São José, 13 de outubro de 2025 (IICA) – Um grupo de especialistas e representantes de governos, organismos internacionais e os setores privado e acadêmico se reuniram na sede central do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), na Costa Rica, para compartilhar políticas de sucesso que promovem a agricultura familiar, o acesso a tecnologias e competitividade em diferentes países das Américas, e que tenham fortalecido a governança como eixo de transformação dos sistemas agroalimentares.
O encontro, moderado por Jorge Albarracin, Vice-presidente da Junta Diretora do Banco de Desenvolvimento Produtivo (BDP-SAM), ocorreu durante o “Diálogo hemisférico sobre experiências transformadoras e escaláveis para uma nova geração de políticas públicas para os sistemas agroalimentares”, organizado pela aliança Biodiversity-CIAT, o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), o Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentares (IFPRI) e o IICA.
O primeiro caso de sucesso foi apresentado por Bruno Bocchio, Diretor de Políticas e Normatividade Agrária do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Irrigação do Peru, que sinalizou que esse país conta com 35 políticas entre as quais destaca uma lei de promoção agrária que estabelece benefícios para os pequenos produtores, excluindo-os do imposto de vendas e insertando a agricultura familiar nas cadeias globais de fornecimento; bem como a lei de promoção e desenvolvimento da agricultura familiar, que estabelece um impulso à digitalização e à sustentabilidade dos recursos naturais.
Raul Castellini, Responsável pela Área de Gerenciamento de Programas e Projetos da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, apresentou o Programa de Serviços Agrícolas Provinciais (PROSAP), que em 30 anos beneficiou mais de 250.000 produtores por meio de 140 projetos com foco na infraestrutura rural, a melhoria da competitividade para as exportações e do investimento para os produtores e o aumento na geração de empregos.
Erick Jara, Diretor Executivo de Planejamento Setorial Agropecuário do Ministério de Agricultura e Pecuária da Costa Rica, apresentou o plano setorial que promove a competitividade e a sustentabilidade agropecuária, e mencionou o Programa para uma agricultura sustentável e competitiva, com o Banco Mundial e FIDA, que se concentra em práticas como a produção de café, cana-de-açúcar e pecuária, o investimento em infraestrutura para melhorar a sustentabilidade ambiental e a participação econômica dos pequenos e médios produtores.
Mônica Martínez, Analista de Sustentabilidade da Secretaria de Pesquisas e Políticas Agrárias (ODEPA) do Chile, destacou do seu país a estratégia nacional de soberania para a segurança alimentar, que envolve oito ministérios, os planos de adaptação e mitigação ante eventos meteorológicos, a estratégia de recursos hídricos para a gestão sustentável da água e a gestão sustentável de solos.
Arlette Saint Ville, Professora Titular da Universidade das Índias Ocidentais, mencionou que para melhorar a segurança alimentar, a nutrição e a saúde pública na Comunidade do Caribe (CARICOM) foram projetados os pacotes de intervenção que abarcaram estratégias em escolas, comunidades e políticas em três países (Jamaica, São Cristóvão e Neves e São Vicente e Granadinas), em que foram realizadas ações como subsídios, escolas para mulheres agrícolas, revisão de currículos e contribuições digitais.
Yumara Soria, Consultora da Secretaria Executiva do Conselho Agropecuário Centro-americano (SECAC), mencionou a geração de grupos técnicos para articular políticas e sinalizou que contam com redes para mulheres e jovens “que são considerados eixos transversais das políticas e as estratégias que se geram no nível regional”.
Pela sua parte, Alan Hernández, Economista da Universidade Ibero-americana do México, sinalizou o programa Proagro Produtivo, para aumentar a produtividade dos agricultores, e o programa Produção para o Bem-Estar, que se concentra em pequenos e médios produtores, priorizando cultivos críticos para a autossuficiência alimentar como milho, feijão, trigo e arroz.
No setor privado, Marco Galindo, Diretor de Estudos Econômicos da Comissão Nacional da Água no México, sublinhou como desafios do setor agropecuário o impacto de eventos meteorológicos e a falta de transição geracional, e se propôs a inovação e o fortalecimento do orçamento em recursos naturais como soluções críticas.
Francisco Suasti, Especialista em Comércio Agrícola da Secretaria Geral da Comunidade Andina, enfatizou que o sucesso não depende da estrutura bem dos recursos financeiros, mas de uma governança sólida com o apoio do Estado em todo o seu conjunto, o setor privado, organizações e o setor acadêmico.
Finalmente, Denisse Murillo, Oficial Superior de Projetos de Desenvolvimento Agrícola na Secretaria da CARICOM, sinalizou os desafios do setor, como a falta de financiamento e pesquisa e desenvolvimento limitados; e pediu que as políticas impactem diretamente aos produtores.
Uma aliança estratégica para o fortalecimento do agro
Durante o encontro foi realizada a revelação de uma placa do Banco Mundial na parede “Amigos do IICA”, cerimônia em que foi referenciados alguns projetos que tem sido realizados por ambas as instituições, como o fortalecimento da agricultura familiar na Colômbia, a promoção das cadeias de valor resilientes para aves e grãos na Guiana, a elaboração de perfis de agricultura inteligente em nutrição em El Salvador e no Haiti, o apoio de propostas de desenvolvimento rural sustentável no Brasil e o fortalecimento da liderança e da participação das mulheres na agricultura e no desenvolvimento rural.
Héctor Peña, Economista Sênior do Banco Mundial, destacou a importância desta aliança estratégica e mencionou a colaboração realizada com o IICA para enfrentar a praga do fungo Fusarium R4T, que tem permitido proteger a cadeia de valor da produção da banana nos países das Américas.
Manuel Otero, Diretor Geral do IICA, destacou três eixos fundamentais que guiam a aliança com o Banco Mundial: confiança, compromisso e corresponsabilidade. “É importante continuar avançando, honrar a história, mas principalmente projetar para o futuro”, declarou.
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