Especialistas das duas entidades fizeram visita técnica na área do canal do sertão alagoano, estreitando relações com a secretaria de agricultura estadual e instituições locais.
Brasília, 9 de setembro de 2019 (IICA). O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) participaram, nos dias 4 e 5 de setembro, de uma missão técnica na Região do Canal do Sertão, no Estado de Alagoas.

conta a especialista do IICA Romélia Souza (Crédito da foto: Romélia Souza)
As reuniões de trabalho e visitas às propriedade de agricultores familiares contaram com a participação do Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri) de Alagoas, Silvio Romero Bulhões Azevedo, e equipe, além de representantes de instituições parceiras locais como o Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater), que presta assistência técnica aos produtores rurais da área e também o Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), que realiza trabalhos e pesquisas acadêmicas na região.
Foram visitadas propriedades rurais nas cidades alagoanas de Água Branca, Delmiro Gouveia e Piranhas, destacam-se as produções de milho, mandioca, banana, mamão, amora e morango orgânicos (sem o uso de defensivos agrícolas), goiaba, abóboras, entre outros.
“Eram todos agricultores familiares, a maioria está captando água do canal por gravidade. A produção é muito forte na fruticultura e horticultura, o que melhorou tanto a alimentação do produtor – que começou a consumir frutas, verduras e legumes – algo incomum na dieta do sertanejo – quanto no atendimento às escolas e às demais compras públicas que são viabilizadas”, ressaltou a especialista em Projetos de Gestão dos Recursos Naturais e Adaptação às Mudanças Climáticas do IICA Brasil, Romélia de Souza.
Durante a visita, a equipe do IICA recomendou alguns estudos de análise de solo. Identificaram facilidade na comercialização dos produtos cultivados por aqueles produtores. Alguns deles, inclusive, fornecem produtos para programas governamentais como o de Aquisição de Alimentos (PAA) e Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Os produtores contam ainda com a demanda de feiras tanto no interior quanto na capital alagoana.
“Percebeu-se todo um movimento de empregabilidade. Gerou-se uma migração de trabalhadores para o campo depois do surgimento dessa produção irrigada. Sem a água do canal seria praticamente impossível manter este modelo de agricultura”, completou.
De acordo com o representante do IICA no Brasil, Hernán Chiriboga, a missão teve como finalidade identificar possibilidades de cooperação com projetos de aproveitamento hidroagrícola para região do canal e também no apoio às iniciativas que já existem de convivência com a região semiárida do Centro Xingó de Convivência com o Semiárido. “A produção ainda é incipiente e há falta de gestão dos dados. Essas questões podem ser melhoradas por meio de cooperação técnica internacional e estamos vendo possibilidades de viabilizar este apoio”, afirmou.
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