Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

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A África e a América Latina e o Caribe frente à Cúpula de Sistemas Alimentares 2021: uma oportunidade para se garantir uma agricultura mais eficiente e inclusiva

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O IICA participou de um encontro para a troca de ideias e experiências sobre como garantir alimentos mais seguros e nutritivos para a população mundial, promovido pela Rede Global de Jovens por uma Agricultura Climaticamente Inteligente (CSAIN, sigla em inglês), que tem sede na África.

Csayn

São José, 17 de maio de 2021 (IICA) – O mundo deve caminhar irreversivelmente para uma agricultura mais sustentável que garanta a segurança alimentar, ao mesmo tempo em que favorece a inclusão social, gera menor impacto ambiental e oferece oportunidades para os habitantes das zonas rurais, especialmente mulheres e jovens.

Foram estas as ideias centrais do diálogo “Victory Gardens como um modelo para melhorar a segurança alimentar e a agricultura sensível à nutrição”, que teve a participação de organizações, especialistas e ativistas de diversos países e foi organizado como uma preparação para a Cúpula Mundial sobre Sistemas Alimentares 2021 convocada pelo Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres.

O encontro, que reuniu representantes de diversos continentes e do qual o IICA participou, foi promovido por Ntiokam Divine, fundador e Diretor da Rede Global de Jovens por uma Agricultura Climaticamente Inteligente (CSAIN, sigla em inglês).

A CSAIN está sediada em Camarões e é formada por voluntários residentes da África, da Ásia, dos Estados Unidos e da Europa que trabalham para conscientizar jovens e grupos vulneráveis sobre a importância de uma agricultura alinhada com o combate à mudança do clima.

O modelo, conhecido como “Victory Gardens”, surgiu na I Guerra Mundial, quando ocorreu uma grave crise alimentar na Europa e os estadunidenses foram chamados a cultivar vegetais e frutas nos seus próprios jardins e em terras ociosas para disponibilizar mais alimentos para exportação para o continente europeu.

Atualmente, o espírito dos Victory Gardens é promovido, entre outras organizações, pela Fundação para a Construção de Comunidades Sustentáveis (FBSC, sigla em inglês). “Trata-se de um modelo comprovado ao longo de 100 anos que atende à questão da segurança alimentar e desenvolve a capacidade das pessoas de cultivar alimentos”, explicou Joan Kerr, criadora e Presidente da FBSC, baseada no Canadá.

“É um caminho para a produção de mais alimentos e de alimentos mais saudáveis, ao mesmo tempo em que nos ocupamos com a mitigação e a adaptação à mudança do clima. Queremos que as pessoas se preocupem com o valor nutricional dos seus alimentos e com a saúde do solo onde eles são cultivados. Promovemos o consumo de alimentos locais, a fim de que se estabeleçam vínculos entre as pessoas que consomem e as que produzem”, acrescentou Kerr.

Priscila Zúñiga, especialista de Cooperação Técnica Internacional do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), se referiu aos numerosos desafios a serem enfrentados pela produção de alimentos no futuro nas áreas social, ambiental e econômica. “A pobreza no setor rural é praticamente o dobro daquela das zonas urbanas da América Latina e do Caribe”, observou.

Zúñiga também enfatizou a importância de se incorporar plenamente as novas tecnologias para transformar o modo de produção dos alimentos. “As ferramentas digitais”, disse, “facilitam o acesso ao conhecimento, dão o poder da informação e servem para monitorar a produção”.

A especialista do IICA observou ainda que se deve trabalhar para reduzir o hiato digital que prejudica os moradores rurais na comparação com os que vivem em cidades. Sustentou, além disso, que a agricultura digital deve ser incorporada de maneira inclusiva “para que alcancemos modos de produção mais eficientes e ninguém seja deixado para trás”.

O IICA integra a Rede de Campeões de Cúpulas, que é constituída por um conjunto de indivíduos e organizações comprometidas com os seus objetivos, como representante dos setores agrícola e rural da América do Norte e da América Latina e do Caribe.

A Cúpula Global foi convocada pela ONU para sensibilizar a opinião pública mundial e articular compromissos e medidas globais que transformem os sistemas agroalimentares, não só para erradicar a fome, mas também para reduzir a incidência das doenças relacionadas com a alimentação e contribuir para a conservação ambiental.

Oliver Oliveros, Coordenador da Rede de Campeões da Cúpula de Sistemas Alimentares 2021, afirmou que o encontro global servirá “para reconstruir os sistemas alimentares, com ênfase no acesso a alimentos seguros e nutritivos para todos. Existe fome, embora se produza comida suficiente, e a pandemia da Covid-19 tornou os problemas mais visíveis”.

“A alimentação é uma parte fundamental das nossas vidas, pois não é apenas a satisfação de uma necessidade, mas também um elemento fundamental das nossas culturas, das nossas famílias e das nossas sociedades. Temos que nos esforçar para realizar a transformação de que o mundo necessita”, disse Oliveros.

Jane Lowicki-Zuca, Assessora para a Juventude da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), afirmou que “muitos postos de trabalho podem ser gerados pela agricultura e milhões de jovens podem capitalizar as oportunidades geradas pelos mercados agroalimentares”. Neste sentido, defendeu que os jovens sejam apoiados por organizações estatais e privadas para liderar os seus próprios empreendimentos, o que é especialmente crítico nas áreas com populações vulneráveis.

Mais informações:

Gerência de Comunicação Institucional

comunicacion.institucional@iica.int

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