O anúncio foi realizado no âmbito do evento “Argentina e o desenvolvimento de capacidades na América Central”, organizado em conjunto pelo Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE) e o governo do país sul-americano, pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da Nação.
Buenos Aires, 22 de novembro de 2021 (IICA). A Argentina reforçará seus laços de cooperação com as nações da América Central, promovendo uma agenda focada no apoio à produção agroalimentar sustentável e à mitigação de prementes problemas sociais, informaram altos funcionários de governos e organismos financeiros internacionais.
O anúncio foi realizado no âmbito do evento “Argentina e o desenvolvimento de capacidades na América Central”, organizado em conjunto pelo Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE) e o governo do país sul-americano, pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da Nação.
“Em um mundo onde se constroem muros de isolamento, temos a obrigação de fazer o extremo oposto: construir pontes de solidariedade, fraternidade e cooperação. Precisamos fomentar o arraigamento de nossas populações, uma vez que estamos frente a drásticos fenômenos migratórios. O desafio é gerar oportunidades via projetos produtivos”, disse o Secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da Nação Argentina, Gustavo Béliz.
“Existe uma agenda de cooperação em agricultura 4.0, boas práticas de uso de solo, biotecnologia e cuidado dos recursos naturais que é importante aprofundar. Não podemos nos demorar mais, pois há uma grande demanda de atender temas socialmente prementes”, acrescentou o funcionário, que revelou que a Argentina concederá 100 bolsas de estudo de Doutorado para que cidadãos de países da América Central viajem para se formar em temas agroalimentares.
O BCIE, instituição financeira multilateral de desenvolvimento, com caráter internacional, tem como um de seus parceiros extrarregionais a Argentina, e este ano efetivamente aprovou um programa de financiamento para a recuperação da atividade produtiva nas zonas rurais, castigadas pela pandemia de Covid-19.
A Argentina, por sua vez, é uma potência na produção agroalimentar que já tem enviado missões técnicas para a América Central e transferido conhecimentos em boas práticas agrícolas para contribuir para a segurança alimentar dessa região.
Além de Béliz, participaram do encontro: o Presidente do BCIE, Dante Mossi; a Vice-presidente da Costa Rica, Epsy Campbell; o Ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, Julián Domínguez; o Ministro da Agricultura, Pecuária e Alimentação da Guatemala, José Angel López; a Secretária de Relações Econômicas Internacionais da Argentina, Cecilia Todesca; o Diretor Executivo do Organismo Internacional Regional de Sanidade Agropecuária (OIRSA), Efraín Medina Guerra; a Presidente do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) da Argentina, Susana Mirassou; e o Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero; além de representantes do corpo diplomático e de organismos regionais e sub-regionais, bem como autoridades de câmaras de produtores do setor agropecuário e da cadeia de valor agroalimentar da Argentina e de países centro-americanos.
Por sua vez, o presidente do BCIE anunciou que a entidade financeira multilateral planeja abrir um escritório em Buenos Aires.
“Muito pode ser aprendido com a Argentina, que tem singrado um longo caminho em temas como educação e campanhas de vacinação em zonas rurais. Geramos muito conhecimento. Temos o interesse de ampliar a cooperação”, disse Dante Mossi.
Mossi acrescentou que a colaboração da Argentina oferece aos países centro-americanos “uma enorme oportunidade de alimentar melhor a nossos povos, graças à tecnologia e à inovação. Os campos e os agricultores argentinos são maravilhosos, uma vez que têm inovado para produzir mais e melhores alimentos”.
O Ministro da Agricultura da Guatemala também destacou a potência da agricultura do país sul-americano. “Nos últimos 25 anos — disse José Angel López — a Argentina foi o epicentro de uma verdadeira revolução agrícola em termos de genética, biotecnologia, maquinaria agrícola, agricultura de precisão e digital. O país se transformou em referência mundial para a produção de grãos, como também em redução de erosão e conservação de solos”.
“Queremos replicar esse modelo na América Central para dispor de mais alimentos, sem deteriorar os recursos naturais, como donos de um território vulnerável aos efeitos da mudança do clima. Argentina é um aliado estratégico muito importante”, concluiu o ministro.
Seu colega argentino, Julián Domínguez, destacou as realizações da Argentina em termos de biotecnologia e sua contribuição positiva para enfrentar os efeitos da mudança do clima e reduzir o impacto ambiental da produção agrícola em geral.
Domínguez também valorizou a cooperação com a América Central e considerou que, “quando são promovidos convênios de cooperação com outras regiões, é muito mais o que se aprende do que o que se pode transferir”.
A Argentina está disposta a aportar aos países centro-americanos seus conhecimentos e experiência em temas como agricultura de precisão, pecuária inteligente e diversas formas de acesso à água, com atenção a aspectos de mitigação e adaptação à mudança do clima e ênfase na agenda de gênero e juventude, explicou a Presidente do INTA, Susana Mirassou.
O comércio entre a Argentina e os países centro-americanos é atualmente de cerca de 1 bilhão de dólares por ano, indicou a funcionária da chancelaria argentina, Cecilia Todesca, que considerou que se trata de um número baixo, e que deve crescer.
“Há grandes oportunidades. Se desenvolvermos projetos sustentáveis nos âmbitos econômico, social e ambiental, poderemos proporcionar um maior bem-estar aos nossos povos”, resumiu. No encontro, Pablo Sívori, Subsecretário de Promoção de Comércio e Investimento da chancelaria argentina valorizou a colaboração público-privada, apresentou casos destacados de empresas argentinas e ressaltou a experiência aportada pelo IICA para identificar desafios e oportunidades.
A América Central é uma região muito importante para o IICA, que tem quase 90 profissionais trabalhando em seus países e um portfólio de projetos da ordem de 75 milhões de dólares, com recursos próprios e externos, explicou o Diretor Geral do Instituto.
Manuel Otero considerou que a vulnerabilidade climática e a insegurança alimentar são, na América Central, dois temas fundamentais que se retroalimentam. Especificou também que os países dessa região somam quase 60 milhões de habitantes, dos quais, 22 milhões vivem em zonas rurais e 2,4 milhões são agricultores familiares.
“Preocupa-nos a situação do Corredor Seco centro-americano. Ali, em El Salvador, Honduras e Nicarágua, há mais de 10 milhões de pessoas com problemas muito sérios de vulnerabilidade. A agricultura da América Central é um gigante adormecido. Por isso, é muito importante a cooperação Sul-Sul e a ponte com a Argentina, que conta com um grande estoque de tecnologia e conhecimentos que poderiam contribuir para transformar a realidade da agricultura e a realidade centro-americana”.
Por sua vez, Alfredo Paseyro, Gerente Geral da Asociación de Semilleros Argentinos (ASA), mencionou o potencial da contribuição que a Argentina pode fazer aos países centro-americanos na melhoria de sementes e destacou o papel do IICA e de seu Diretor Geral na articulação do trabalho conjunto.
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