Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Agricultura

Fábio Ramirez, um produtor e professor que conta com milhares de seguidores nas redes sociais que aprendem sobre o campo colombiano, é reconhecido pelo IICA como Líder da Ruralidade das Américas

Tiempo de lectura: 3 mins.

Fabio Andrés Ramírez, criador digital e orgulhoso representante de Pacho, Cundinamarca, na região central da Colômbia, destaca-se por destacar as realidades das áreas rurais por meio de conteúdo digital.

Pacho, Colômbia, 14 de agosto de 2025 (IICA).  Fábio Andrés Ramirez é um orgulhoso filho da zona de Pacho, “um município laranjeiro”, no departamento de Cundinamarca, no centro da Colômbia. Há alguns anos, se converteu em um destacado gerador de conteúdo digital que conta agora com mais de 67.000 seguidores no Facebook, outros 33.000 no TikTok e uns 53.000 no YouTube. Fábio oferece a eles interessantes (e as vezes divertidos) vídeos que mostram a vida cotidiana dos camponeses, imagens de feiras pecuárias, fotos da terra e das exuberantes paisagens da região, entrevistas com pequenos cultivadores de café ou com outros compatriotas de todas as idades que sorriem ante a câmera do seu telefone celular. 

Por esse trabalho como produtor e comunicador, Ramirez foi reconhecido como um dos Líderes da Ruralidade das Américas pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e receberá o prêmio Alma da Ruralidade, criado pelo organismo internacional especializado em desenvolvimento agrícola e rural para dar visibilidade às pessoas que deixam sua pegada em prol da segurança alimentar e nutricional e a sustentabilidade na região e no planeta.

“Sou um camponês, eu gosto do campo, trabalhei toda a minha vida na terra e nesses momentos eu estou trabalhando como professor”, se apresenta o produtor, conhecido por milhares de pessoas no seu país e no exterior, porém com outro nome.

Nas suas contas nas redes sociais, que podem ser acessadas pesquisando Fabio Enseña (ou @fabioensena, com “n” no Tik Tok e Facebook e com “ñ” no YouTube), Ramirez abre as portas aos belíssimos cenários colombianos, da rutina diária ou dos momentos esperados das reuniões entre produtores agrícolas e pecuários em Lenguazaque, Villagómez, Gachalá ou Guayabal de Toledo, sempre em Cundinamarca.

Seu relacionamento com o fenômeno dos vídeos breves e no mundo digital começou durante a pandemia de COVID-19, quando começou a produzir esse tipo de gravações para desenvolver classes para seus alunos e compartilhava com eles da sua fazenda pelo WhatsApp. Também tinha começado timidamente a produzir conteúdo para YouTube.

Porém o seu crescimento nas redes sociais decolou em 2021, quando o produtor de Pacho transformou uma situação política (uma greve nacional) em um vídeo viral. Por causa da greve, não passavam pela zona os caminhões que recolhem o leite. Ramirez viu que a mesma coisa acontecia em outras partes do país e, apesar de estar a favor das queixas, considerou que era uma pena desperdiçar a produção: fez coalhada, compartilhou com os vizinhos e com os manifestantes, preparou um vídeo para registrar o momento e compartilhou no TikTok. Em poucas horas as imagens receberam milhares de curtidas, e Fábio se transformou em uma figura entrevistada pelos grandes meios da Colômbia.

“Você as vezes escutava que as pessoas faziam sucesso nos vídeos e isso era uma coisa surpreendente. Mas eu fiz upload desse TikTok e uns dez minutos depois estava cheio de corações”, comentou à revista colombiana Semana naquela ocasião. 

Desde então, Fabio Enseña não parou de crescer. Ramirez continua trabalhando como professor em um instituto tecnológico de Cundinamarca, mas as suas ambições estão nas redes sociais, onde todos os seus vídeos estão dedicados à disseminação dos valores da ruralidade. 

“Sempre soube uma coisa só: a agricultura”, contava na entrevista com a publicação colombiana. “Desde pequeno eu me sentava para brincar e as minhas brincadeiras eram ter cultivos e cuidar de animais. Depois, na universidade, eu ia bem porque era o que eu gostava”. Por isso, agora pude combinar trabalho e paixão: falo sobre o que amo, sobre o que sei e do que vivo todos os dias”, resumiu.

“Continuarei ensinando e produzindo conteúdo”, com o objetivo de “ensinar tanto agricultores quanto não agricultores” e “fazer as pessoas entenderem” como é a vida rural, afirma Fabio Andrés Ramírez.

Conteúdos “muito sérios”

Porém sejam divertidos e cálidos, os seus vídeos estão feitos com “conteúdos muito sérios sobre a vida do campo”, assegura Fábio, que faz questão de enfatizar a diferença com outros YouTubers e TikTokers que se dedicam somente “a contar piadas e fazer pegadinhas”. No seu caso, continua, a ideia é “mais mostrar, ensinar sobre o que fazemos permanentemente” nas zonas rurais de Cundinamarca.

Precisamente, um ponto forte do Fábio são as feiras pecuárias, onde se encarrega de mostrar as exposições de gado e cavalos, os postos de comida e os residentes e as visitas que se juntam para comemorar a vida do campo e fazer negócios. 

