Na terceira edição deste concurso, os participantes receberam um mundo virtual no Minecraft que consistia em uma cidade densamente populada e sem espaços para cultivar; com isso deviam gerar soluções inovadoras e eficientes para produzir alimentos de forma sustentável.
São José, 12 de agosto, 2025 (IICA) – Estudantes do Colégio Científico de Alajuela, Costa Rica, ganharam a terceira edição do Desafio Minecraft Education para a Agricultura, organizado nesse país pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) com o apoio de Cedes Don Bosco e da empresa Farmtastica, graças ao seu projeto virtual de design de sistemas agrícolas sustentáveis em ambientes urbanos.
A iniciativa, com foco este ano na agricultura urbana e vertical, procura aproximar jovens ao uso de novas tecnologias, bem como destacar a importância do agro e fomentar a criatividade.
No desafio, os estudantes receberam um projeto no videogame Minecraft, que consistia em um mundo com problemas de superpopulação, excesso de prédios, falta de zonas aptas para cultivos, recursos limitados de água e energia, eventos extremos como ondas de calor, chuvas torrenciais e períodos de seca, contaminação de água e ar e uma zona protegida que somente podiam utilizar se não a causassem danos.
Os jovens deviam gerar alternativas para a produção de alimentos e a conservação e restauração de espaços naturais dentro do ambiente urbano.
Maria Paula Gutiérrez, Leonardo Ramírez e Ryan Martínez, integrantes do grupo vencedor, apresentaram uma solução que implicou a criação de um galinheiro automático, terraços verdes com árvores para purificar o ar, uma fazenda de cogumelos medicinais e comestíveis que utiliza inteligência artificial, a purificação da água pluvial, bem como o uso de aquaponia para a produção de cultivos e peixes.
O projeto se destacou pela inovação no uso de bioluminescência de algas para gerar luz e purificar o ar e a implementação de um app de monitoramento de cultivos, pelo qual os cidadãos são premiados com pontos por comprar produtos cada vez que registram uma ação realizada nas hortas urbanas, estufas ou espaços de cuidado animal.
“Este desafio foi muito enriquecedor, pudemos nos conectar com a natureza e com soluções reais. Eu sempre me interessei pela agricultura e o fato de que o IICA realize estes eventos fornece uma excelente oportunidade para que mais pessoas possam se aproximar a estes temas”, sinalizou Maria Paula Gutiérrez.
A Vice-ministra de Infraestrutura de Educação do Panamá, Delia Marcela Herrera, que participou do anúncio dos times vencedores na Costa Rica expressou: “É uma honra estar aqui com vocês no IICA, levando valiosos aprendizados que podemos replicar. É inspirador ver como conseguiram despertar nestes jovens uma consciência tão profunda sobre o que está acontecendo no mundo e como, por meio do jogo, podem sustentá-la”.
“Para o IICA é fundamental que as novas gerações, os jovens, possam desenvolver habilidades digitais, que aprendam sobre a agricultura e adquiram destrezas para desenvolver e apresentar os seus projetos ante uma audiência, porque são o presente e o futuro do planeta”, destacou Emmanuel Picado, Gerente de Tecnologias de Informação e Comunicação e Agricultura Digital do IICA.
Este ano, dos 50 grupos participantes, cinco conseguiram chegar à fase final e apresentaram suas soluções ante um júri na sede central do IICA, em São José. Em total, participaram 150 estudantes de secundário de entre 12 e 17 anos de diferentes escolas da Costa Rica.
O objetivo do desafio foi fomentar nos estudantes habilidades STEAM, um foco educativo que integra ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática, ampliar o aprendizado em temas de agricultura urbana, sustentabilidade e alimentação em contextos urbanos, bem como fomentar o uso da tecnologia digital para criar modelos de produção agrícola urbana aplicáveis à vida real por meio da agricultura vertical, hidroponia e outras técnicas emergentes.
Também foi promovido o pensamento crítico e colaborativo, o trabalho em equipe, a consciência e o compromisso com a segurança alimentar e o uso eficiente dos recursos naturais.
David Ulloa, gestor tecnológico do Núcleo Eléctrico e da área de Informática da Cedes Don Bosco, expressou o seu entusiasmo por ver as novas gerações criando consciência e procurando soluções reais. “Neste desafio os jovens começaram se divertindo, mas adquiriram valiosos conhecimentos. São o futuro da Costa Rica, eles podem os levar ao futuro e implementar na vida real os inventos que criaram hoje”.
Durante o desafio, os estudantes receberam formação em temas de agricultura urbana sustentável, comunicação efetiva e uso do Minecraft Education.
Soluções inovadoras para enfrentar os desafios globais
O segundo lugar foi para estudantes da Associação Costarriquenha para o Apoio e a Atenção da Alta Dotação, Talentos e Criatividade, que apresentaram uma inovadora solução que inclui hortas comunitárias e o uso de galinhas para controle de pragas, bem como a purificação de água pluvial por meio de plantas aquáticas. Também implementaram um sistema “pega-neblina” nas montanhas para gerar água para uso agrícola e uma fazenda de trigo automática que produz pão.
O terceiro lugar foi para estudantes do Colégio Científico do Atlântico, que propuseram centros de compostagem para tratar resíduos urbanos e gerar biogás como fonte energética e combustível. Também fomentaram hortas comunitárias e o cultivo de árvores modeladas para crescer unidas às paredes dos prédios, e gerar frutas e oxigênio em espaços reduzidos.
O quarto lugar foi para jovens do Colégio Científico de San Vito, que propuseram o uso de pintura de dióxido de titânio nos terraços para reduzir contaminantes, pântanos para purificar efluentes, iluminação pública com luz solar e um trem de via dupla para transportar alimentos e pessoas. Também promoveram a agricultura urbana por meio de kits de jardinagem e tetos verdes para comunidades de baixos recursos.
Finalmente, o quinto lugar foi para o Colégio Científico Los Santos de Puriscal, cujo projeto sugeria o uso de hidroponia para absorver dióxido de carbono e melhorar a qualidade do ar, tanques de armazenamento para separar resíduos e um biofiltro que purifica a água para poder cultivar nos terraços.
Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
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