Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

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Aumento de produtividade, acesso a mercados e permanência de produtores em zonas rurais dependem de parcerias robustas entre agricultura e natureza, afirmam no pavilhão do IICA na COP29

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Essas foram algumas das mensagens mais fortes deixadas por um dos eventos técnicos realizados no pavilhão Casa da Agricultura Sustentável das Américas, instalado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e seus parceiros no Estádio Olímpico de Baku

Marcello Brito, Director Ejecutivo del Consorcio Amazonia Legal; Liege Correia, Directora de Sustentabilidad del gigante de la proteína animal JBS; Ana Paula da Silva, de la empresa agropecuaria Cigana Farm; Nathalie Walker, de National Wildlife Federation; André Guimaraes, Director Ejecutivo del Instituto de Pesquisa Ambiental de la Amazonia (IPAM); y Marcelo Behar, del World Business Council Sustenaible Development (WBCSD).

 

BAKU, Azerbaijão, 19 de novembro de 2024 (IICA) — Existe uma correlação direta entre cobertura vegetal natural e produtividade, o que indica que a agricultura do futuro precisará de florestas e de vegetação nativa, uma vez que maximizar a produção com temperaturas mais altas demandará a sua compatibilidade com a natureza.

Além disso, é essa simbiose entre agricultura e natureza que facilitará o acesso aos mercados internacionais e assegurará a permanência dos agricultores e pecuaristas nas zonas rurais, fundamental para a segurança alimentar e para as receitas e a prosperidade das comunidades do campo e urbanas.

Essas foram algumas das mensagens mais fortes deixadas por um dos eventos técnicos realizados no pavilhão Casa da Agricultura Sustentável das Américas, instalado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e seus parceiros no Estádio Olímpico de Baku, capital do Azerbaijão, sede da COP29, o maior foro de negociação ambiental e climático do planeta.

O IICA, seus Estados membros e organizações do setor privado montaram o pavilhão pelo terceiro ano consecutivo, desta vez em Baku, para levar a voz do setor agropecuário às negociações climáticas e ambientais, em que, entre outras coisas, define-se o destino de fundos para financiar ações de adaptação e mitigação perante o atual cenário de aumento de temperatura, fenômeno que agrega riscos à já arriscada atividade de produzir alimentos, fibras e energia.

“Alimentando o próximo bilhão: o modelo para construir resiliência climática nos sistemas agroalimentares”, foi o título do evento que teve como protagonistas: Marcello Brito, Diretor Executivo do Consórcio Amazônia Legal; Liege Correia, Diretora de Sustentabilidade da gigante de proteína animal JBS; Ana Paula da Silva, da empresa agropecuária Cigana Farm; André Guimaraes, Diretor Executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM); Nathalie Walker, da National Wildlife Federation; e Marcelo Behar, do World Business Council Sustenaible Development (WBCSD).

Britto, que lidera as ações do Consórcio formado pelos nove estados amazônicos brasileiros, cuja missão institucional é acelerar o desenvolvimento sustentável da Amazônia de forma integrada e cooperativa, reconheceu o trabalho do IICA em assistência técnica a produtores brasileiros e pediu mais trabalhos com estudos sobre o impacto das emissões de gases de efeito estufa na selva amazônica.

Além disso, elogiou a agricultura brasileira, a qual definiu como de classe mundial, lembrando que o Brasil é o terceiro maior exportador mundial de produtos agrícolas, o quarto em produção e o quinto em área plantada.

André Guimaraes, do IPAM, organização científica não governamental que trabalha pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia por meio da produção de conhecimento, implementação de iniciativas locais e influência nas políticas públicas, ressaltou a relação entre cobertura vegetal e produtividade, indicando que esse tipo de uso dos solos não compete com a produção, mas, pelo contrário, poderia ser uma garantia para que os cultivos possam se desenvolver.   

Também expressou a importância de reelaborar incentivos de políticas públicas para promover uma intensificação produtiva e favorecer a recuperação de áreas degradadas, tarefas para as quais destacou a relevância da assistência técnica.

Liege Correia, da JBS, destacou a capacidade do Brasil para aumentar a produção sem aumentar as áreas dedicadas à atividade agropecuária, e descreveu o ambicioso plano executado pela companhia da implementação “escritórios verdes”, a fim de oferecer assistência a seus fornecedores para apoiá-los nos processos de regularização socioambiental.

O objetivo do programa de escritórios verdes é perpetuar a permanência dos produtores no campo e evitar que sejam marginalizados no mercado de desmatamento.

Behar, que também dirige o capítulo brasileiro do WBCSD, ressaltou a importância da agenda da natureza, para conectá-la e incorporá-la à ação dos agricultores e pecuaristas.

A agricultora Ana Paula da Silva, por sua vez, acentuou a agregação de valor da sustentabilidade à atividade agropecuária e à produção; e destacou a Cigana Farm, no sul do estado de Minas Gerais, no sudeste do Brasil, como uma “fazenda completa e 100% circular”.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

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