicos, empresários e autoridades governamentais e internacionais que, durante dois dias, expuseram ideias e ações destinadas a fomentar um desenvolvimento econômico sustentável.

Participaram do foro oradores de 15 países, líderes regionais e mundiais, entre eles: Santiago Peña, Presidente do Paraguai; Mateo Renzi, ex-Primeiro-Ministro da Itália; Helle Thorning Schmidt, ex-Primeira-Ministra da Dinamarca; Rebeca Grynspan, Secretária Geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD); e Andrés Allamand, Secretário Geral Ibero-americano. Também foi reproduzida uma mensagem gravada pela Diretora Gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.

Durante a sua participação, Otero enfatizou que a América Latina enfrenta uma realidade desafiadora em termos de acesso e má-nutrição, mas, apesar disso, destaca-se como um pilar fundamental para a segurança alimentar e nutricional regional e global, graças à sua capacidade de produção, diversificação e liderança no comércio internacional de alimentos.

“A América Latina e o Caribe — afirmou — são essenciais para garantir a segurança alimentar mundial. Com uma visão estratégica, baseada em nossos pontos fortes e na cooperação, podemos não só superar os desafios internos, mas também consolidar a nossa posição como motor de crescimento e desenvolvimento para a região e o mundo”.

Também ressaltou o papel da ciência e da tecnologia como os ativos mais valiosos para revitalizar a agricultura e posicioná-la como um pilar central em um novo caminho de crescimento econômico e sustentabilidade.

Repensar o futuro

O encontro aconteceu no Centro de Convenções do Panamá e os participantes concordaram que a região está em um momento crítico para repensar seu futuro e avançar para uma economia em que a produtividade e o bem-estar de toda a população caminhem lado a lado, em sintonia com seus recursos naturais e sua população jovem e vibrante.

Nesse sentido, Otero mencionou o papel crucial que os sistemas agroalimentares da América Latina e do Caribe desempenham para o desenvolvimento da região, uma vez que não só garantem a disponibilidade de alimentos, mas também têm um impacto significativo na economia, no emprego, no comércio, na sustentabilidade ambiental e no bem-estar social.

Explicou, nessa linha, que a produção não é o principal desafio, uma vez que a região produz 28% mais do que as calorias mínimas necessárias. “O desafio — advertiu — encontra-se na distribuição equitativa e no acesso aos alimentos. Além disso, é importante reconhecer o papel do comércio para garantir a disponibilidade de alimentos, mobilizando produtos de países com excedentes para aqueles com déficit”.

Como palestrante no painel “A segurança alimentar como oportunidade para o crescimento e o desenvolvimento da região”, o Diretor Geral do IICA observou que a combinação de biotecnologia, bioeconomia, digitalização e cooperação internacional é a chave para transformar os sistemas agroalimentares.

“Essas inovações — explicou — não só aumentam a produtividade agrícola, mas também garantem a sustentabilidade, a inclusão e a resiliência, assegurando que os pequenos agricultores não fiquem atrasados nesse processo de mudança”.

Ao se referir à biotecnologia, afirmou que a América Latina foi pioneira na adoção de cultivos geneticamente modificados com impactos significativos na produtividade e no ambiente, uma vez que permitiram usar menos terra, preservando florestas e ecossistemas frágeis. Em seguida, mencionou avanços, como a edição genética, que estão transformando cultivos estratégicos, facilitando a produção de bioinsumos.

Além disso, explicou detalhadamente o trabalho do IICA como ponte entre os desenvolvedores de tecnologia e os países, ajudando a identificar as tecnologias mais apropriadas para cada contexto produtivo.

Em seguida fez uma reavaliação do desenvolvimento da bioeconomia na região, que representa uma fronteira transformadora para os sistemas agroalimentares, aproveitando a ciência, a tecnologia e a inovação, particularmente em entornos desafiadores.

O Diretor Geral do IICA compartilhou o painel “A segurança alimentar como oportunidade para o crescimento e o desenvolvimento da região” com Alicia Montalvo, Gerente de Ação Climática e Biodiversidade Positiva do CAF; Susana Socolovsky, Presidente da Associação Argentina de Tecnólogos de Alimentos; e Gonzalo Uriarte, Presidente da Alimentos y Bebidas de Chile (AB Chile), que atuou como moderador.

Montalvo enfatizou o impacto da mudança do clima no setor agrícola e a necessidade de disseminar a prosperidade em todas as cadeias do setor agrícola, o que inclui a melhoria das infraestruturas na ruralidade, de modo que a visão da América Latina e do Caribe como “região solução” se estenda também para a paulatina diminuição da desigualdade.

Socolovsky, por sua vez, destacou a relevância da indústria para a produção de alimentos seguros, inócuos e nutritivos e seu papel imprescindível na preservação e na diminuição de desperdícios e pediu que os ataques ao setor de processamento sejam abandonados.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

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