São José, Costa Rica, 4 de dezembro de 2024 (IICA) — Autoridades sanitárias da América Latina e organismos internacionais fortaleceram estratégias de prevenção da propagação da larva da mosca-do-berne do gado na região em um encontro em São José, Costa Rica, no qual coordenaram ações para enfrentar esse parasita e trabalhar no seu controle mediante a capacitação e a comunicação.
O evento foi realizado no âmbito do projeto Desenvolvimento de capacidades em gestão e comunicação de riscos para a prevenção, controle e erradicação da larva da mosca-do-berne do gado na América Central e no México, liderado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) em parceria com a Comissão Panamá-Estados Unidos para a Erradicação e Prevenção da Larva da Mosca-do-berne do Gado (COPEG), o Organismo Internacional Regional de Sanidade Agropecuária (OIRSA) e a FAO, contando também com o apoio do Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal (APHIS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Na reunião, os aspectos de capacitação e comunicação necessários para a prevenção, controle e erradicação da larva da mosca-do-berne do gado foram planejados de maneira conjunta.
Destacou-se a importância de uma comunicação efetiva e oportuna para abordar a emergência sanitária ocasionada por essa doença. Além disso, propôs-se fortalecer a coordenação dos organismos regionais e internacionais para responder de maneira eficaz às principais demandas dos países quanto à capacitação e comunicação sobre a praga.
O encontro ressaltou a necessidade de parcerias estratégicas com o setor privado, a fim de implementar ações coordenadas que contribuam para a erradicação da larva da mosca-do-berne e a proteção da saúde animal e pública na região.
A larva da mosca-do-berne do gado (Cochliomyia hominivorax) é um parasita que causa uma doença conhecida como miíase, que afeta principalmente o gado, embora também possa infestar outros animais de sangue quente, inclusive os seres humanos.
A miíase é produzida quando as larvas da mosca-do-berne infestam feridas abertas ou membranas mucosas, alimentando-se do tecido vivo do hospedeiro. Esse processo pode causar graves danos, inclusive infecções secundárias, aumento das feridas e até mesmo a morte dos afetados. O parasita é endêmico de regiões tropicais e subtropicais.
Colaboração interinstitucional
O evento contou com a participação de Manuel Otero, Diretor Geral do IICA; José Urdaz, Gerente do Programa de Sanidade Animal e Inocuidade dos Alimentos do IICA; Monike Sánchez, Chefe de Comunicações e Parcerias Estratégicas da COPEG; Eva Bravo, Especialista em Sanidade Animal do Escritório Sub-Regional da FAO para a Mesoamérica; e Alejandra Díaz, Especialista Técnica em Sanidade Agropecuária, Inocuidade e Qualidade de Alimentos do IICA e responsável pelo projeto; os quais ressaltaram a importância da colaboração entre países, organismos internacionais e setor privado, bem como a necessidade de implementar ações efetivas de capacitação e comunicação.
Além disso, enfatizaram a relevância de aumentar a conscientização sobre a praga e suas consequências, destacando que a erradicação da larva da mosca-do-berne é um desafio de longo prazo que requer um compromisso sustentado e aprendizado de experiências internacionais.
Otero ressaltou a necessidade de um esforço conjunto entre os setores público e privado dos países afetados e enfatizou a importância de dispor de recursos institucionais para apoiar esses países. Mencionou que o IICA está trabalhando intensamente em campanhas de comunicação e capacitação em toda a América Central, utilizando diversos meios, como rádio, televisão, redes sociais e material impresso.
“Expresso a minha preocupação pela chegada da larva da mosca-do-berne à fronteira do México e a necessidade de medidas de precaução relacionadas com o comércio, e não devemos esquecer a importância da conscientização sobre os impactos dessa praga na produção, na saúde humana e no meio ambiente”, acrescentou Otero.
Urdaz destacou a gravidade da praga da larva da mosca-do-berne e a necessidade de um esforço conjunto e sustentado para o seu controle. Urdaz enfatizou que a erradicação dessa praga não será alcançada em um ou dois anos, e que é crucial que todos os atores envolvidos trabalhem juntos a longo prazo.
Além disso, observou que a incidência da praga continua aumentando, afetando negativamente o bem-estar animal, a saúde pública e o comércio regional e internacional. Ressaltou a importância de que os produtores estejam informados sobre a magnitude e as consequências da praga e de que inspecionem e controlem seus animais de maneira efetiva.
Monike Sánchez destacou a oportunidade única de trabalhar em conjunto e unificar critérios e mensagens para enfrentar essa praga, e enfatizou a necessidade de coordenar esforços entre a população, os produtores e todos os agentes envolvidos para compreender como a praga opera, como preveni-la e como combatê-la de maneira efetiva.
Bravo destacou a importância da colaboração entre todos os países afetados para enfrentar essa praga. Em nome do Representante da FAO na Costa Rica e Mesoamérica, expressou a necessidade de trabalhar como um bloco unido, evitando duplicidades e buscando as melhores opções para combater a doença.
Alejandra Díaz apontou que esse projeto consiste em um plano de trabalho IICA-APHIS para o desenvolvimento de capacidades em gestão e comunicação de riscos para a prevenção, controle e erradicação da larva da mosca-do-berne do gado (GBG) nos países da América Central e México.
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