Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

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Projeto PoliLAC conduziu o primeiro ciclo das oficinas Sensibilização sobre Polinizadores e Práticas Amigáveis na Agricultura na Chapada Diamantina

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Projeto inclui aplicação de ferramenta de diagnóstico desenvolvida pela Embrapa, assistência técnica, monitoramento dos insetos, mobilização e ciência cidadã. 

Entre os dias 15 e 23 de setembro, a Chapada Diamantina recebeu as primeiras oficinas Sensibilização sobre Polinizadores e Práticas Amigáveis na Agricultura. Os encontros integram a programação do projeto Proteção de insetos polinizadores na América Latina e Caribe – PoliLAC 

O PoliLAC busca melhorar a conservação dos insetos polinizadores nativos e manejados e os seus serviços para a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas, os meios de subsistência das comunidades locais e a produção agrícola. O objetivo é que produtores, atores governamentais e não governamentais expandam as melhores práticas de manejo, gestão e governança.

O projeto conta com a aplicação da ferramenta de diagnóstico de sustentabilidade APOIA – Melissa, desenvolvida pela equipe do ecólogo Geraldo Stachetti da Embrapa Meio Ambiente, que acompanhou parte da missão do Projeto na região, junto com o especialista em abelhas sem ferrão da Embrapa Cristiano Menezes.  

A equipe do PoliLAC realizou eventos e reuniões com gestores nos quatro municípios: Mucugê, Ibicoara, Rio de Contas e Livramento de Nossa Senhora, selecionados na Chapada Diamantina como territórios piloto do PoliLAC no Brasil. A previsão é que o Projeto seja concluído no final de 2028. 

A Associação do Semi-Árido da Microrregião de Livramento (ASAMIL) foi selecionada para aplicar a ferramenta da Embrapa e oferecer assistência técnica e extensão rural aos produtores que aderirem à iniciativa. Essas propriedades vão receber apoio para implementar práticas amigáveis aos polinizadores e os insetos desses territórios serão monitorados de maneira técnica e participativa pela Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador (Rebipp), parceira do PoliLAC. 

Durante as oficinas e em visitas a propriedades rurais da região, os representantes do Projeto explicaram que uma grande mobilização se justifica pela forte relação dos serviços de polinização com a segurança alimentar e conservação ambiental e da biodiversidade, já que 75% dos principais cultivos necessitam dos serviços ecossistêmicos de polinização e entre 78% e 94% da flora silvestre também dependem de polinizadores para a sua reprodução. No Brasil, 76% das espécies de plantas usadas como alimentos dependem da polinização realizados por animais. 

Apesar de sua importância, os insetos polinizadores estão em risco. Fatores como poluição, desmatamento, uso incorreto de defensivos e mudanças climáticas ameaçam a existência desses pequenos insetos, cujos serviços ambientais geram imensos impactos na vida terrestre. 

Em Mucugê, a oficina aconteceu no dia 20 na COOPCHAPADA. Antes, no dia 15, o grupo de técnicos e consultores do Projeto se reuniu com gestores do município. O encontro contou com a prefeita Ana Medrado. A equipe esteve na Licuri Experience, de José Ernesto Mattos, secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Desenvolvimento Rural de Mucugê, e o cafezal de Leandro Almeida. Nas duas propriedades, a ferramenta APOIA-Melissa foi aplicada por Stachetti. 

O grupo também visitou o sítio Bee Origem de Marcos Adriano Silva Rocha, criador de abelhas sem ferrão em Mugugê. Técnicos e consultores do PoliLAC também visitaram a propriedade Frutas Vermelhas do produtor Uvilson Santos Oliveira, que cultiva morangos, framboesas, mirtilo e amoras; e cultivos de manga, maracujá e ponka de Eudailton Almeida, no Quilombo Bananal. 

