
São José, Costa Rica, 24 de julho de 2025 (IICA) — O Embaixador Kip Tom, líder mundial em temas de agronegócio e pertencente a uma família dedicada à agricultura há oito gerações nos Estados Unidos, destacou o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) como o único organismo internacional que é um aliado confiável e relevante dos países do continente para defender os interesses de sua agricultura.
Tom, Vice-Presidente de Política Agrícola do centro de pensamento America First Policy Institute (AFPI), considerou que o desenvolvimento agropecuário é essencial para os países do continente americano e afirmou que o IICA é “um ator central para dar mais poder a nossos agricultores, fortalecer nossos sistemas alimentares e reduzir nossa dependência de burocracias globais”.
“Enquanto outros têm penalizado os nossos agricultores, o IICA se ergueu para defendê-los, reconhecendo que os agricultores são a solução, e não o problema”, disse Tom, ex-Embaixador dos Estados Unidos em Roma nas agências da ONU para a alimentação e a agricultura, no II Encontro de Federações Agrícolas das Américas, que ocorreu na sede central do IICA, em São José da Costa Rica.
Participaram da reunião cerca de vinte federações agrícolas continentais, as quais discutiram sobre os desafios estratégicos e as oportunidades do setor, em um esforço destinado à construção de uma proposta conjunta com visão de futuro. Esse segundo encontro deu continuidade ao primeiro foro realizado em julho de 2024, no qual se consolidou uma base para a cooperação e o diálogo entre as federações agrícolas do continente americano.
O encontro foi aberto por José Francisco González, Presidente da FECAGRO; o Vice-Ministro da Agricultura e Pecuária da Costa Rica, Fernando Vargas; e o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.
“Precisamos de uma defesa estratégica e racional do setor agropecuário nas Américas, que é avalista da segurança alimentar mundial e da sustentabilidade ambiental. A construção coletiva é o caminho para avançar em defesa do que é vital para o planeta e para os nossos países”, disse Otero.
Rejeitar os modelos únicos
Como especialista na relação entre agricultura e segurança nacional, Tom deu uma conferência magna que despertou o interesse de representantes da produção de todo o continente, que expressaram a necessidade de gerar propostas concretas que aprofundem a competitividade e a liderança do continente americano na produção de alimentos.
Tom se alongou sobre a importância do IICA como defensor dos interesses agropecuários do continente e como articulador dos esforços voltados para que os países da região sejam cada vez mais competitivos nos mercados. Bem como para enfrentar as investidas que buscam impor modelos únicos de produção, que não respeitam as características produtivas e culturais de cada país e região.
Também valorizou especificamente o papel do Diretor Geral do organismo hemisférico, Manuel Otero.
“Apoio veementemente o IICA, pois tenho observado a liderança do Doutor Otero nas Américas. Ele compreendeu que o continente tem os recursos naturais para ser o maior produtor de alimentos e energias e incentivou os países a defender sua soberania para que tenham economias fortes. Sem dúvida, o IICA é a organização indicada para alinhar todo o continente e garantir que tenhamos um mundo com segurança alimentar”, afirmou.
“Vemos o IICA como um aliado-chave para assegurar que o continente continue unido e trabalhando com os Estados Unidos para promover a democracia, o sistema de livre iniciativa e garantir a liberdade, por meio do fortalecimento dos agricultores que produzem alimentos e energias para o mundo”.
Reduzir a dependência
Kip Tom se considera essencialmente um agricultor. Sua família tem cultivado no norte do estado de Indiana desde 1837. Sob sua liderança, a Tom Farms se transformou em uma das maiores produtoras de sementes dos Estados Unidos e uma operação líder em grãos, enquanto a sua expansão para empresas agroindustriais, como a CereServ e a GlobalAg, promoveu a inovação na produção e em tecnologia de alimentos.
Como promotor da expansão de oportunidades comerciais para os agricultores do continente, durante a sua visita à sede central do IICA, na Costa Rica, mencionou a importância de empoderar 1 bilhão de pessoas no mundo que hoje sofrem de insegurança alimentar, contribuir para a sua capacidade de produzir seus próprios alimentos e criar oportunidades econômicas.
“Para isso — afirmou — devemos reduzir a nossa dependência de insumos importados. Por exemplo, muitos dos produtos que usamos para combater insetos, doenças e ervas daninhas vêm de fora do continente. Isso deve mudar, para que as economias dos nossos países possam crescer”.
O Embaixador disse que cada país deve escolher seu próprio modelo produtivo, de acordo com seus recursos naturais, sua infraestrutura, seu desenvolvimento de conhecimento e seu capital humano.
“Rejeitamos as barreiras não aduaneiras que existem no mundo. Os europeus são um exemplo. Estamos fornecendo para eles produtos agropecuários de primeira qualidade, mas eles querem saber quais são as políticas de combate ao desmatamento no resto do mundo. Os europeus querem exportar suas políticas e presumem saber o que é melhor e o mais conveniente para todos. Devemos trabalhar juntos para ser fortes e enfrentar essas atitudes”, afirmou.
Em sua exposição magna, Tom enfatizou que é o momento de reduzir a dependência das Américas em organismos externos e fortalecer a cooperação regional.
“Os Estados Unidos — afirmou — apreciam o papel do IICA e das federações agrícolas das Américas no apoio a uma agricultura sustentável e à segurança alimentar regional. O IICA é fundamental na promoção de políticas que empoderam os agricultores, fomentam o comércio regional e promovem o investimento em inovação agrícola livre”.
“Desde os campos de milho dos Estados Unidos — acrescentou — até as plantações de café da Colômbia, desde as fazendas agropecuárias da Argentina até as hortas do Chile, o nosso hemisfério tem a capacidade de alimentar a si mesmo e ao mundo. Não podemos continuar atados a instituições globais que muitas vezes impõem políticas universais que prejudicam os nossos agricultores das Américas e nossas economias locais”.
Tom também pediu para que a produtividade não seja colocada em risco: “Devemos nos assegurar de reduzir a nossa pegada de carbono ao máximo. Mas não devemos fazer isso às custas dos consumidores do mundo todo, aumentando o preço dos alimentos. Tenho visto, no setor privado dos Estados Unidos, algumas empresas que se aproximam dos produtores leiteiros e dizem que eles devem fazer as coisas de determinada maneira e assumir os custos. Ou outras empresas que propõem repassar os custos ao consumidor. Não é assim. Precisamos garantir, sobretudo, um suprimento abundante, nutritivo e acessível de alimentos”.
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