Helder Barbalho indicou que o IICA é um importante instrumento, e que as parcerias internacionais são fundamentais para mudar o conceito de uso do solo, implementando ações de agricultura regenerativa que possam recuperar áreas degradadas e, com isso, produzir alimentos, gerar empregos verdes e garantir a sustentabilidade na produção.
Dubai, Emirados Árabes Unidos, 8 de dezembro de 2023 (IICA) — Helder Barbalho, Governador do estado brasileiro amazônico do Pará, o distrito do norte do Brasil que receberá a COP30 em 2025, assegurou que o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e seu ecossistema de parceiros locais, regionais e internacionais têm um papel significativo na estratégia mais importante para a preservação ambiental juntamente com a das soluções sociais: a do uso do solo.
Barbalho falou em um evento sobre a transição para uma economia de baixo carbono no Brasil, organizada pela maior associação empresarial do país, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), do qual participaram autoridades do Congresso Nacional e representantes de fundos de investimento do Oriente Médio. Juntamente com o Governador do Pará, também participou o mandatário do Mato Grosso, Mauro Mendes.
“O uso do solo é a estratégia central para uma preservação ambiental com soluções sociais. A Amazônia deve ser vista com o papel da preservação ambiental e com o papel da segurança alimentar. E o IICA é um importante instrumento, e que as parcerias internacionais são fundamentais para que possamos mudar o conceito de uso do solo, implementando ações de agricultura regenerativa que possam recuperar áreas degradadas, que possam assim produzir alimentos, gerar empregos verdes e garantir que possamos ter sustentabilidade na produção”, indicou Barbalho.
“Essa é uma estratégia decisiva. Por isso o Pará tem uma meta de 140.000 hectares de recomposição de áreas, envolvendo 4.000 famílias da agricultura familiar, para que possamos garantir a essas famílias que elas possam produzir com sustentabilidade, garantindo-lhes receitas e cuidando e preservando o meio ambiente”, assegurou.
Por sua vez, o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, recordou que Solos Vivos das Américas é uma iniciativa do Instituto de importância estratégica para o organismo hemisférico, colocando-a à disposição do Governador Barbalho e dos setores agropecuário, científico, privado e acadêmico do Pará e da Amazônia.
“A plataforma foi criada para que os países adquiram consciência crítica de que, se a degradação dos solos não for abordada de maneira muito séria, todo o resto que fizermos em prol da segurança alimentar não terá nenhum sentido. As regiões, os países, começam a intercambiar suas experiências em recuperação dos solos. Isso é um passo na direção certa. Há uma conscientização de que, conforme os solos se degradam, a pobreza aumenta; e a única saída para os setores vulneráveis é fugir dessas zonas degradadas”.
O mandatário do estado do norte, com uma intensa agenda na COP28, afirmou também que, em direção à COP30, “estaremos cumprindo as nossas metas, combatendo a ilegalidade e fortalecendo agendas ambientalmente sustentáveis que possam gerar empregos, conciliando o desafio ambiental com o desafio social”.
Indicou também que a COP da Amazônia “é uma oportunidade para que o Brasil deixe um legado ambiental: construir soluções ambientais a partir da valorização da selva. Pela primeira vez, a COP terá a selva como a principal agenda. Quando se discute sobre a selva, deve-se discutir tudo o que gira em torno da selva: árvores, pessoas, bioma, biodiversidade, oportunidades. E o Brasil tem uma quantidade importante de oportunidades até 2025 para fazer seu dever de casa: construir soluções ambientalmente corretas, preparar o país para a transição ecológica, fazer com que a floresta tropical viva valha mais do que a floresta morta, cumprir as NDC e mostrar que é um país comprometido e sério com as entregas e, acima de tudo, com isso, ter credibilidade para fazer um apelo global: o mundo precisa, com financiamento climático, compreender que a Amazônia é a solução, e para isso precisa apoiar que essa solução seja ambiental e social”.
Nesse sentido, convocou seu país a “combater as ilegalidades para levar as emissões a zero, construir um ambiente para concretizar a introdução de economias verdes, de modo a fazer a transição ecológica e, particularmente na Amazônia, a transição no uso do solo. E fazer com que Belém tenha a capacidade de receber bem, sua capacidade de hospitalidade, sem querer ser Dubai, que tem seus edifícios e suas riquezas que a colocam em um lugar de liderança mundial”. Mas, concluiu, “nós temos a floresta, e a floresta deve ser o nosso maior tesouro e o nosso maior ativo, juntamente com os povos da Amazônia. Será uma oportunidade única para discutir a Amazônia com os pés na Amazônia”.
Na cidade de Manaus, o IICA apresentou recentemente a Iniciativa e Parceria de Cooperação Internacional para a Sustentabilidade da Amazônia para governadores e altas autoridades dessa região, de modo a promover discussões centradas na preservação da região e alternativas para colocar a população local como o ator principal na tomada de decisões sobre políticas públicas para a Amazônia.
O objetivo da Iniciativa e Parceria Amazônica é trabalhar na região para fortalecer as práticas de gestão sustentável, promover a diversificação econômica, reconhecer e valorizar os conhecimentos ancestrais, produzir reconhecimento científico e inovação tecnológica e promover a produção de bioinsumos, incentivos econômicos para a conservação dos recursos naturais, cooperação regional e know-how, educação ambiental e conscientização.
Com uma extensão de 6,7 milhões de quilômetros quadrados, dos quais mais de 60% estão em território brasileiro, a selva amazônica alberga a maior fauna e biodiversidade do planeta.
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