Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Inocuidade dos alimentos

Argentina e IICA compartilharam com o Caribe suas experiências em certificação sanitária eletrônica, ferramenta fundamental para melhorar o comércio agrícola

Tiempo de lectura: 3 mins.

A certificação sanitária eletrônica ePhyto começou a ser utilizada pela Argentina há mais de um ano em seus intercâmbios comerciais de vegetais com o Chile e, hoje, cobre a totalidade das operações com esse país. Depois, foi aplicada ao comércio setorial com os Estados Unidos, o Sri Lanka e a Costa Rica.

ephyto
Acima: Manuel Otero, Diretor Geral do IICA; Gustavo Martínez Pandiani, Diretor da Chancelaria da Argentina na América Central, Caribe e México; e Carlos Paz, Presidente do SENASA. Abaixo: Nelson Laville, Diretor de Quarentena e Proteção Vegetal do Ministério e Pesca da Jamaica; e Leecoy Coley, consultora de exportações da Jamaica.

Buenos Aires, 24 de agosto de 2021 (IICA) — Com um seminário virtual sobre certificação sanitária eletrônica, teve início o programa de assistência técnica da Argentina e do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA) projetado para melhorar a capacidade produtiva dos países do Caribe e fortalecer sua segurança alimentar e nutricional.

Funcionários, profissionais do setor público e representantes do setor privado da Argentina, da Jamaica e de Dominica participaram da jornada, na qual foram trocadas experiências e se discutiu como aprofundar a implementação do ePhyto, versão do certificado sanitário eletrônico em formato XML que tem as mesmas informações de um documento impresso.

Trata-se do primeiro capítulo do Programa de Cooperação Sul-Sul e Triangular estabelecido pelo Memorando de Entendimento assinado em abril passado pelo Ministro das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da República Argentina, Felipe Solá, e o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.

O objetivo é compartilhar boas práticas agrícolas desenvolvidas na Argentina — importante produtor e exportador de alimentos — e detectar problemas nos quais os produtores dos países caribenhos, fortemente dependentes das importações alimentares, devem focar.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca (MAGyP) da Argentina identificou as áreas em que o país sulamericano está em condições de compartilhar seus pontos fortes com as nações do Caribe, enquanto o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) e o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (SENASA) realizaram o desenho técnico do projeto, juntamente com profissionais da Representação do IICA na Argentina, das diversas representações do Instituto nas nações caribenhas e da Coordenação da Região Caribe.

Gustavo Martínez Pandiani, Diretor da Chancelaria da Argentina na América Central, Caribe e México, ressaltou que não é a primeira vez que o país e o IICA unem esforços em um programa de cooperação com as nações do Caribe. “Há não muito tempo, trabalhamos juntos para fortalecer a produção de mel em Barbados, Dominica, Santa Lúcia e Saint Kitts e Nevis, com um projeto inovador que foi o API-Caribe”, indicou.

“Iniciamos esse novo programa — acrescentou — com humildade. O fazemos para compartilhar nossos acertos, mas também os desafios que enfrentamos. Trata-se de contar como temos trabalhado na Argentina com as realizações e as dificuldades”.

A certificação sanitária eletrônica ePhyto começou a ser utilizada pela Argentina há mais de um ano em seus intercâmbios comerciais de vegetais com o Chile e, hoje, cobre a totalidade das operações com esse país, especificou Carlos Paz, Presidente do SENASA. Desde então, outros países se somaram, como os Estados Unidos, o Sri Lanka e a Costa Rica.

“É uma ferramenta que gera benefícios nas operações comerciais, uma vez que permite uma redução de custos e de tempos, além de acelerar a liberação das mercadorias nos portos de destino. Esperamos que se estenda a outros países”, comentou Paz.

Por sua vez, Santiago Bonifacio, Diretor de Cooperação e Negociações Bilaterais do MAGyP, enfatizou as oportunidades que se abrem com essas jornadas de capacitação e de intercâmbio na geração de práticas inovadoras que fortaleçam a produção alimentar dos países.

“Esse projeto aprofunda a pegada da Cooperação Sul-Sul e Triangular. Estou convencido de que, em meio à pandemia, precisamos de mais solidariedade, de mais proximidade e de mais cooperação técnica. O IICA é uma instituição ponte cuja tarefa é vincular países e atores”, afirmou, por sua vez, Manuel Otero.

“A diferença entre as agriculturas da Argentina e do Caribe é enorme, e isso gera grandes oportunidades. A Argentina tem boas práticas. Ela pode e deve compartilhá-las com os países caribenhos, que ocasionalmente têm problemas de insegurança alimentar e são extremamente vulneráveis diante da mudança do clima”, acrescentou.

