A representação local do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) publicou o livro “Bioeconomia: uma estratégia de desenvolvimento para a Argentina do Século XXI”.
São José, 15 de dezembro de 2020 (IICA) – Uma grande oportunidade para superar o dilema entre desenvolvimento e proteção do meio ambiente e ingressar em um caminho de crescimento econômico com aproveitamento eficiente e sustentável de seus recursos naturais.
Assim o livro “Bioeconomia: uma estratégia de desenvolvimento para a Argentina do Século XXI” apresenta uma proposta inovadora para impulsionar o desenvolvimento rural sustentável no país e que o próprio Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) promove em toda a América Latina e o Caribe.
Os autores do livro são Jeremías Lachman, Roberto Bisang, Edith S. de Obschatko e Eduardo Trigo. A publicação tem como subtítulo Promovendo à bioeconomia como modelo de desenvolvimento sustentável: entre as políticas públicas e as estratégias privadas.
Na verdade, a publicação é, de fato, um estudo detalhado de uma dezena de experiências empresariais bem-sucedidas em bioeconomia desenvolvidas nos últimos anos na Argentina indicando o caminho para um novo modelo produtivo que reduza a utilização de combustíveis fósseis e, assim, as emissões de GEE, que recicle e aproveite resíduos e dejetos e gere bioprodutos de múltiplos usos.
Dessa maneira, a publicação apela para um crescimento comprometido com os desafios globais do combate à mudança do clima que, ao mesmo tempo, permita à Argentina sair de uma estagnação econômica que não corresponde a seus recursos naturais nem à qualidade educacional a qual grande parte de sua população ascendeu.
Que é bioeconomia?
A bioeconomia se baseia na captura de energia livre, sua transformação em biomassa e posterior industrialização integral de todos os produtos, subprodutos e dejetos, com especial cuidado pelo ambiente.
Pode ser definido como um modelo de industrialização biológica, que permite diversificar o padrão de exportações de produtos primários e commodities agroindustriais, incorporando exportações de alto valor agregado e comprovada sustentabilidade.
A definição ampla de bioeconomia inclui todos os produtos que utilizem a biomassa e a biotecnologia como insumos.
Sustentada no uso de energias renováveis e no desenvolvimento de materiais naturais, já está sendo instrumentada com êxito em países desenvolvidos. Na Argentina, a combinação de recursos naturais com o conhecimento biológico disponível oferece um grande potencial para que a bioeconomia seja a alavanca do desenvolvimento nas próximas décadas.
A transformação já está em andamento
A bioeconomia está desempenhando atualmente um papel relevante no cenário argentino, pois o setor empresário a incorporou, pelo acréscimo de novas atividades às tradicionais produções agropecuárias
Até o momento, os biocombustíveis — que já estão realizando uma valiosa contribuição para a geração de uma matriz elétrica menos dependente dos combustíveis fósseis — constituem o desenvolvimento de maior destaque.
No entanto, os exemplos positivos disponíveis não se terminam aí. Nesse sentido, o livro apresenta diversos casos de produtores agropecuários, empresas agroindustriais de base biotecnológica e também de novos empreendimentos de base inteiramente bioeconômica na Argentina.
São apresentados também alguns casos de biotecnologia, setor de grande desenvolvimento e potencial no país e no qual há avanços de muito destaque no âmbito internacional.
Outros exemplos cobrem uma ampla gama de atividades, como a transformação de resíduos de processos industriais em subprodutos com valor econômico, o uso do bagaço de cana-de-açúcar ou da casca de amendoim para a geração de energia elétrica ou a conversão de efluentes avícolas gordurosos e não gordurosos em biogás.
Segundo as estimativas disponíveis, a bioeconomia gerou 86.695 milhões de dólares em 2017; ou seja, 16,1% do PBI da economia argentina. Desse total, 85% corresponde à produção de valor agregado da biomassa e à industrialização de bioprodutos; e 15% aos serviços associados de comércio e transporte.
Para se consolidar definitivamente, esse processo de crescimento da bioeconomia, que até agora foi liderado pela iniciativa empresarial, precisa de um papel ativo do Estado na elaboração de políticas públicas que facilitem a transformação daquilo que hoje são “nichos” em novas normas para a tomada de decisões de investimento e consumo na economia.
Globalmente, e de maneira acelerada, a bioeconomia se consolida como alternativa para enfrentar dois dos maiores desafios contemporâneos: o de atender às demandas crescentes de alimentos, fibras e energia de uma população mundial que superará os dez bilhões de pessoas antes do final do século XXI; e o de reverter ou mitigar os impactos negativos sobre o meio ambiente e os recursos naturais gerados pelos atuais padrões de organização econômica.
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