São José, 10 de outubro de 2025 (IICA) – Construir políticas públicas agroalimentares sustentáveis e em consenso, que envolvam comunidades rurais, produtores, o setor privado, governos e entidades científicas, é fundamental para transformar os sistemas agroalimentares da América Latina e do Caribe (ALC) e fomentar assim não só uma produção maior, mas também mais eficiente e de qualidade.
Foi assim que o expressou o Presidente da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, Argentina, Ricardo Marra, durante o diálogo hemisférico “Experiências transformadoras e escaláveis para uma nova geração de políticas públicas para os sistemas agroalimentares”, que ocorreu durante dois dias na sede central do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em São José, Costa Rica.
O evento foi organizado em conjunto pelo IICA, a aliança Bioversity International – Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e o Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentares (IFPRI, em inglês).
Reuniu mais de 85 participantes, entre autoridades, funcionários, representantes do setor privado, organismos internacionais e o setor acadêmico, para refletir e compartilhar experiências transformadoras de políticas públicas agroalimentares que promovam bens públicos, articulem atores e níveis de governo e incorporem mecanismos inovadores para a sua implementação e sustentabilidade.
“As políticas públicas são importantes não só para conseguir uma maior produção, mas também para alcançar uma melhor produção, integrando as comunidades rurais, os produtores e os setores privado, público e científico. Quando algo surge por consenso entre os setores público, privado e científico e os produtores, conseguimos políticas mais sustentáveis no tempo”, assegurou Marra.
O Presidente da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, instituição com 171 anos de trajetória que representa toda a cadeia agroindustrial argentina, valorizou também a oportunidade de intercambiar experiências com outros países da região, sinalizando que os encontros multissetoriais permitem identificar problemas em comum e soluções compartilhadas que possam se aplicar em diferentes contextos.
“Quando você sai do seu próprio país, da sua própria problemática, e vê os desafios dos países da região, existem muitas coisas que são comuns e tal vez surjam soluções que possam ser construídas entre todos. E existem outras coisas que, mesmo se não forem o seu problema, funcionam para tomar em conta no gerenciamento do seu próprio país. Eu acredito que todas estas reuniões multissetoriais e de todos os países sempre são positivas”, adicionou.
A partir do seu papel como representante de uma entidade agroindustrial, enfatizou que a participação de todos os atores, de produtores de sementes e insumos até intermediários e fábricas finais, permite construir visões consensuais que beneficiem o conjunto do setor no longo prazo.
Marra destacou também o papel do IICA na promoção de políticas públicas sustentáveis, inclusivas e baseadas em evidência. Segundo a sua análise, o Instituto facilita a articulação entre países, fomenta a cooperação técnica e contribui para a adoção de práticas inovadoras que transformam os sistemas agroalimentares.
“O papel do IICA é fundamental. Ao sustentar a agenda desses temas que muitas vezes são descuidados, consegue que tanto o setor público como o setor privado se mantenham presentes e se desenvolvam”, adicionou o engenheiro agrônomo.
Nessa mesma linha, elogiou a gestão do Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, que classificou como “muito valorizado por todos os atores da agroindústria e os países da região”. Sinalizou que a integração e a participação de múltiplas economias na definição de políticas públicas foram aspectos críticos nos últimos anos, e que o trabalho de Otero tem gerado mudanças significativas na cooperação hemisférica.
“O que o IICA fez nestes últimos anos durante sua gestão foi uma mudança muito importante e realimente muito valorizada por todos os setores da agroindústria na região. A participação com outras economias menores, a integração que houve entre todos os países para os temas a serem tratados, e sempre procurando um consenso e que todos se sintam parte”, concluiu Marra.
Em agosto de 2025, Otero foi condecorado em uma cerimônia na Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a entidade empresarial mais antiga da Argentina fundada em 1854, pela sua defesa dos valores essenciais da agricultura e pela sua visão internacional.
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