
São José, 13 de março de 2025 (IICA) – As práticas de agricultura regenerativa como a rotação de cultivos, a semeadura direta e o uso de plantas de cobertura contribuem para a saúde dos solos e também favorecem o sequestro de carbono, asseguraram dois pesquisadores da Universidade de São Paulo em um novo episódio do podcast IICA em Ação, disponível no canal de Spotify do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Os engenheiros agrônomos Carlos Eduardo Cerri e Maurício Cherubim deram detalhes de uma pesquisa publicada recentemente, em que trabalharam mais de um ano, sobre os resultados do gerenciamento do solo que procura frear a degradação e ajudar a torná-lo mais resistente aos eventos climáticos extremos. A pesquisa enfatizou o papel dos solos saudáveis e férteis para garantir uma produção agroalimentar maior e melhor.
Os especialistas da Universidade de São Paulo estiveram como convidados no espaço do podcast dedicado à iniciativa Solos Vivos nas Américas, um projeto em conjunto entre o IICA e o Centro de Gerenciamento e Sequestro de Carbono da Universidade Estadual de Ohio, dirigido pelo laureado cientista Rattan Lal.
Os especialistas brasileiros realizaram, com a colaboração de uma grande equipe de pesquisadores, uma abrangente e detalhada procura de materiais publicados sobre os efeitos beneficiosos do sequestro de carbono nos solos, uma prática que não só ajuda a nutrição das terras agrícolas, mas também colabora com a redução das emissões de gases de efeito estufa, que são os que geram a mudança climática. Assim, chegaram a conclusões muito auspiciosas sobre o impacto das práticas de agricultura regenerativa.
“O objetivo era responder à pergunta de se podemos quantificar as emissões de gases de efeito estufa e o sequestro de carbono, para determinar quanto as práticas de gerenciamento podem contribuir para a redução de emissões totais”, explicou Cerri em um diálogo com o IICA em Ação.
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“Graças à inciativa Solos Vivos das Américas, com a supervisão geral do professor Lal, tivemos a possibilidade de conseguir essa informação, que é inédita”, adicionou.
Ao mesmo tempo, Cerri e Cherubim também advertiram que não todos os países das Américas contam com informações sistematizadas e publicadas sobre este tema. O monitoramento dos solos e a medição do carbono é por enquanto incipiente e quase inexistente em algumas regiões do continente, onde há poucas pesquisas realizadas ao respeito.
“Em algumas regiões das Américas temos uma brecha, uma lacuna de informações, que o IICA, por meio do Solos Vivos nas Américas, está ajudando a reduzir, em um processo que demanda tempo e energia. Principalmente na América Central, na região Andina e no Caribe, faltam mais informações”, ampliou Cerri.
Maurício Cherubim, por sua vez, lembrou que se estima, no nível global, que 30% dos solos estão degradados. “Perda de carbono, perda de biodiversidade, acidificação, salinização, contaminação, compactação, selagem superficial pelo avanço de áreas urbanas e erosão são as principais causas”, enumerou. Sinalizou que o objetivo da pesquisa que realizaram e que seguirá adiante na Universidade de São Paulo, é projetar os possíveis benefícios do uso de práticas regenerativas.
“O que aconteceria se ampliáramos essas três grandes práticas, semeadura direta, recuperação de pastagens e sistemas integrados, em 30% da área agrícola do continente? Qual seria o impacto?” se perguntou o pesquisador.
O diálogo está disponível no canal do IICA no Spotify, em suas duas versões: o original em português e dublado em espanhol.
Para aproveitar o episódio do podcast do IICA em Ação, entre neste link:
https://open.spotify.com/episode/74hmSMfmHvgl8HVOj0LT1T?si=5c33ae2399cd4c51
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