Neste sentido, o Representante do IICA no Suriname e Coordenador da Região do Caribe do organismo, Curt Delice, advertiu que um dos maiores obstáculos que existe na sub-região para aumentar a produção e a exportação é a sanidade agropecuária e a inocuidade de alimentos, destacando a necessidade de aprofundar a Cooperação Sul-Sul.

O seminário se dividiu em dois blocos. No primeiro, técnicos da Argentina, da Jamaica e de Dominica contaram os avanços que estão ocorrendo em seus países na implementação do ePhyto. Na segunda parte, representantes do setor privado fizeram um relato de suas próprias experiências com a certificação eletrônica.

Rodrigo Abad, Inspetor Certificante do SENASA, revelou que, na Argentina, já foram emitidas mais de 31.000 certificações eletrônicas para exportações e importações, o que é um número importante, pois o país costuma ter um total de cerca de 150.000 certificados anuais. Atualmente, estão ocorrendo testes para adicionar o Paraguai e o Peru.

Damian Rowe, Inspetor de Quarentena Vegetal do Ministério de Indústria, Comércio, Agricultura e Pesca da Jamaica, agradeceu a tarefa do IICA para ajudar os países do Caribe nos temas de sanidade vegetal e de inocuidade dos alimentos, destacando que seu país já utiliza o ePhyto em parte de suas transações alimentares com os Estados Unidos e que pretende avançar para a totalidade. “Temos aprendido que a certificação eletrônica gera grandes benefícios”, disse.

Nelson Laville, Diretor de Quarentena e Proteção Vegetal do Ministério e Pesca da Jamaica, destacou que seu país exporta vegetais significativamente para outras ilhas do Caribe, mas também para a União Europeia e os Estados Unidos. Acrescentou que as importações alimentares de Dominica normalmente passam por Estados e contou que, devido às restrições impostas pela pandemia, a certificação eletrônica foi implementada de maneira rápida em 2020, e a experiência foi bem-sucedida. “Entendemos a sua relevância não só para não usar papel, mas também como uma ferramenta de gestão de risco”, afirmou.

María Marta Rebizo, da Câmara da Indústria de Azeite da República Argentina — Centro Exportadores de Cereais (CIARA-CEC), assegurou que a experiência com a certificação eletrônica foi positiva e defendeu que seja adotada por mais países. “A ferramenta tem funcionado muito bem. Economiza tempo e trâmites”, sustentou.

Por sua vez, a consultora de exportações da Jamaica Leecoy Coley, sediada em Montego Bay, revelou que adotou a certificação fitossanitária eletrônica em janeiro passado e teve excelentes resultados. “Sei que é difícil abordar mudanças — disse —, especialmente na área de tecnologia. Mas essa certificação traz muitos benefícios”.

 

Mais informações:

Gerência de Comunicação Institucional

comunicacion.institucional@iica.int

 

Compartilhar

Notícias relacionadas

Lima, Perú

December 13, 2024

Funcionários de países membros da CAN fortalecem capacidades relacionadas ao comércio agroalimentar com apoio do IICA

A atividade, realizada na Sede da Secretaria Geral da Comunidade Andina de Nações, em Lima, teve como objetivo analisar os principais mecanismos e instrumentos que favorecem o comércio internacional agroalimentar e a integração econômica regional na CAN, como um meio para alcançar uma participação mais efetiva em foros internacionais e ações conjuntas para fortalecer os sistemas agroalimentares e facilitar o acesso a mercados regionais e internacionais.

Tiempo de lectura: 3mins

San José, Costa Rica

December 10, 2024

A produção global de biocombustíveis líquidos cresceu 50% em uma década, liderada pelos EUA e pelo Brasil e tendo a Argentina e o Canadá como outros grandes atores, revela nova edição do Atlas do IICA

A nova edição do Atlas centra-se em biocombustíveis como bioetanol, biodiesel e combustíveis sustentáveis de aviação, a partir de fontes bibliográficas complementadas com dados estatísticos sobre matérias-primas, tendências de produção e políticas regulatórias.

Tiempo de lectura: 3mins

San José, Costa Rica

December 11, 2024

Alunos de Limón, Costa Rica, ganham segunda edição do Desafio Minecraft Education para a Agricultura organizado pela Microsoft e pelo IICA

No desafio, os alunos receberam no vídeo game Minecraft um desenho inicial, caracterizado por um mundo com problemas de seca, erosão de solos, deslizamentos, contaminação de água, escassez de árvores e animais, entre outras situações devastadoras.

Tiempo de lectura: 3mins