Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Agricultura

A agricultura é o setor-chave para solucionar a crise ambiental, afirmou o científico Rattan Lal, Embaixador da Boa Vontade do IICA, no G20

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O IICA foi convidado pela presidência brasileira para participar das reuniões da Iniciativa Global sobre Economia do G20, que começaram este mês e cuja missão será acordar os Princípios de Alto Nível sobre Bioeconomia que serão incluídos na Declaração do Rio, a ser adotada pelos Chefes de Estado e de Governo no final do ano.

 

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Brasília, 20 de maio de 2024 (IICA) — A agricultura deve contribuir para mitigar a mudança do clima e criar soluções para os demais desafios ambientais enfrentados pelo planeta, enquanto simultaneamente garante a segurança alimentar e nutricional do planeta e contribui para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), afirmou o cientista Rattan Lal, maior autoridade mundial em ciências de solo e Embaixador da Boa Vontade do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em uma reunião do G20.

O G20, ou Grupo dos Vinte, reúne os países com as maiores economias do mundo e é o principal foro de cooperação mundial para temas econômicos, sociais e políticos. Este ano, a sua presidência é exercida pelo Brasil, um dos países do continente que o compõe, juntamente com a Argentina, o Canadá, os Estados Unidos e o México.

Por sua reconhecida liderança na transformação da agricultura para uma maior produtividade e sustentabilidade no Hemisfério Ocidental, o IICA foi convidado a participar do encontro de líderes científicos agrícolas (MACS), em Brasília.

Esse grupo de trabalho do G20 reúne ministros e altos funcionários de agricultura dos países, juntamente com organismos de cooperação técnica e pesquisa, a fim de coletar informações sobre os recursos, capacidades e infraestruturas do setor e debater o seu futuro.

 

O IICA também foi convidado pela presidência brasileira para participar das reuniões da Iniciativa Global sobre Economia do G20, que começaram este mês e cuja missão será acordar os Princípios de Alto Nível sobre Bioeconomia que serão incluídos na Declaração do Rio, a ser adotada pelos Chefes de Estado e de Governo no final do ano.

Juntamente com o professor Rattan Lal, que lidera a iniciativa Solos Vivos das Américas com o IICA, o Instituto esteve representado na reunião do MACS, em Brasília, pelo Diretor de Cooperação Técnica, Muhammad Ibrahim.

Com o apoio do Ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, o encontro foi organizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), instituição pública que há mais de 50 anos desenvolve tecnologias, conhecimentos e informações para o setor no país sul-americano e que foi decisiva no crescimento de sua produtividade.

A Presidente da EMBRAPA, Silvia Massruhá, foi uma das oradoras da reunião de líderes científicos agrícolas e observou que a ciência, a tecnologia e a inovação são imprescindíveis para garantir o desenvolvimento de práticas agrícolas sustentáveis.

Massruhá fez menção ao trabalho da EMBRAPA para promover o aumento da produtividade no Brasil nas últimas décadas, mas advertiu que “nada disso teria sido possível sem o apoio de cerca de cinco milhões de produtores rurais de todo o país”.

Também participou do encontro Deissy Martínez Barón, pesquisadora de agricultura e mudança do clima do consórcio de centros de pesquisa em segurança alimentar CGIAR e da Parceria Biodiversity-CIAT, que repassou os mais recentes avanços científicos globais para sustentar a segurança alimentar e a adaptação ao aquecimento global.

Os cientistas e funcionários presentes no encontro também fizeram uma visita de campo à Embrapa Cerrados, unidade criada para dar visibilidade ao enfrentamento diário ao desafio de se fazer uma agricultura sustentável no bioma Cerrado, epicentro do crescimento agrícola brasileiro.

 

Produzir mais com menos

Em sua apresentação, Lal observou que a atividade agropecuária deve atender as demandas de uma população mundial crescente, a qual, estima-se, atingirá 10 bilhões de pessoas em 2050, sem fazer uso de mais recursos — terra e água, fundamentalmente — além dos que são utilizados hoje.

“Devemos avançar para uma ecointensificação que consista em produzir mais com um menor uso da terra e que assegure mais alimentos por unidade de água, por unidade de fertilizantes, de pesticidas e de energia utilizados, bem como que gere menores emissões de gases de efeito estufa”, precisou.

Lal deu uma explicação detalhada das práticas que devem ser promovidas para cuidar da saúde do solo, favorecendo não só uma maior produtividade, mas uma maior eficácia no sequestro de carbono e que, assim, convertam a agricultura em uma ferramenta para a mitigação da mudança do clima.

O cientista e Prêmio Mundial da Alimentação de 2020 também anunciou no G20 o lançamento da iniciativa Solos Vivos na África, graças a um acordo entre a Parceria para uma Revolução Verde na África (AGRA) e o IICA. O programa se propõe a restaurar terras degradadas e melhorar a resiliência climática nos sistemas agroalimentares africanos, como foi feito pelo programa Solos Vivos nas Américas, que Rattan Lal e o IICA executam desde 2020.

“A fome, assim como as guerras, é uma tragédia criada pelo homem. Devemos fazer com que seja considerada politicamente intolerável, moralmente tóxica, eticamente impensável e humanamente inaceitável. Para isso, restaurar a saúde dos solos globalmente deve ser parte da solução”, afirmou.

O Diretor de Cooperação Técnica do IICA, Muhammad Ibrahim, expressou a solidariedade do organismo hemisférico de desenvolvimento agrícola com as vítimas das inundações devastadoras no estado brasileiro do Rio Grande do Sul, que evidenciam o impacto destrutivo da mudança do clima.

Ibrahim explicou que o IICA oferece a seus 34 Estados membros cooperação técnica para incentivar a inovação e a adoção de tecnologias que favoreçam a resiliência climática, além de atuar em áreas como adaptação, biotecnologia, bioeconomia, biocombustível, digitalização, sequestro de carbono nos solos, uso e gestão de água, fortalecimento de capacidades para enfrentar pragas e doenças e comércio.

“A transformação dos sistemas agroalimentares — apontou Ibrahim — precisa de um enfoque sistêmico. O IICA trabalha para apoiar os países no desenvolvimento de uma nova geração de políticas que coloque ênfase na agricultura familiar e na necessidade de apresentar informações baseadas em ciência para que a agricultura seja parte da solução à mudança do clima e se nutra de práticas que a tornem resiliente”.

Chamada: O IICA foi convidado pela presidência brasileira para participar das reuniões da Iniciativa Global sobre Economia do G20, que começaram este mês e cuja missão será acordar os Princípios de Alto Nível sobre Bioeconomia que serão incluídos na Declaração do Rio, a ser adotada pelos Chefes de Estado e de Governo no final do ano.

 

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

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