AGRO-INNOVA, projeto da UE e do IICA, um motor da mudança e da esperança para mais de 4.000 produtores do Corredor Seco Centro-Americano
São José, 31 de outubro de 2024 (IICA). “O projeto AGRO-INNOVA nos ajudou a ter uma melhor condição de vida, diversificar nossos lotes, a alcançar uma sustentabilidade bem-sucedida das famílias e uma melhoria na segurança alimentar. Hoje somos agricultores com uma mentalidade positiva que podemos colher mais coisas no futuro”.
Essas palavras são de Catalina López, uma líder produtora da Guatemala, que falou no evento de encerramento da iniciativa Sistemas Agroflorestais Adaptados para o Corredor Seco Centro-Americano (AGRO-INNOVA), financiada pela União Europeia (UE) e executada pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) que, desde 2019, promove o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza em populações rurais na região.
Seu testemunho é um reflexo fiel do impacto dos mais de US$ 6,4 milhões do projeto que beneficiou 4.000 produtores e produtoras nestes últimos cinco anos, focando também na melhoria da resiliência climática e na segurança alimentar dos pequenos produtores mediante o uso de tecnologias para a produção de cultivos básicos e da pecuária para preservar a biodiversidade, aumentar a produtividade e melhorar a qualidade de vida das famílias no Corredor Seco Centro-Americano.
Trata-se de uma zona altamente vulnerável a eventos climáticos extremos, onde longos períodos de seca são seguidos por chuvas intensas que afetam severamente os meios de vida e a segurança alimentar das populações locais.
A reunião, na qual se apresentaram as principais realizações e resultados de AGRO-INNOVA e que contou com o apoio em pesquisa aplicada do Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino (CATIE), foi realizada na sede central do IICA e reuniu mais de 150 participantes, entre autoridades, produtores, técnicos e representantes de 21 entidades público-privadas da Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Panamá, parceiros estratégicos do projeto.
Impacto e vozes dos protagonistas
O projeto, teve interviu em 33 territórios no Corredor Seco Centro-Americano e impactou um total de 109 localidades, oferecendo assistência técnica direta a 1.083 produtores.
Por meio de uma sólida gestão do conhecimento e do fortalecimento de capacidades, os mais de 4.000 agricultores familiares e um total de 47 organizações de produtores conseguiram implementar e dimensionar inovações em Sistemas Agroflorestais Adaptados (SAF), o que contribuiu para melhorar sua produtividade, segurança alimentar e resiliência à mudança do clima.
E a produção mediante os SAF permitiu aos países da região obter experiências de altamente valiosas, como o manejo e aproveitamento florestal de propriedades rurais; a recuperação e conservação de solos; o uso e eficiência dos recursos hídricos para a produção; e as boas práticas agrícolas.
Graças a essas práticas, promoveu-se o aproveitamento de tecnologias como a produção de bioinsumos; o manejo e conservação de solos; a intensificação de cultivos; a propagação de material genético vegetal; a diversificação produtiva florestal; a melhoria genética animal; o manejo pós-colheita e a conservação de alimentos; e a implementação de sistemas de coleta de água e irrigação em pequena escala.
Os produtores líderes e os parceiros estratégicos do projeto em âmbito nacional tiveram um papel protagonista, contribuindo desde a pesquisa aplicada, a transferência e a extensão agropecuária de 73 soluções tecnológicas em SAF e 34 estratégias de assistência técnica diferençada para projetos com organizações de produtores, nas mais de 100 comunidades rurais impactadas.
“Isso mudou o nosso chip, o AGRO-INNOVA causou impactos em toda a América Central, estamos comprometidos em dar-lhe acompanhamento, replicando o conhecimento que adquirimos”, comentou Orlando Jiménez, produtor líder do Panamá.
No âmbito regional e com incidência nacional e local, a iniciativa conseguiu socializar instrumentos e mecanismos em gênero e juventude como Mulheres empoderando mulheres, estratégias de capacitação com enfoque de igualdade de gênero, o Desafio Agricultura Jovem 4.0, para a reinserção da juventude rural nas economias rurais, o vínculo do potencial da teledetecção e da análise geoespacial ao Programa Copernicus da UE e as estratégias de gestão de conhecimento e formação de capacidades.