Polinização é um tema muito importante que precisamos discutir, principalmente neste ano em que temos a COP30”, disse a prefeita de Mucugê, Ana Medrado. “O PoliLAC é uma grande oportunidade de desenvolver os serviços ecossistêmicos que vão melhorar as práticas de manejo trazendo mais resultados para os cultivos, afirmou o secretário Ernesto, que pretende aumentar o número de caixas de abelhas sem ferrão em sua propriedade, onde possui uma agrofloresta.

Em Rio de Contas, a reunião com gestores municipais, que contou com a presença dos secretários de Agricultura, Jocely Bom fim dos Santos; do Turismo, Rodolfo Abreu Teixeira, e do Meio Ambiente, Vinícius Antônio Abreu Pires, aconteceu na Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer, no dia 22 pela manhã. À tarde foi realizada a oficina. O prefeito de Rio de Contas, Célio Evangelista, também esteve no evento. Em Rio de Contas, a equipe visitou as comunidades quilombolas de Barra e Bananal.

Em Livramento de Nossa. Senhora, a oficina foi realizada no dia 23 na Diocese da Cidades. Antes, o grupo de técnicos e consultores do Projeto se reuniu com diretor do Departamento de Meio Ambiente de Livramento, Raelson da Silva Ribeiro Junior. 

Os insetos polinizadores, e as abelhas representam a grande maioria deles, têm um papel fundamental na natureza. Eles são polinizadores importantíssimos de plantas, muitos especializados, que ocorrem nos vários biomas, e prestam serviços ecossistêmicos ambientais de altíssimo valor com impactos na qualidade dos alimentos”, explicou a bióloga Cláudia Inês da Silva, professora da Universidade Federal da Bahia e consultora do IICA para o Projeto, que conduziu as oficinas na Chapada Diamantina. 

Em Ibicoara, foi realizada uma apresentação do Projeto na Câmara dos Vereadores no dia 18 de setembro. O evento contou com a participação do secretário de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, Rinaldo Rossi, e da diretora de fiscalização e licenciamento, Tatane Miranda Mendes, entre outros gestores municipais. 

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Sustentável de Ibicoara, Rinaldo Rossi, abriu o evento sobre o PoliLAC na Câmara de Vereadores /Divulgação – PoliLAC

A escolha da Chapada Diamantina é o resultado de uma minuciosa e criteriosa seleção de hotspots ambientais para definir os  territórios piloto nos países participantes. O projeto prevê a disponibilização de uma plataforma de conhecimento sobre o tema; influenciar políticas e instrumentos públicos que promovam a conservação dos insetos polinizadores, soluções financeiras e mobilização do setor privado; e a implementação de práticas amigáveis ​​aos insetos polinizadores com aplicação de ferramentas de monitoramento, técnico e participativo por meio da ciência cidadã em paisagens priorizadas”, explicou o coordenador do Projeto na GIZ, o ecólogo Willian Goulart. 

Em um primeiro momento, vamos trabalhar nesses quatro municípios com pequenos e médios produtores que demonstrem interesse em aderir voluntariamente à iniciativa. Vamos apoiá-los com assistência técnica na implementação das práticas amigáveis e acompanhar a quantidade e a frequência dos polinizadores em  propriedades com culturas importantes para a região como café, maracujá e frutas vermelhas, e observar o impacto na produção”, explicou a veterinária Lucia Maia, coordenadora do Projeto no IICA. 

O PoliLAC é financiado pelo Ministério Federal Alemão para o Meio Ambiente, Proteção Climática, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear (BMUKN) como parte da Iniciativa Internacional para o Clima (IKI). Executado pela “Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH em cinco países: Brasil, Costa Rica, México, Paraguai e Peru, no Brasil o parceiro de implementação no território selecionado, a Chapada Diamantina, é o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). 

O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) é o parceiro político nacional e o Projeto conta com apoio dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Desenvolvimento Agrícola e Agricultura Familiar (MDA), da EMBRAPA, do Instituto Chico Mendes (ICMBio) e do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e com a parceria da REBIPP.  

Informações:

polilac.brasil@gmail.com

Coordenação Local: Danielle Vilar (71) 98629-0244

Comunicação: Cláudia Dianni (61) 9138-4898

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