
São José, 5 de maio de 2025 (IICA) — Especialistas reunidos pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) apresentaram os avanços mais recentes nos programas de melhoria genética para desenvolver variedades resistentes à doença que ameaça a produção de banana, cultivo-chave para a segurança alimentar e os meios de vida de pequenos agricultores do continente e do mundo.
A exposição foi apresentada perante mais de 190 atores do setor de produção, comercialização e pesquisa sobre banana de 22 países das Américas e da Europa, que estão em alerta pela expansão do fungo Fusarium TR4.
Essa doença se originou na Ásia, mas foi se deslocando para o Oeste e, em 2019, foi detectada nas Américas, o que soou o alarme nas zonas tropicais da América do Sul, da América Central e do Caribe, cujos países estão entre os maiores produtores e exportadores de banana do mundo.
Representantes do setor privado, acadêmico, organizações da sociedade civil, entidades estatais e organismos internacionais formaram, em 2020, a Parceria Global de Cooperação na Luta contra o Fusarium TR4, cuja secretaria técnica é exercida pelo IICA.
O evento foi organizado pela Rede de Musáceas de Fusarium Tropical Race 4 (TR4), composta por uma ampla equipe de especialistas do IICA que trabalham em conjunto. Ele contou com as exposições de especialistas do Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino (CATIE), com sede na Costa Rica, e da Agrosavia-Corporação Colombiana de Pesquisa Agropecuária.
Ambos, além de detalhar os avanços obtidos para desenvolver variedades de banana resistentes à doença, realizaram reflexões estratégicas sobre a gestão fitossanitária.
O papel da ciência
A abertura do encontro foi feita por Muhammad Ibrahim, Diretor de Cooperação Técnica do IICA, que destacou a importância do setor de bananas para a segurança alimentar global, bem como a importância da ciência para fortalecer a prevenção fitossanitária no hemisfério.
Luis Pocasangre, Diretor Geral do CATIE, expôs os avanços em programas de melhoria genética que estão desenvolvendo variedades tolerantes como o caso do que é feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e a Corporación Bananera Nacional (CORBANA), da Costa Rica, bem como o organismo francês de pesquisa e cooperação agrícola, CIRAD.
Pocasangre ressaltou que o êxito na contenção da doença dependerá do fortalecimento de capacidades técnicas, articulação regional e implementação de um enfoque integrado.
Mónica Betancourt Vásquez, Pesquisadora Sênior da AGROSAVIA, apresentou os resultados da introdução e avaliação de materiais promissores na Colômbia. A especialista concluiu que, embora existam opções genéticas promissoras, ainda não se dispõe de variedades tipo Cavendish totalmente resistentes ao TR4.
No encerramento, José Urdaz, Gerente do Programa de Sanidade Agropecuária e Inocuidade dos Alimentos (SAIA) do IICA, e Erika Soto, Coordenadora da Rede Musáceas – Foc R4T, fizeram um chamado ao fortalecimento da cooperação técnica, ao acesso facilitado ao conhecimento embasado pela ciência para a tomada de decisões e à continuidade da articulação de esforços regionais.
O encontro reafirmou o papel do IICA como facilitador técnico na região e promotor da cooperação científica, do fortalecimento de capacidades e da articulação de parcerias público-privadas para enfrentar essa ameaça que compromete a segurança alimentar e a economia de milhões de produtores rurais.
Representantes do Equador, Peru, Venezuela, Colômbia, México, Bolívia, Costa Rica, Belize, Guatemala, entre outros países, aderiram ao chamado para fortalecer uma estratégia hemisférica baseada na prevenção, inovação genética e proteção sanitária dos cultivos de banana.
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