Soluções baseadas na natureza são o caminho para a resiliência das comunidades rurais, asseguram em debate promovido pela Commonwealth na COP29, com participação do IICA
Baku, Azerbaijão, 21 de novembro de 2024 (IICA) - As soluções baseadas na natureza oferecem um grande potencial para a mitigação e adaptação à mudança climática, especialmente para as comunidades rurais dos países do Caribe e outros pequenos estados insulares.
Foi o que indicaram especialistas em um evento organizado durante a COP 29 pela Commonwealth of Nations (a Comunidade de Nações, originalmente criada como Comunidade Britânica de Nações) ao que foi convidado o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), pela sua trajetória em projetos que favorecem a resiliência dos sistemas agroalimentares.
O organismo hemisférico tem realizado um papel destacado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 29), que ocorre com 65.000 pessoas credenciadas de quase 200 países na cidade de Baku, Azerbaijão, até esta sexta-feira 22 de novembro.
O painel, que tratou o projeto e implementação de soluções de infraestrutura baseadas na natureza, ocorreu no pavilhão pela Coalizão para Infraestrutura Resiliente a Desastres (CDRI), uma organização que reúne países, agências da ONU, organismos multilaterais de financiamento, representantes do setor privado e instituições acadêmicas, com o objetivo de promover obras que favoreçam a adaptação a crescente frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos.
Muhammad Ibrahim, Diretor de Cooperação Técnica do IICA, foi um dos oradores. Junto com ele participaram Mxsolisi Sibanda, Assessor Climático do Secretariado da Commonwealth; Deepa Pullanikkatil, Assessora Financeira das Fiji, Leaba Gaunavinaka, Especialista em Adaptação do Ministério de Meio-Ambiente e Mudança Climática das Fiji; e Othniel Yila, Assessor Financeiro da Uganda.
Vulnerabilidade dos estados insulares
A Commonwealth é uma associação voluntária de 56 nações do mundo que compartilham laços históricos com o Reino Unido. Os países do Caribe que formam parte são Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e as Granadinas e Trinidade e Tobago. O Canadá também é parte da Commonwealth.
Durante o encontro foi afirmado que enquanto a mudança climática se acelera, a natureza oferece poderosos meios de adaptação e mitigação, particularmente em nações severamente impactadas por fenômenos extremos como os pequenos estados insulares ou países em desenvolvimento da Commonwealth.
O debate mostrou os resultados de um dos primeiros projetos baseados na natureza na República das Fiji, país insular do Pacífico fortemente vulneráveis à mudança climática, e chamou atenção sobre aspectos de projeto, colaboração entre diferentes ministérios e organismos internacionais, bem como sobre a importância das políticas públicas.
Ibrahim enfatizou que as lições aprendidas em outras regiões do mundo podem ser aplicadas no Caribe, uma das áreas mais vulneráveis do mundo à mudança climática.
“O IICA vêm trabalhando fortemente nos países do Caribe em soluções baseadas na natureza para construir resiliência. Sabemos que a conectividade entre as paisagens e a infraestrutura verde podem ser parte da solução. Também pesquisamos quais são as melhores espécies que podem ser utilizadas, porque muitas vezes há pouca informação e ainda há um caminho por percorrer para entender profundamente as ameaças e as resistências”, disse Ibrahim.
O Diretor de Cooperação Técnica do IICA se concentrou na centralidade dos manguezais para a proteção dos sistemas litorais nas ilhas do Caribe e para a absorção de carbono da atmosfera.
“Trabalhamos para melhorar a renda das comunidades, que muitas vezes no Caribe dependem da pesca. Com respeito aos sistemas agrícolas, colaboramos para melhorar práticas para a conservação dos solos e aumentar a produtividade, além de fornecer ferramentas digitais para que os produtores tenham acesso à melhor informação”, revelou.
Ibrahim contou, também, que o IICA se envolve, no nível nacional, na discussão das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, em inglês), que refletem os compromissos climáticos de cada país, para enfatizar a contribuição de boas práticas como a semeadura direta, que tornam a agricultura parte da solução.
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