Região foi escolhida como território piloto para monitorar insetos polinizadores em culturas de café e maracujá e estimular ampla adoção de práticas amigáveis por produtores locais. Parceria entre a GIZ, IICA, e MAPA e outros parceiros estratégicos, com recursos do governo alemão e vários apoiadores também terá vai oferecer treinamentos, plataforma de informações e gestão de conhecimento e influenciar políticas públicas.
Implementado no Brasil pela GIZ (Cooperação Alemão) em parceria com o IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), com recursos do governo alemão, a iniciativa promove a gestão do conhecimento e impulsiona políticas públicas e instrumentos financeiros para a conservação dos polinizadores. Para isso, o PoliLAC selecionou paisagens prioritárias para que os atores adotem práticas amigáveis aos insetos polinizadores e ferramentas de monitoramento desses insetos em cinco países: Brasil, Costa Rica, México, Paraguai e Peru. O Brasil, a região selecionada é a Chapada Diamantina, na Bahia.
Nesta etapa do Projeto, iniciado no ano passado e projetado para se estender até dezembro de 2028, o foco são propriedades de pequenos produtores de café e maracujá, além de quilombos situados na região. Entre os dias 15 e 30 de junho, a equipe técnica percorreu 30 propriedades em quatro municípios na região: Mucugê, Ibicoara, Livramento de Nossa Senhora e Rio de Contas, para apresentar a dinâmica do Projeto aos secretários locais de meio ambiente e agricultura e visitar produtores com o objetivo de explicar os objetivos e funcionamento da parceria e sensibilizar produtores locais a aderirem à inciativa, além de identificar propriedades chave que vão receber um monitoramento técnico especial no decorrer da implementação do Projeto. O grupo também visitou as comunidades quilombolas Barra Bananal e Riacho das Pedras, localizadas no município de Rio de Contas, também na Bahia, e participou de evento promovido pela Secretaria de Meio Ambiente de Mucugê em celebração ao Dia Mundial das Abelhas, celebrado em 30 maio, uma oportunidade de explicar os objetivos do Projeto a produtores locais, reunidos no apiário Bee Origem.

Celebração ao Dia Mundial das Abelhas: Carlos Henrique Pizarro, do MAPA de boné no centro.
“Nos quatro municípios visitados, os representantes do governo local afirmaram que as atividades e os indicadores do Projeto apoiam o fortalecimento de suas estratégias de agricultura sustentável. Por isso, cada secretário designou um ponto focal para participar do processo de seleção dos territórios que serão incluídos. Os produtores também disseram que pretendem participar do Projeto voluntariamente. Eles demonstraram grande interesse em práticas favoráveis a insetos, especialmente no cultivo de maracujá”, disse o coordenador regional do Projeto, Alberto Aquino (GIZ).
A meta do PoliLAC é que pelos menos 500 propriedades na região adotem práticas amigáveis aos polinizadores. “No percurso que percorremos, os 30 produtores que visitamos manifestaram interesse no Projeto, e conseguimos identificar as 12 propriedades que farão parte do grupo de monitoramento especial: seis produtores de café e seis de maracujá. Para se enquadrar nas necessidades do Projeto, essas propriedades precisam ter no mínimo dois hectares de produção e estarem localizadas a pelo menos cinco quilômetros umas das outras. Neste sentido, a missão também foi um sucesso, pois conseguimos identificar 15 propriedades com essas características”, explicou a veterinária Lucia Maia, gestora do Projeto no IICA.

Lucia Maia (IICA) com produtores locais de maracujá na Chapada Diamantina (BA)
Além de ajudar os proprietários locais a adotarem práticas de manejo amigáveis aos insetos polinizadores, o Projeto vai monitorar de perto o grupo de produtores selecionados para comparar o desempenho produtivo e a conservação dos insetos polinizadores dessas propriedades depois das intervenções.
Em outra frente, será desenvolvida uma plataforma regional para fortalecer as redes de conhecimento, promover o intercâmbio de temas prioritários, fomentar a inovação, facilitar o acesso a informação e a dados nacionais e regional sobre os insetos polinizadores e seus serviços ecossistêmicos.
O PoliLAC também incentiva tomadores de decisão públicos e privados a desenvolver políticas e instrumentos que incentivem a conservação e o uso sustentável dos insetos polinizadores.
“O Ministério da Agricultura já tem várias políticas públicas na linha do desenvolvimento sustentável. No plano ABC, cada estado tem os seus comitês gestores. O Plano ABC engloba várias políticas públicas, como pagamento por serviços ambientais, inclusive os que os insetos polinizadores prestam, uso de bioinsumos, recuperação de áreas degradadas. São várias políticas públicas que podem incorporar esse olhar do PoliLAC de promover a conservação dos insetos polinizadores”, disse Carlos Henrique Pizarro, auditor-fiscal da Coordenação de Fomento à Produção Animal/SDI do Mapa, que participou da missão de da identificação de territórios na Chapada Diamantina.
Neste local e etapa do Projeto, serão monitorados insetos polinizadores em culturas de café e maracujá
O objetivo do Plano ABC do Mapa, é promover a agricultura sustentável, reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) do setor, melhorar a eficiência no uso de recursos naturais e aumentar a resiliência da agropecuária às mudanças climáticas.
Parceiro do Projeto, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), por meio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), também implementa política pública voltada à conservação de insetos polinizadores. O Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Insetos Polinizadores Ameaçados de Extinção, conhecido como PAN, busca conservar as espécies que promovem serviços ecossistêmico de polinização, essencial para a manutenção da biodiversidade nativa e cultivada.
Ameaças – Mudanças no uso da terra, mudanças climáticas, introdução de espécies exóticas e poluição são alguns dos fatores que ameaçam os insetos polinizadores e, por consequência, a produção de alimentos e o equilíbrio ambiental.
A adoção de práticas amigáveis aos polinizadores pode conter a redução das populações de insetos e até reverter a tendência. Tratam-se de métodos agrícolas e de manejo da terra e da paisagem que promovem a saúde a diversidade dos polinizadores.
A manutenção de habitat naturais, o plantio de plantas nativas atrativas aos polinizadores, a diversificação de culturas, o uso de bioinsumos e certificações são alguns exemplos de práticas amigáveis a serem disseminadas pelo Projeto.

Equipe em campo em fazenda na Chapada Diamantina (BA)
Participaram da missão o coordenador regional do Projeto, Manuel Alberto Aquino Ruiz; os gestores do Projeto na GIZ e no IICA, ecólogo William Goulart e a veterinária Lucia Maia, respectivamente; a biólogas da Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador (Rebipp) Marina Wolowski, professora da Universidade Federal de Alfenas (MG); auditor-fiscal da Coordenação de Fomento à Produção Animal/SDI de Produção animal do Mapa, Carlos Henrique Pizarro, e Mara Angélica dos Santos, coordenadora de Gestão da Biodiversidade do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema).
O PoliLAC é financiado pelo Federal Ministry for the Environment, Climate Action, Nature Conservation and Nuclear Safety (BMUKN), como parte da Iniciativa Internacional para o Clima (IKI), e conta com apoio da Rebipp, da Fundação de Apoio à Cultura, Ensino, Pesquisa e Extensão de Alfenas (Facepe), governo da Bahia, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA).
OBS: release encaminhado para as áreas de Comunicação dos parceiros, para a respectiva publicação em seus sites, pois o Projeto não possui website.
Mais informações
Claudia Dianni
Consultora de Comunicação PoliLAC
61 99138 4898