Calgary, Alberta, Canadá. 18 de junho de 2025 (IICA) — Líderes do setor agropecuário de todo o mundo, funcionários de organismos internacionais, representantes do setor privado, acadêmicos e estudantes reunidos no Canadá chamaram a atenção sobre a crescente importância da agricultura para o futuro da humanidade e exortaram a trabalhar de forma cooperativa para enfrentar os desafios enfrentados pelo planeta.
O primeiro Foro Hemisférico sobre Agricultura e Segurança Alimentar, organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) com apoio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), foi realizado na província canadense de Alberta de maneira simultânea com a Cúpula do G7, que reuniu na mesma província os chefes de Estado e de Governo dos países com as economias mais avançadas do mundo.
O Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, foi um dos oradores do foro, o qual foi realizado em duas jornadas no Olds College de Agricultura e Tecnologia, uma universidade agrícola líder no Canadá, que tem estudantes de 36 países e um campus com uma fazenda inteligente e um laboratório de alta tecnologia para a pesquisa agrícola em uma área de 1.500 hectares.
“Cultivando hoje a agricultura e a segurança alimentar de amanhã”, foi o título do encontro, que se propôs instalar na agenda pública o papel da agricultura como parte da solução aos desafios globais, em um momento em que a Cúpula do G7 atraiu a atenção mundial para a província de Alberta, Canadá.
Manuel Otero, Diretor Geral do IICA.
O evento, que foi uma celebração do trabalho cotidiano dos agricultores, contou com mais de 50 expositores que discutiram temas como o papel da ciência e da inovação na transformação agrícola, na elaboração de políticas públicas, comércio e integração, mercados de carbono e saúde dos solos.
Jason Hale, Vice-Ministro da Agricultura e Irrigação de Alberta; Debbie Thompson, Presidente do Olds College; e Gerardine Mukeshimana, Vice-Presidente do FIDA, participaram da cerimônia de abertura da conferência, juntamente com Manuel Otero e o Representante do IICA no Canadá, Jean-Charles Le Vallée.
Na ocasião foi homenageada como Líder da Ruralidade das Américas a senadora canadense Mary Robinson, que foi Presidente da Federação Canadense de Agricultura (CFA), a qual representa cerca de 200.000 agricultores no país, e é Vice-Presidente da Federação Mundial de Agricultores (WFO).
Robinson é a sexta geração familiar dedicada à agricultura na Ilha do Príncipe Eduardo, no leste do Canadá.
“É uma grande honra ser homenageada pelo IICA, pois, de várias formas, a agricultura está no centro de toda a minha vida. Temos que deixar muito claro que a agricultura tem uma enorme importância para a prosperidade e para a paz no mundo. É imprescindível que os agricultores continuem nas zonas rurais fornecendo alimentos, combustíveis e fibras para a humanidade”, afirmou Robinson.
OS DESAFIOS DA AGRICULTURA
“Devemos ser conscientes de que, sem agricultura, não há alimentos. Alberta é uma província fundamentalmente agrícola; aqui a agricultura é a indústria mais antiga, e continua a ser essencial. Hoje os agricultores continuam a trabalhar duro, embora enfrentem desafios cada vez maiores, de secas a maiores custos de produção. Por isso estamos fazendo grandes esforços para fazer investimentos que melhorem a infraestrutura que os agricultores usam”, disse Jason Hale em nome do governo da província de Alberta.
“Não poderíamos imaginar um lugar e um momento melhor para fazer esta reunião sobre agricultura sustentável do que quando os líderes políticos do G7 estão reunidos aqui perto. Temos um forte compromisso com a resiliência e o bem-estar dos agricultores”, afirmou Debbie Thompson, Presidente do Olds College, que considerou que as tecnologias estão mudando a agricultura e ressaltou as variações climáticas, as barreiras comerciais e a escassez de mão de obra como os principais desafios que a atividade enfrenta.
“Temos uma responsabilidade especial como continente, de modo que é necessário que estejamos mais unidos. A heterogeneidade das Américas não é uma debilidade; é a nossa força. A agricultura tem uma função indelegável: aumentar a produtividade e a competitividade. Isso foi histórico e continuará sendo”, disse o Diretor Geral do IICA.
Otero enfatizou que um em cada três produtos alimentares comercializados no mundo vem do continente americano, de modo que ele é o avalista da segurança alimentar e da sustentabilidade ambiental do planeta. Neste sentido afirmou que a agricultura tem hoje a obrigação de se transformar para enfrentar múltiplas crises e lembrou que, em outros momentos históricos de enorme dificuldade, como durante as guerras mundiais ou a grande depressão, sempre esteve à altura das circunstâncias.
O Diretor Geral do IICA também exaltou o papel dos agricultores: “Além de produtores, são os guardiões dos territórios e os protetores da biodiversidade. É necessário que sejam bem remunerados, que tenham acesso ao financiamento e que sejam elaboradas as políticas públicas adequadas”, concluiu.
Otero compartilhou um painel com Zulfikar Mustapha, Ministro da Agricultura da Guiana e titular do grupo ministerial da Comunidade do Caribe (CARICOM) dedicado à questão alimentar.
“Tenho presenciado como o setor agrícola foi sendo transformado nos últimos anos, por meio de práticas sustentáveis e pela incorporação de novas tecnologias, que nos oferecem novas oportunidades, apesar das dificuldades. Hoje é possível melhorar a produtividade e, ao mesmo tempo, conservar o ambiente”, disse Mustapha.
Jean-Charles Le Vallée, Representante do IICA no Canadá.
O Ministro da Guiana mencionou a importância do setor público: “Se quisermos que os agricultores produzam mais e acabar com a fome, os governos devem tomar medidas ousadas. A agricultura precisa mudar para se adaptar a condições mais difíceis, e as comunidades rurais precisam de políticas públicas melhores”.
Mukeshimana, do FIDA, disse que a segurança alimentar está sob uma pressão cada vez maior pelos conflitos armados, a mudança do clima e as crises econômicas, clamando pelo trabalho conjunto: “É o momento de uma maior colaboração e ação não só entre países, mas entre setores, o que inclui universidades, o setor privado e a sociedade civil. Devemos investir em soluções práticas para preservar nossos sistemas agroalimentares. Já demonstramos que podemos trabalhar juntos, quando a necessidade é grande”.
Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int
