Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Agricultura

Antes do Congresso 2025 da AAPRESID, que novamente contará com a participação de destaque do IICA, Marcelo Torres chamou os produtores a se envolver ativamente no debate sobre o futuro do setor agrícola e da alimentação

Marcelo Torres, presidente de AAPRESID, en entrevista con Agro América, programa emitido por el canal brasileño de TV Agro Mais, del Grupo Bandeirantes de comunicación, cuya producción es fruto de una alianza con el IICA.

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Na entrevista, Marcelo Torres, Presidente da AAPRESID, elogiou o trabalho do IICA, por seu papel na articulação entre os atores dos setores público e privado e por ter criado um espaço de interação entre ciência, produtores e empresas de tecnologia das Américas.

Brasília, 5 de agosto de 2025 (IICA) — Os produtores agropecuários devem se envolver ativamente no debate global sobre o futuro da agricultura, aproximar-se mais dos consumidores e mostrar o trabalho que estão realizando em prol de uma maior produtividade e sustentabilidade, sustentou o Presidente da Associação Argentina de Produtores em Semeadura Direta (AAPRESID), Marcelo Torres.
 
O produtor e dirigente agropecuário concedeu uma entrevista ao programa Agro América, transmitido pelo canal de TV brasileiro AgroMais, a poucos dias do Congresso da AAPRESID de 2025. O evento reunirá em Buenos Aires, Argentina, destacadas referências locais e estrangeiras para debater e projetar os temas-chaves do futuro, quanto à ciência e à produção, com foco na transformação agrícola e nos cenários de inovação.
 
Agro América é um programa transmitido pelo canal brasileiro de TV Agro Mais, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, cuja produção é fruto de uma parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
 
A transmissão apresenta a atualidade do setor agropecuário e da ruralidade nos países membros do IICA, com o objetivo de promover a troca de experiências e uma discussão sobre os desafios e as oportunidades da América Latina e do Caribe na área de desenvolvimento agropecuário e rural.
 
Pelo segundo ano consecutivo, o Congresso da AAPRESID contará com uma participação de destaque do IICA — no âmbito de uma parceria estratégica entre as duas instituições — que incluirá uma seção especial na grade de painéis magnos, uma mostra fotográfica e um side event direcionado às agtechs.
 
Manuel Otero, Diretor Geral do IICA; Kip Tom, produtor agropecuário, ex-Embaixador dos Estados Unidos e Vice-Presidente de Políticas Rurais do America First Policy Institute; Jack Bobo, Diretor Executivo do Instituto Rothman para Estudos sobre Alimentação, da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA); e Rattan Lal, Prêmio Mundial da Alimentação 2020 e referência mundial em ciências do solo, serão algumas das figuras que participarão dos espaços conjuntos com o IICA no Congresso, que será realizado entre 6 e 8 de agosto.
 
Torres elogiou o trabalho do IICA, por seu papel na articulação entre os atores dos setores público e privado e por ter criado um espaço de interação entre ciência, produtores e empresas de tecnologia das Américas.
 
“O IICA — apontou — tem um olhar continental centrado na cooperação e conta com uma conexão direta com as políticas públicas, que o tornaram um ator fundamental para o posicionamento de nossas cadeias produtivas. Nossa parceria com o IICA já é muito forte atualmente, e tem muito futuro”.
 
Lavoura zero
 
Durante a entrevista televisiva, Torres contou que a AAPRESID foi fundada em 1989, a partir da preocupação que os produtores argentinos vinham mostrando pelos graves problemas de erosão hídrica que padeciam em seus campos. “Então começamos a pensar em deixar de lavrar os solos, prática que já existia em outros países. Assim, por meio da permanência e da utilização dos resíduos do cultivo anterior, conseguimos reverter o processo de erosão e deterioração dos solos”, explicou.
 
Hoje, a AAPRESID é uma organização de referência regional e mundial, que tem mais de 35 anos de história desenvolvendo sistemas de produção que regeneram o solo e o ambiente. Conta com cerca de 1.800 parceiros distribuídos por quase 11 milhões de hectares que aplicam a melhor tecnologia, conhecimento e inovação em rede.
 
“Desde a época em que começamos com a semeadura direta, passaram-se muitos anos e outras tecnologias começaram a convergir. Atualmente a vemos como um sistema que inclui o rodízio de cultivos de inverno e de verão, além do emprego de cultivos de serviços ecossistêmicos, que permitem que o campo esteja verde e vivo por todo o ano e servem para controlar ervas daninhas e fixar carbono. O produtor assumiu a liderança das mudanças. Estamos evoluindo e aprendendo permanentemente”, disse Torres.
 
“Nossas prioridades — acrescentou — são duas: que os produtores assumam as rédeas do seu próprio desenvolvimento, apostando na inovação e no chamado permanente à ciência e à tecnologia para nos adaptarmos aos distintos ambientes e distintos climas que a Argentina tem”.
 
Ao mencionar os principais desafios que os produtores associados à AAPRESID enfrentam, Torres falou da necessidade de aprofundar a digitalização e construir indicadores mais sólidos de sustentabilidade.
 
Precisamente com essa última finalidade, revelou que a AAPRESID está trabalhando na elaboração de uma plataforma na qual os campos de todos seus associados estarão georreferenciados.
 
“Temos — disse — imagens de satélites e mapas de produtividade, mas precisamos integrá-los com a georreferenciação. Isso servirá para fazer prescrições variáveis de fertilização ou de densidade de semeadura. Os dados que precisamos para fazer a nossa análise de campanhas são praticamente os mesmos que servem para certificar a pegada hídrica ou a pegada de carbono. Ou seja, as mesmas informações, ordenadas em uma plataforma, servirão para produzir melhor e nos fornecerá os indicadores que muitos consumidores demandam”.
 
Torres também fez um apelo para que os produtores se envolvam nos debates públicos e na comunicação da realidade da atividade agropecuária: “A nossa instituição participa habitualmente de congressos internacionais onde se discute o presente e o futuro da atividade agropecuária. Temos visto uma evolução, talvez depois da pandemia. Hoje, as discussões se tornaram um pouco mais racionais. Antes se pensava que a agricultura orgânica seria a solução de todos os problemas, mas hoje se reconhece mais o papel central da ciência, valoriza-se o sistema de semeadura direta, que usa menos combustíveis fósseis e libera menos carbono na atmosfera”.
 
“O importante — concluiu — é que o produtor se sinta parte dos processos e possa comunicar a realidade do processo produtivo aos consumidores. Muitas vezes, as organizações de produtores conversam entre si. Devemos compreender que, para elevar a comunicação, é preciso trabalhar com a indústria, que é quem transforma as matérias primas.
 
Não pode acontecer de o produtor se sentir alienado da discussão pública. Hoje o mundo enfrenta um desafio extremamente complicado: aumentar a produção de alimentos com menor impacto no ambiente. Nesse cenário, os países do continente devem estar juntos, pois enfrentamos desafios muito parecidos. Devemos nos posicionar como um bloco regional, e nisso o IICA está desempenhando um papel insubstituível”.
 
Assista ao programa completo do AgroMais aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=wPH6cpwPUlI

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

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