Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Agricultura

Ações preventivas: a chave para enfrentar avanço de doenças animais e evitar impacto na segurança alimentar das Américas, asseguram especialistas no Comitê Executivo do IICA

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Especialistas do SAG do Chile, OMSA, OIRSA, PAHIS-USDA e o Comitê Veterinário Permanente do Sul apresentaram as realidades que se vivem na região e incitaram a fortalecer os sistemas de vigilância e resposta rápida ante emergências sanitárias.

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São José, 24 de julho de 2024 (IICA) – Especialistas dos serviços de sanidade animal nacionais e regionais dos países das Américas asseguraram que as ações preventivas são fundamentais para deter o avanço de doenças animais que podem afetar a segurança alimentar na região.

Especialistas em sanidade se reuniram durante a sessão anual do Comitê Executivo do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em um encontro que convocou Carlos Orellana Vaquero, Chefe de Proteção Pecuária do Serviço Agrícola e Pecuário do Chile (SAG) e Presidente pro tempore do Comitê Veterinário Permanente do Cone Sul (CVP); Luis Barcos, Representante Regional da Organização Mundial de Saúde Animal para as Américas (OMSA); Abelardo de Gracia, Diretor Regional de Saúde Ambiental do Organismo Internacional Regional de Sanidade Agropecuária (OIRSA); e Eric Coleman, Diretor de Programas de Emergência do Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal (APHIS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Os especialistas discutiram as estratégias e políticas necessárias para fortalecer os serviços de sanidade animal na região e concordaram que a prevenção e o controle dessas doenças não só protegem a saúde pública, mas também são essenciais para manter a estabilidade dos sistemas alimentares e garantir o acesso a alimentos seguros e nutritivos para a população.

Orellana, que entrou em detalhes sobre a doença da gripe aviária, expressou que um controle efetivo das doenças animais abre a possibilidade de trabalhar de forma articulada, com visão de equipe. Também adicionou que é vital se preparar em tempos de tranquilidade para gerar capacidades de reação oportuna e criar sensibilização dos atores políticos.

“A principal ameaça que a região enfrenta quando falamos de prevenção dessas doenças está nos orçamentos que as autoridades sanitárias animais gerenciam, que limitam a forma em que podem agir. É necessário formar uma aliança público-privada potente”, adicionou.

Luis Barcos, da OMSA, que falou sobre a peste suína africana que atualmente afeta o Haiti e a República Dominicana, sinalizou que neste momento os esforços devem se concentrar em evitar a propagação da doença, e por isso os países da região estão em obrigação de gerar uma interação sustentável entre os setores privado e público para que o papel de cada um esteja claro.

Adicionou que ante a ameaça dessa doença as autoridades competentes devem permanecer em constante diálogo e criar planos evitando uma possível propagação.

Também com relação a peste suína africana, Erick Coleman (que participou de forma virtual) reconheceu a importância de trabalhar com as comunidades para ajudar a construir capacidades para a vigilância e o controle da doença.

 “O IICA tem sido um valioso aliado no trabalho e atividades para evitar o avanço dessa doença. Realiza um papel central para organizar as reuniões entre países do Caribe e os ministros de agricultura para fechar brechas com respeito às necessidades dos serviços veterinários”, assegurou o Diretor do Programa de Emergência do Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal (APHIS) do USDA.

Sobre a afetação da saúde animal e humana provocada pela presença da larva da mosca Cochiliomyia hominivorax em Panamá, Costa Rica e Nicarágua, Abelardo de Garcia asseverou que os trabalhos atuais se concentram na contenção para evitar o avanço da doença ao norte do continente; sem deixar de lado a que se requer dos países que poderiam ser afetados.

“Estamos definindo uma zona de proteção onde a vigilância passiva e ativa tem um papel vital.  Acreditamos que o apoio e a ressonância de instituições como o IICA farão a diferença sobre o suporte em treinamentos, tanto para prevenção como mitigação”, adicionou De Gracia.

 

Segunda

 

Apoio das autoridades

O painel também contou com a presença de Laura Suazo, Secretária de Agricultura e Pecuária de Honduras; Fernando Mattos, Ministro de Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai e Presidente da Junta Interamericana de Agricultura (JIA), o máximo órgão de governo do IICA; e Manuel Otero, Diretor Geral do Instituto. Eles enfatizaram a importante participação do setor oficial para parar o avanço das doenças animais que colocam em risco a segurança alimentar e a saúde humana nas Américas.

De acordo com Suazo o uso da tecnologia de informação é vital para que os países da região tenham informações atualizadas sobre esses temas e possam criar uma estratégia regional para evitar a propagação das doenças através de fronteiras.

“Desde Honduras lançamos um programa de prevenção e treinamento para produtores e está dirigido a todos os atores que se dedicam a atividade pecuária; isso pode ser replicado em outras nações da América Central. Deve existir um alerta regional forte para este assunto, uma convocatória a guardar nosso próprio orçamento para esta emergência contínua que representam as doenças transfronteiriças”, enfatizou Suazo.

Fernando Mattos destacou que a afetação pelas doenças animais gera grandes perdas econômicas em toda a região, e isso representa um retrocesso sanitário.

“É necessário colaborar, contribuir, cooperar e gerar todos os recursos necessários para reverter esta situação.  Devemos aprender dos erros e corrigi-los.  Do IICA e do Uruguai o trabalho é árduo e comprometido para a propagação de doenças animais que ao final também afetam aos humanos”, disse Mattos.

Manuel Otero, Diretor Geral do IICA, declarou que essa afetação é transnacional e por tanto a resposta deve ser mancomunada, com esforços de todos os países das Américas.

“Existe a necessidade de uma ação concentrada de todos os organismos internacionais, trabalhando em função de uma abordagem claramente regional.  É necessário dar força e impulso a soluções de curto prazo, para enfrentar o tema com a seriedade que merece”, finalizou.

 

 

 

 

 

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