Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Seguros agropecuários

Países que integram o Conselho Agropecuário do Sul (CAS) avançam, com o Banco Mundial e o IICA, na criação de um seguro para eventos climáticos extremos que afetam a produtividade agropecuária

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O seguro de riscos para eventos climáticos foi o tema central da reunião da Rede de Coordenação de Políticas Agropecuárias (REDPA), que reuniu, no Escritório do IICA em Brasília, diretores e equipes técnicas dos ministérios da agricultura dos seis países do CAS, com a participação do Ministro uruguaio Luis Alfredo Fratti (centro).

Brasília, 27 de novembro de 2025 (IICA) – Os países do Cone Sul avançam na proposta de um seguro de riscos para eventos climáticos que afetam a produtividade agropecuária e os meios de vida dos produtores.

O projeto, que está sendo elaborado com o Banco Mundial, foi discutido em Brasília por representantes de Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. Essas nações fazem parte do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), foro de integração regional coordenado tecnicamente pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

O Ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Luis Alfredo Fratti, juntou-se à discussão dos detalhes do seguro, que foi o tema principal de uma reunião da Rede de Coordenação de Políticas Agropecuárias (REDPA), formada pelos diretores de políticas agropecuárias e pelas equipes técnicas dos ministérios da agricultura dos seis países do CAS.

O Escritório do IICA em Brasília foi o lugar onde ocorreu a discussão dos detalhes de elaboração e implementação do seguro de riscos agropecuários no Cone Sul, aproveitando-se a presença na cidade das delegações dos países que participaram na Conferência dos Ministros da Agricultura das Américas 2025, organizada pelo Governo Brasileiro e pelo IICA.

O seguro está sendo estudado por meio de simulações que já estão sendo realizadas para a cobertura de perdas agropecuárias provocadas por secas no Brasil e no Uruguai.

A proposta toma como base do risco a ser transferido os eventos que têm uma probabilidade de ocorrência de 1/20 e que estão sendo estudados com seguradoras, analistas de mercados e peritos jurídicos em acordos internacionais. O seguro seria gerido em cada país pelos ministérios da agricultura, encarregados do apoio aos produtores afetados.

Políticas públicas e produtividade

Na reunião, também foi apresentado um conjunto de estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que revelam que a produtividade agropecuária na América Latina e no Caribe registrou um crescimento regional acumulado perto de 40% entre 2000 e 2015, quando pareceu entrar em rota de desaceleração.

Paolo de Salvo, Especialista Sênior em Agricultura e Desenvolvimento Rural do BID, sintetizou os principais resultados das pesquisas, focadas na relação entre políticas públicas e produtividade.

Destaca-se da análise que o crescimento nos últimos 50 anos da produção da agricultura da América Latina e do Caribe (ALC) foi superior à média mundial, devido sobretudo aos incrementos na produtividade (via maior eficiência ou incorporação de novas tecnologias). A desaceleração recente propõe múltiplos desafios e interrogativas.

Observa-se, neste sentido, que as políticas de distorções de preços têm um impacto negativo sobre a produtividade agropecuária, enquanto os apoios diretos e os investimentos públicos em pesquisa e desenvolvimento têm um impacto positivo.

“Na região, o gasto público agropecuário representa só 5% do PIB agrícola. A maioria dos países da América Latina e do Caribeinveste menos de 1% do PIB agropecuário em pesquisa e desenvolvimento”, observou Salvo.

Entre as recomendações, destacou-se que é necessário reduzir distorções de preço que geram efeitos negativos na produtividade; focar no apoio a incentivos diretos que melhorem a produtividade e facilitem a adaptação e resiliência; e reforçar e dar continuidade aos investimentos em bens públicos agropecuários – como pesquisa, inovação, sanidade e infraestrutura – que aumentem a produtividade nolongo prazo.

Na reunião, a equipe da REDPA abordou, ademais, um conjunto de temas priorizados no nível regional, como a situação atual do Regulamento 1115/2023 (UE), do acordo Mercosul-União Europeia e da elaboração de um projeto de cooperação técnica entre países do CAS sobre o problema da mosca-da-fruta.

Também foram revisadas as ações dos seis grupos técnicos da REDPA em 2025. Foram analisados, em particular, os progressos do Grupo de Trabalho sobre Políticas Públicas e Mudança do Clima, que está concentrado na melhoria de metodologias para medir emissões e absorções de carbono na agricultura, tarefa que tem financiamento do BID. O objetivo é criar um roteiro para uma estratégia regional em melhorias metodológicas para medições de emissões e absorções.

Além do Ministro Fratti, participaram do encontro Verónica Durón, Diretora do Escritório de Programação e Política Agropecuária (OPYPA) do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai (MGAP); Gerardo Petri, Diretor de Negociações Multilaterais da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina (SAGyP); Andrea García, Diretora do Escritório de Estudos e Políticas Agrárias do Chile (ODEPA); Liliana Miranda, Diretora de Planejamento do Ministério da Agricultura e Pecuária do Paraguai (MAG); Paulo Márcio, especialista em relações internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (MAPA); Javier Dufourquet, Adido Agrícola do Conselho Agrícola da Embaixada Argentina em Brasília; e Gabriel Delgado, Secretário Técnico do CAS e representante do IICA no Brasil.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

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