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Um grupo de 75 brigadistas da Costa Rica se capacitam em voo de drones para reduzir o hiato digital no combate a incêndios florestais

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Estiveram representadas na capacitação sete brigadas voluntárias de combate a incêndios florestais do Pacífico Seco e da região Chorotega da Costa Rica, sendo a atividade também acompanhada por funcionários do SINAC-MINAE como guardas florestais, gestores e pessoal relacionado à área de gestão de incêndios.

Guanacaste, Costa Rica, 7 de maio de 2025 (IICA) — Um total de 75 brigadistas da Área de Conservação Guanacaste, na Costa Rica, capacitaram-se na gestão e voo de drones com a intenção de reduzir o hiato digital no combate a incêndios florestais.

A atividade, denominada “Bombeiras e bombeiros a voar”, foi organizada pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e contou com o apoio da Área de Conservação Guanacaste, que pertence ao Sistema Nacional de Áreas de Conservação (SINAC), o qual, por sua vez, é subordinado ao Ministério de Ambiente e Energia (MINAE) da Costa Rica.

Essa jornada de formação foi realizada durante a comemoração do Dia do Bombeiro e Bombeira Florestal, data que reconhece e valoriza o compromisso, esforço e valentia dos que dedicam seu trabalho à luta contra incêndios florestais e à proteção dos recursos naturais.

Constou de sessões teóricas e práticas em que os participantes foram instruídos em conceitos de segurança, legislação, história e aplicações de veículos aéreos não tripulados, ou drones.

“Essa é uma tecnologia em crescimento, mas que possui um hiato quanto à familiaridade dos usuários em potencial. No IICA, mediante nosso Laboratório de Fabricação Digital e Inovação Comunitária (FabLab-LINC), desejamos aproximar os usuários, como bombeiras e bombeiros florestais, a tecnologias assim”, afirmou Jonathan Castro, Coordenador do FabLab.

“A demonstração abordou a legislação do país que regula o uso de drones e os conceitos de segurança, com ênfase nas potenciais aplicações. Depois disso, utilizando drones leves, foram realizados voos de prática, conforme o permitido pelas normas de aviação e critérios de segurança”, complementou.

Estiveram representadas na capacitação sete brigadas voluntárias de combate a incêndios florestais do Pacífico Seco e da região Chorotega da Costa Rica, sendo a atividade também acompanhada por funcionários do SINAC-MINAE como guardas florestais, gestores e pessoal relacionado à área de gestão de incêndios. Do total de participantes, 35 são bombeiras florestais.

 A Área de Conservação Guanacaste está localizada no noroeste da Costa Rica, na província de Guanacaste, sendo composta pelos parques nacionais Santa Rosa, Guanacaste e Rincón de la Vieja, além da Estação Experimental Florestal Horizontes e o Refúgio de Vida Silvestre Bahía Junquillal.

“A capacitação foi superimportante, e nos permitirá atuar a partir de outra perspectiva, usando a tecnologia para chegar mais facilmente aos incêndios ou saber o momento em que ele pode ser combatido e por onde. Nosso anseio é ver a todas as brigadas sendo capazes de pilotar um drone em suas comunidades, uma vez que eles são como nossos olhos, nos avisando de incêndios mais próximos”, contou María Luisa Arias, funcionária da Área de Conservação Guanacaste, no programa Gestão Integral de Incêndios.

“Sermos considerados para a implementação desse tipo de tecnologia é muito motivador, especialmente para nós, de comunidades afastadas. O uso de drones pode marcar a diferença no combate a incêndios, na vigilância, para cuidar dos bombeiros florestais e das áreas de conservação e na otimização do deslocamento de pessoal”, acrescentou Iris Alicia González, da brigada de Colonia Bolaños, no distrito de La Cruz.

Por sua vez, Juan Paulo Gazo, guarda florestal da Área de Conservação Guanacaste, revelou que a capacitação foi uma “grande experiência”, permitindo “adquirir novos conhecimentos para implementar esse tipo de ferramentas no controle de incêndios florestais e, com drones mais especializados, estar diretamente no lugar ou contar com guias e orientações para ver pontos de emissões de fumaça ou incêndios”.

Na sessão teórica, os participantes foram instruídos em conceitos de segurança, legislação, história e aplicações de drones.

Esforço de alcance hemisférico

Esse evento educativo faz parte da iniciativa Bombeiros Agroflorestais das Américas, criada em março deste ano pelo IICA com o propósito de apoiar os esforços voltados a educar, prevenir, combater e liquidar o problema de incêndios florestais no continente americano.

Ela é composta por seis módulos de ação, com os quais se busca abordar os hiatos de conhecimento, prevenção, resposta rápida e resiliência comunitária perante incêndios florestais, mediante um enfoque que integra capacitação, tecnologia, equipamentos especializados e participação local.

A iniciativa se torna substancial, porque segundo dados do Global Wildfire Information System (GWIS), só no ano passado o continente americano contabilizou uma área de 952.074,53 km2 consumida por incêndios florestais, ou seja, 2,24% de sua extensão.

“Esse aumento é equivalente à extensão total do Equador. Foram queimados 231.960,80 km2 a mais em relação à média dos últimos 12 anos. Por essas razões, o IICA já está implementando a iniciativa, s qual terá intervenção em diversos países do continente como Chile, Uruguai, México, América Central e Canadá”, complementou Castro.

Dos incêndios florestais, 18,7% ocorreram em florestas; 23,6% em savanas; e 20,7% em outras áreas. Em sua maioria (30,7%), aconteceram em matagais e pastos; e 6,3% afetaram terras de cultivo. Isso representa um impacto em quase seis milhões de hectares (5.966.021) de terras cultiváveis em todo o continente.

Principalmente a mudança do clima está fazendo com que as temporadas de incêndios florestais sejam cada vez mais imprevisíveis, o que também se soma ao uso e abuso humano do fogo, convertendo esses fenômenos em sérias ameaças para muitas florestas e sua biodiversidade.

Entre os principais macroimpactos decorrentes de incidentes desse tipo — e que se mostram irreparáveis — estão milhões de toneladas de carbono que retornam à atmosfera após décadas de sequestro pelas florestas ou pela biomassa, a erosão do solo, a perda de biodiversidade, interrupções de serviços públicos essenciais (eletricidade, água potável, conectividade, transporte) e impactos na qualidade do ar e na saúde humana, entre outras.

 Com iniciativas dessa natureza, o IICA reafirma o seu compromisso com a inovação tecnológica, a formação de capacidades locais e a conservação ambiental, contribuindo ativamente para a sustentabilidade dos territórios rurais da América Latina e do Caribe.

Os bombeiros e bombeiras florestais utilizando drones leves em voos de prática.

Mais informação:
Jonathan Castro, Coordenador do FabLab do IICA.
jonathan.castro@iica.int

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