Experiências bem-sucedidas de comercialização e inserção dos produtores orgânicos da América Latina nos mercados foram compartilhadas no quarto encontro virtual organizado pela Comissão Interamericana de Agricultura Orgânica (CIAO), no âmbito do convênio assinado em março pelo IICA.
Buenos Aires, 10 de setembro de 2021 (IICA). Experiências bem-sucedidas de comercialização e inserção dos produtores orgânicos da América Latina nos mercados foram compartilhadas no quarto encontro virtual organizado pela Comissão Interamericana de Agricultura Orgânica (CIAO), no âmbito do convênio assinado em março pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), pelo município brasileiro de Santa Clara do Sul e pela região peruana de Huancavelica.
O acordo estabelece que o IICA, por meio das suas representações na Argentina, no Brasil e no Peru e da cooperação da CIAO, aporte contribuições técnicas e apoie Huancavelica e Santa Clara do Sul –que já vêm implementando programas de agricultura orgânica – na identificação de experiências de casos bem-sucedidos para serem compartilhados.
Nesta ocasião, que foi o quarto encontro realizado virtualmente desde que o convênio entrou em vigor, compartilhou-se o trabalho em agricultura orgânica que está sendo realizado na província de Catamarca, no noroeste da Argentina, e no estado de Chiapas, no sul do México.
“Definitivamente, o compartilhamento de experiências bem-sucedidas de países irmãos, todos membros de CIAO, vai impulsionar o desenvolvimento dessas iniciativas. Os desafios da produção orgânica são gigantes”, disse o presidente da CIAO, Rommel Betancourt.
“Do ponto de vista produtivo”, detalhou Betancourt ao se referir à agenda de CIAO, “se devem desenvolver ferramentas seguras para enfrentar novas pragas e doenças; do lado da comercialização, temos que garantir que os pequenos e médios produtores cheguem aos consumidores”.
“Trata-se de experiências para irmos nos motivando uns aos outros”, explicou a Secretaria Executiva da CIAO, Graciela Lacaze, ao apresentar o encontro.
Por sua vez, o Representante do IICA na Argentina, Caio Rocha, destacou a importância do encontro para se aprender o que é feito em diferentes localidades que enfrentam desafios semelhantes. Já o Representante do IICA no México, Diego Montenegro, acentuou o trabalho do Instituto “como uma ponte de transferência de conhecimentos e experiências”.
O prefeito de Santa Clara do Sul, Paulo Cézar Kohlrausch, destacou que a comercialização e o acesso pleno aos mercados é um elemento decisivo para se garantir o crescimento da produção orgânica na América Latina. Neste sentido, valorizou a importância de um processo qualificado de certificação.
“Já estamos vendo a importância desse acordo, porque observamos que estamos crescendo em conhecimento e que o intercâmbio de experiências foi positivo. Além disso, a nós, que somos um pequeno município, nos está ajudando a conhecer o nosso trabalho”, acrescentou Kohlrausch.
Maciste Alejandro Díaz Abade, governador regional de Huancavelica, também chamou a atenção para os desafios trazidos pela comercialização para os pequenos produtores. “A gente se pergunta”, disse, “quem vai comprar de nós, a quem vamos vender. Devemos facilitar os canais porque a pandemia fez a demanda de alimentos orgânicos aumentar. Aqui no Peru, todo o mundo quer produtos naturais”.
No evento, conheceu-se o caso do município catamarquense de Tinogasta, que teve a apresentação da Diretora de Produção, Ana Arévalo, e da Escola Agrotécnica da cidade, que capacita jovens locais em produção orgânica. Em seguida, falou-se das atividades da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Nacional de Catamarca na localidade de Hualfin, onde vem trabalhando desde 2016 no assessoramento e apoio aos produtores vitivinícolas.
O Ministro da Agricultura e Pecuária de Catamarca, César Tobias, explicou que a província acompanha muito de perto a produção orgânica. “Somos uma província predominantemente mineradora, mas entendemos a importância de se potencializar projetos alternativos que complementem a atividade da mineração”, assegurou Tobias.
“Com a agricultura orgânica”, acrescentou, “temos a oportunidade de entrar em um mercado em que a demanda cresce mais que a oferta, sobretudo pelo tempo que leva a obtenção de uma certificação. Acompanhamos os produtores para que melhorem a sua qualidade, manejem melhor os seus custos e tenham acesso aos canais de comercialização. Temos a vontade de fazer disso uma política de estado”.
Do lado do estado mexicano de Chiapas, foram relatadas duas das suas principais iniciativas bem-sucedidas na comercialização de produtos orgânicos. O primeiro caso foi o do Café Orgânico de Chiapas e da sua contribuição para melhorar as condições de vida dos produtores. O outro foi a apresentação da experiência de Vitalapia, iniciativa que visa a disponibilizar peixe saudável para os consumidores mexicanos.
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