Lima, 20 de agosto de 2025 (IICA) – Ministros e altos funcionários da agricultura das Américas abriram a 45ª Reunião Ordinária do Comitê Executivo do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) com uma mensagem conjunta sobre a importância da produção animal para o desenvolvimento econômico do continente americano e a segurança alimentar mundial.
No primeiro dia do encontro, os representantes dos governos dos países concordaram que a produção e o consumo de alimentos de origem animal ricos em nutrientes, como a carne, o leite e os ovos, realizam um papel vital nos sistemas alimentares das Américas e do mundo.
Ángel Manero Campos, Ministro de Desenvolvimento Agrário e Irrigação do Peru, e Manuel Otero, Diretor Geral do IICA, inauguraram as sessões que ocorrerão durante dois dias e contam com a participação de representantes do setor privado, instituições de pesquisa agropecuária, delegados de países observadores e membros de outros organismos internacionais e do corpo diplomático credenciado em Lima.
O Comitê Executivo do IICA, que se reúne uma vez por ano, é um órgão de condução estratégica do organismo hemisférico de desenvolvimento agropecuário e bem-estar rural, que estabelece o rumo dos seus projetos de cooperação técnica no continente. Ele é constituído por 12 Estados membros, eleitos para mandatos de dois anos segundo critérios de rotação parcial e de distribuição geográfica.
Os ministros de Agricultura presentes em Lima são Víctor Carvajal, da Costa Rica; Julian Defoe, da Dominica; Indar Weir, do Barbados; Laura Suazo, de Honduras; María Fernanda Rivera, da Guatemala; y Saboto Caesar, de São Vicente e Granadinas.
Participaram de forma virtual os ministros Floyd Green, da Jamaica; Luis Alfredo Fratti, do Uruguai; Martha Carvajalino, da Colômbia; e Zulfikar Mustapha, da Guiana.
Durante a cerimônia de abertura o Ministro Manero entregou uma distinção, em nome do Governo peruano, ao Diretor Geral do IICA, em reconhecimento às suas contribuições para a produtividade e a sustentabilidade da agricultura e ao enraizamento das comunidades rurais.
Os países atualmente membros do Comitê Executivo do IICA são Argentina, Bolívia, Costa Rica, Dominica, Estados Unidos, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, Santa Lúcia e Uruguai.
Também mandaram delegações à reunião em Lima os governos de Brasil, Canadá, El Salvador, Granada, Guiana e República Dominicana.
Compromisso de mais de 80 anos
Ao dar as boas-vindas aos participantes, Manero Campos destacou o compromisso do IICA há mais de 80 anos com o desenvolvimento rural, a integração e o comércio agrícola das Américas e a sustentabilidade alimentar global.
“Desde 1942 o IICA é a principal plataforma institucional conjunta para o agro dos países do continente. E nós obtemos benefícios concretos por formar parte dela. Passamos por anos difíceis e por anos de prosperidade, mas o IICA sempre nos acompanhou”, assegurou o ministro anfitrião.
“O Peru é um país agrário desde o seu nascimento”, adicionou. “Um terço da população economicamente ativa se dedica ao agro, tornando-o um setor profundamente importante para o país. Somos herdeiros de uma tradição pecuária e produzimos cultivos únicos no mundo”.
Manuel Campos explicou que a pecuária no Peru e no resto da América Latina e do Caribe precisa aprofundar o caminho da sua sustentabilidade e deve valorizar mais a atividade dos pequenos produtores. “Para ser cada dia melhores, precisamos de inovação, tecnologia e aprendizado. Para tudo isso é fundamental o apoio do IICA”, finalizou.
Manuel Otero deu um resumo rápido dos projetos de pecuária sustentável que o IICA está realizando atualmente junto com sócios estratégicos, em diferentes países da região.
“A pecuária é uma das colunas vertebrais das nossas economias”, disse. “Explica 50% do PIB agropecuário e tem uma importante dimensão social, já que há 38 milhões de agricultores que vivem dela. Existem sinais claras de que haverá um aumento contínuo no mundo da demanda de alimentos de origem animal até 2050. Ninguém pode desaproveitar essa oportunidade”.
O Diretor Geral do IICA fez um pedido aos países das Américas para que construam um caminho para os próximos 25 anos: “No nosso agro temos que tornar realidade as mudanças que nós decidimos, com ciência e inovação, e não as que pretendem nos impor de fora”.
Otero também comemorou a redação da mensagem conjunta dos países das Américas sobre a importância da produção animal: “É um reflexo de que estamos deixando de lado as nossas pequenas diferenças para dizer ao mundo o que nos une e atingindo o consenso que precisamos”.
Princípios comuns
Os ministros assistiram e interagiram com cinco painéis técnicos de alto nível, em que funcionários, especialistas de pesquisa e representantes dos setores acadêmico, produtor e industrial discutiram temas como o impacto tecnológico, a dimensão econômica, os temas comerciais e ambientais e a questão da saúde animal na pecuária das Américas.
Os ministros e palestrantes concordaram sobre um conjunto de princípios que apoiam coletivamente e que refletem uma visão de sistemas de produção animal saudáveis, economicamente viáveis e ambientalmente responsáveis.
Assim, expressaram seu compromisso com a necessidade de aumentar a produtividade de alimentos de origem animal seguros, nutritivos e rastreados e de aprofundar no continente a implementação de tecnologias e práticas pecuárias baseadas na ciência.
Foram discutidos caminhos, com esse fim, para dar ferramentas aos produtores que contribuam para satisfazer a crescente demanda global de alimentos de origem animal e, ao mesmo tempo, protejam os recursos naturais. Os participantes concordaram que a inovação, seja por meio da genética, avanços na nutrição, produtos veterinários ou novidades informáticas, deve estar baseada na ciência e se adaptar às necessidades locais.
Ministros e funcionários dos países das Américas compartilharam experiências dos seus países sobre os sistemas pecuários bem gerenciados, que contribuem benefícios ambientais e serviços ecossistêmicos, além de produtividade e resiliência.
Também se referiram ao papel central do comércio para a segurança alimentar e o crescimento econômico, e à necessidade de colocar a questão da saúde animal entre as prioridades das agendas políticas e técnicas, já que a sua proteção reduz a pobreza, protege a saúde pública e preserva a subsistência das comunidades rurais.
Durante o segundo dia do encontro, na quarta-feira, os três candidatos que foram propostos para a Direção Geral do IICA durante o período 2026-2030 também apresentarão os seus programas: Muhammad Ibrahim, da Guiana; Lauren Suazo, de Honduras, e Fernando Mattos, do Uruguai.
Também haverá apresentações sobre o estado dos projetos desenvolvidos como parte da Parceria Continental para a Segurança Alimentar e o Desenvolvimento Sustentável, apresentada pelo IICA em 2023, e os progressos do programa Solos Vivos das Américas e do Fundo Hemisférico para a Resiliência e Sustentabilidade da Agricultura (FoHRSA), iniciativa que já tem seis projetos estratégicos aprovados, com um investimento inicial de dois milhões de dólares.
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