“Quando eu posso, saio e visito essas feiras e faço esse tipo de conteúdo que é muito popular”. E dá para ver, porque são a principal fonte de “corações” e “curtidas” das contas do Fábio, uma coleção de vídeos onde se aprende muito sobre a produção pecuária da região e se pode ver as dezenas de pessoas que o reconhecem e pedem para compartilhar por meio das suas contas mensagens aos seus parentes e amigos. 

“Vou aos diferentes municípios e mostro o que se cultiva em cada lugar, do que as pessoas vivem, como vivem”, confirma Fabio Enseña. “As pessoas gostam muito disso, chama a atenção, porque os seguidores aprendem onde ficam esses lugares, como é a vida diária dos camponeses e dos produtores pecuários”, explica.

De fato, na sua versão cundinamarquesa de “pinte seu vilarejo e pintarás o mundo”, Ramirez consegue captar a atenção também dos seguidores nas zonas urbanas, para quem a vida do campo, mostrada em coloridos recortes por meio dos seus vídeos, é um verdadeiro descobrimento.

Fabio Andrés Ramírez, reconhecido pelo IICA como um dos Líderes em Ruralidade das Américas, receberá o Prêmio Alma da Ruralidade por seu impacto na sustentabilidade e na segurança alimentar.

Sair para ver a Lua

Quando lhe perguntam sobre as novas gerações e o campo (é refrescante ver nos vídeos muitas pessoas jovens participando nas atividades rurais, ou que se aproximam ao YouTuber para falar oi), Fábio admite que, tanto na Colômbia como ao redor do mundo, muitos meninos e meninas “querem ir às cidades para viver outras experiências”. Considera que “se trata de algo muito normal, mas também sabemos que existem muitos que vão embora e por alguma razão voltam, porque as vezes não se adaptam ou não encontram o que procuravam na cidade”.

Conhecedor da situação graças ao seu trabalho de cronista em vídeo, Ramirez diz que muitos jovens voltam para o campo porque “encontram as oportunidades” que estavam procurando para “viver bem”. É que hoje em dia, enfatiza as zonas rurais contam com “todas as vantagens”, dos avanços tecnológicos na saúde e na educação, “que se prestam para que no campo as pessoas também vivam bem”. Até a televisão, que em uma época era uma utopia nessas zonas porque não chegavam as redes elétricas, “hoje em dia, sim”, destaca Fábio.

No campo, continua o gerador de conteúdo, “existem muitas coisas boas que não existem na cidade, como a tranquilidade” ou “não gastar tanto dinheiro porque muitas vezes você pode produzir seus alimentos ou não precisa pagar transporte”.

Nessa frente, Fabio Enseña contribui um destacado grão de areia. “Muitos não sabem como é o campo, se imaginam que é um cenário onde todos são pobres, onde todos vivem mal, onde as pessoas não tomam banho”, exagera Ramirez. Porém quando as pessoas curiosas “começam a ver os animais, as coisas bonitas, um amanhecer, a possibilidade de viver na natureza, começam a mudar”.

“Ou, muitas vezes, vão visitar uma fazenda e descobrem como é gostoso não ter barulhos a noite, poder sair e ver a Lua com tranquilidade”, elementos de uma paisagem de paz que é como “chegar ao paraíso” que seduz os habitantes das grandes cidades.

Consultado sobre seus planos para o futuro, Fábio não duvida e sinaliza os elementos que tem como objetivo para melhorar a sua capacidade tecnológica para produzir os vídeos, de microfones até uma nova câmera, passando por um drone e cabos. E continuar crescendo nas redes, “dobrar, triplicar os seguidores”, se entusiasma, porque seus canais já são vistos nos Estados Unidos, México, Equador, Argentina Chile e Espanha, entre outros países. “Vou continuar sendo professor e produzindo conteúdo”, com o objetivo de “ensinar tanto camponeses como não camponeses”, de “fazer com que as pessoas entendam” como é a vida na ruralidade.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int


Galeria de fotos

Compartilhar

Notícias relacionadas

São José, Costa Rica

agosto 14, 2025

O agro das Américas precisa urgentemente de mais financiamento internacional para aprofundar sua transformação e responder à demanda, advertem em seminário organizado pelo IICA

O seminário, que ocorre de forma virtual durante três jornadas, definiu o financiamento como um eixo vital e transformador para os sistemas agroalimentares.

Tiempo de lectura: 3mins

Fotografía de una reunión diplomática con siete hombres vestidos formalmente, posando en una sala elegante con banderas nacionales de fondo. La imagen muestra un ambiente oficial y profesional, destacando la importancia del evento y la diversidad de los participantes.

Buenos Aires, Argentina

agosto 12, 2025

Visita de três ministros da América Central e do Caribe à Argentina e participação de especialistas internacionais em congresso de produtores abre novas oportunidades de negócios e cooperação

Tiempo de lectura: 3mins

San José, Costa Rica

agosto 12, 2025

Estudantes do Colégio Científico de Alajuela ganharam o Desafio Minecraft Education para a Agricultura organizado pelo IICA na Costa Rica

Na terceira edição deste concurso, os participantes receberam um mundo virtual no Minecraft que consistia em uma cidade densamente populada e sem espaços para cultivar; com isso deviam gerar soluções inovadoras e eficientes para produzir alimentos de forma sustentável.

Tiempo de lectura: 3mins