“Estou muito agradecida pelo IICA, a UE e os técnicos, por toda a equipe do AGRO-INNOVA. Para mim, ele foi o projeto mais bem-sucedido. Estava desanimada com os outros projetos, quando este chegou, considerei muito antes de adotá-lo, mas vi que tinha boas coisas; os outros e a família, não queriam, estavam relutantes. Com o projeto, ensinaram-nos a engatinhar e andar, e vamos correr! Nós nos comprometemos a formar novos produtores e a materializar o relevo geracional para gerar receitas e aumentar a qualidade de vida”, revelou Katy Moncada, produtora líder de Honduras às autoridades presentes.
“Obrigado por acreditarem em nós, por nos ensinarmos, foi um investimento, demos pequenos passos com a tecnologia, o conhecimento, e nos sentimos acompanhados para o caminho do sucesso”, apoiou Karol Solís, produtora líder da Costa Rica.
Compromisso e apoio com os desafios futuros
No ato de encerramento, as principais autoridades presentes também ressaltaram a relevância do projeto e destacaram seu apoio para continuar promovendo ações nessa mesma linha.
“O projeto é exemplo de que o que pode ser feito entre o IICA e a UE é transformador, com a participação de vocês (produtores) e a paixão por seu trabalho: vocês são os atores da mudança. Queremos contribuir para melhorar a resiliência climática e a segurança alimentar da região, e projetos assim proporcionam esperança, são uma amostra do que se pode fazer com boas práticas agrícolas, e esperamos oferecer mais recursos para mudar vidas e para que possam continuar na atividade agrícola”, afirmou o Embaixador de União Europeia na Costa Rica, Pierre-Louis Lempereur.
“Precisamos de projetos como esse, que percebem as inovações tecnológicas que contribuem para proporcionar uma vida mais digna nas zonas rurais e vê-las como zonas prósperas, onde são gerados empregos e em que os produtores, com suas famílias, possam permanecer no lugar que mais amam, a terra, sobretudo em uma região como América Central, onde há 2,4 milhões de agricultores familiares e é uma das regiões mais vulneráveis à crise climática. São necessárias boas práticas, conhecimentos de ponta e ancestrais para sermos bem-sucedidos nessa tarefa”, complementou Manuel Otero, Diretor Geral do IICA.
O Ministro da Agricultura e Pecuária da Costa Rica, Víctor Carvajal, sublinhou, por sua vez, que “graças à cooperação e à boa implementação do IICA, logrou-se plantar uma semente em mais de 4.000 produtores, e que esperamos que essa semente continue a crescer e a se difundir”, gerando um impacto substancial e efeitos multiplicadores nos países da região.
Odette Varela, Diretora Executiva do Centro Nacional de Tecnologia Agropecuária e Florestal (CENTA) de El Salvador, um dos parceiros nacionais do projeto, especificou que “o objetivo de contribuir para a melhoraria da resiliência climática e da segurança alimentar dos participantes foi alcançado” e enfatizou esse feito em seu país.
“Em El Salvador, foram capacitados 1.680 produtores, dos quais, 577 mulheres; e participaram 359 jovens; fazendo com que 936 agricultores saltassem para inovações do modelo SAF em mitigação e adaptação à mudança do clima. Com produtores líderes, foram estabelecidos 15 lotes-modelos, onde foram promovidas a construção de reservatórios para a coleta de água e se estabeleceram duas instalações de produção de bionsumos. Foram registrados 403 hectares com tecnologias multiestrato”, explicou.
Por sua vez, Pedro Avendaño, Coordenador Regional do AGRO-INNOVA, concluiu que o projeto alcançou seus objetivos e resultados por meio de sinergias e esforços desde as propriedades rurais de produtores até os esquemas de trabalho dos parceiros públicos e privados, ajustando as estratégias às condições e necessidades particulares de cada um dos países. “Hoje podem ser vistas mudanças muito positivas e transformadoras nos produtores, organizações de produção e equipes técnicas de campo”, finalizou.
Mais informação:
Pedro Avendaño Soto, Coordenador Regional do Projeto AGRO-INNOVA.
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