Manuel Otero, Diretor Geral do IICA, e Izabella Teixeira, bióloga e ex-Ministra de Meio Ambiente do Brasil.
Belém do Pará, Brasil, 11 de novembro de 2025 (IICA) — A destacada bióloga Izabella Teixeira, ex-Ministra de Meio Ambiente do Brasil e dona de uma trajetória marcante em negociações internacionais vinculadas à relação entre atividades produtivas, gestão de recursos naturais e clima, foi reconhecida como Embaixadora da Boa Vontade do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Teixeira, que em 2015 foi a chefe de negociadores da delegação brasileira na COP21, quando quase 200 países adotaram o Acordo de Paris, recebeu seu diploma das mãos do Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.
Os embaixadores da Boa Vontade do IICA assumem o desafio de se unir a causas que visam aumentar a consciência pública sobre a importância da segurança alimentar e nutricional e trabalham pelo desenvolvimento por meio de projetos relacionados com o cuidado da biodiversidade e dos recursos naturais, a bioeconomia, a sanidade animal e vegetal e a produção responsável, todos temas fundamentais na agenda do IICA.
“Sinto-me muito comovida e honrada pela homenagem do IICA, e quero destacar o trabalho realizado pelo Instituto com a liderança de Manuel Otero, que teve coragem para abrir espaços políticos para o diálogo e construir plataformas de consenso nas Américas, perante um mundo que está se transformando e em que a segurança alimentar se encontra exposta a vulnerabilidades por mudanças de ordem geopolítica e a crise climática”, disse Teixeira ao receber o diploma.
“O mundo — acrescentou — está percorrendo um processo acelerado de fragmentação de interesses, agendas e parcerias; está se estruturando uma nova ordem internacional e um novo sistema de cooperação internacional. Estamos vivendo, literalmente, uma transição mundial. Nesse contexto, nossa região deve compreender e abraçar o futuro como um grande aliado. E creio que o IICA tem aberto um espaço fundamental para privilegiar a convergência de interesses, com a convicção de que o debate sobre agricultura e segurança alimentar não deve ser uma disputa política ou ideológica”.
Ambiente e desigualdade
A liderança e o conhecimento de Teixeira foram fundamentais na redação do novo Código Florestal do Brasil, que conseguiu uma redução histórica das taxas de desmatamento na Amazônia e na estruturação de uma política nacional sobre a questão climática que integrou o setor agropecuário e outros setores econômicos cruciais, como o energético e o industrial.
A destacada bióloga, formada pela Universidade de Brasília, nomeada Campeã da Terra pelas Nações Unidas em 2013 e liderou o Ministério de Meio Ambiente brasileiro entre 2016 e 2020, observou que a América Latina precisa garantir sua própria alimentação e abordar desigualdades, que não são apenas sociais, mas também compreendem questões tecnológicas, ambientais e econômicas.
“O nosso grande ativo é que esta é uma região que tem abundância de recursos naturais e goza de paz. É sumamente importante compreender o valor da paz e contar com uma enorme quantidade de recursos de interesse comum para o desenvolvimento. Não creio em nenhuma solução baseada no medo ou no improviso”, afirmou Teixeira.
Nesse sentido, convidou a enxergar a agricultura como um setor econômico transformador perante as novas realidades atuais: “O futuro deve ser nosso aliado; o passado deve deixar de ser determinante. Estou convencida de que a agricultura desempenha um papel fundamental na estruturação de uma nova mentalidade de liderança e desenvolvimento da agenda climática, da agenda tecnológica, da indústria e do combate à desigualdade social”.
Manuel Otero, ao entregar o diploma de reconhecimento a Teixeira, destacou seu compromisso com uma agricultura que deve fazer parte da solução aos desafios mais importantes enfrentados hoje pela humanidade e que só haverá futuro por meio da produção de alimentos, fibras e energias em harmonia com o cuidado com o planeta.
Também elogiou o trabalho da especialista brasileira junto ao IICA na COP30, em Belém do Pará, para mostrar ao mundo os avanços que a região fez para desenvolver e difundir uma agricultura cada vez mais sustentável e resiliente, com os agricultores como protagonistas.
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