Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Agricultura Seguridade alimentária e nutricional

Brasil e Argentina têm oportunidade de ser atores decisivos da segurança alimentar global, disseram funcionários e especialistas em painel com participação do IICA

Tiempo de lectura: 3 mins.

O encontro fez parte da Agritalks, uma série de conferências que a Chancelaria do Brasil vem realizando em diferentes embaixadas pelo mundo com o objetivo de promover as boas práticas do setor agropecuário e discutir suas perspectivas perante a crescente demanda mundial por alimentos saudáveis, nutritivos e produzidos de maneira sustentável.

Marcos Jank, del Centro Brasileño de Relaciones Internacionales (CEBRI); Ariel Martínez; Subsecretario de Coordinación Política de la Secretaría de Agricultura de Argentina; y Fernando Camargo; Representante del IICA en la Argentina, durante el encuentro que formó parte de los Agritalks.

Buenos Aires, 14 de dezembro de 2022 (IICA) — Argentina e Brasil, dois dos principais exportadores de alimentos do mundo, têm uma enorme oportunidade para seu desenvolvimento econômico e social por meio do setor agropecuário e estão destinados a ser atores chave da segurança alimentar global, afirmaram figuras de destaque no âmbito público e privado, em um evento de alto nível organizado pela Embaixada do Brasil em Buenos Aires, que contou com a participação do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

O encontro fez parte da Agritalks, uma série de conferências que a Chancelaria do Brasil vem realizando em diferentes embaixadas pelo mundo com o objetivo de promover as boas práticas do setor agropecuário e discutir suas perspectivas perante a crescente demanda mundial por alimentos saudáveis, nutritivos e produzidos de maneira sustentável.

O Secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, Juan José Bahillo; com o Embaixador brasileiro na Argentina, Reinaldo Salgado; e o Representante do IICA na Argentina, Fernando Camargo, participaram da abertura e do encerramento do encontro.

“A Argentina e o Brasil são dois países que têm um destino em comum. O Brasil é o nosso principal parceiro estratégico em comércio exterior, e temos desafios semelhantes para potencializar as nossas cadeias agroalimentares. Nos últimos tempos, tivemos que incorporar novos paradigmas devido à pandemia, que pôs à prova a capacidade de produzir alimentos nessa região do mundo, e pelo conflito bélico na Europa, que acrescentou volatilidade e instabilidade aos mercados”, disse Bahillo.

O secretário enfatizou a necessidade de que os dois países, e que toda a região, trabalhem em conjunto. “Temos alta produtividade — destacou — com um baixo impacto ambiental e, juntos, fornecemos um grande percentual da proteína animal consumida no planeta. Nossa produção faz parte da solução ao drama de existirem 800 milhões de pessoas com fome no mundo e 3,5 bilhões com uma dieta inadequada, sob o ponto de vista nutricional”.

Bahillo também afirmou que os países da América Latina não foram os principais responsáveis pela mudança do clima, e hoje são suas vítimas: “Estamos sofrendo as consequências de outros modelos produtivos”.

Por sua vez, o embaixador Salgado destacou que as relações entre o Brasil e a Argentina são marcadas pela interdependência de seus setores produtivos e pela estreita cooperação em setores estratégicos, como ciência, tecnologia e inovação.

“A relação é essencial e estratégica; atendendo aos interesses permanentes dos dois países. Na área agrícola, possuem um comércio bilateral de 5,3 bilhões de dólares anuais”, acrescentou Salgado, que considerou que o atual cenário de crise em diversos países gera novos desafios e oportunidades para nações como a Argentina e o Brasil, que devem promover a sustentabilidade e fomentar uma estreita colaboração entre governos e produtores.

Fernando Camargo afirmou que sustentabilidade e inovação são “os dois conceitos chaves que nos mostram o caminho a seguir e o futuro do setor agropecuário na Argentina, no Brasil e no restante da região”, e destacou que esse tipo de conferências oferece ferramentas para confrontar os desafios enfrentados pela produção alimentar em um contexto de crise e contribui para a busca de soluções.

A resiliência da agricultura na região

Também participou da atividade o Subsecretário de Coordenação Política da Secretaria de Agricultura da Argentina, Ariel Martínez, que lembrou que, quando começou a pandemia, existiam sérias dúvidas sobre a capacidade dos países latino-americanos para garantir a segurança alimentar de suas próprias populações e continuar exportando.

“A produção de toda a região demonstrou uma grande resiliência em um momento de forte crise global. Por isso dizemos que nossos sistemas podem ser melhorados, mas não transformados, pois demonstraram que podem dar respostas”, disse Martínez.

O funcionário disse que os países da região, com um significativo apoio do IICA, estão conseguindo reverter uma narrativa sobre a produção de alimentos na América Latina e no Caribe que era altamente negativa.

“Nossos países — afirmou — não negam o problema da mudança do clima; nossos países o padecem. O que nos preocupa é que somemos outro problema à mudança do clima, que seria a insegurança alimentar, por tratar de transformar sistemas agroalimentares que se mostraram produtivos e sustentáveis”.

Marcos Jank, do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), enfatizou a necessidade de garantir que não existam obstáculos injustificados para o comércio internacional de alimentos. “O mundo — disse — quer segurança alimentar, sustentabilidade ambiental, sanidade humana, animal e vegetal, além de alta qualidade nutricional; isso não pode ser alcançado com mercados fechados, mas abertos”.

Jank considerou que os últimos 30 meses foram certamente os mais desafiadores da história para os sistemas agroalimentares, devido à pandemia de Covid-19 e o impacto da guerra no Leste Europeu, com suas sequelas no aumento de preços e na redução de estoques. “Apesar de tudo isso, neste ano o Brasil exportará produtos agropecuários a um valor 50% mais alto do que em 2020. Em temas de agricultura vemos uma oportunidade como nunca antes. E temos certeza de que todas essas dificuldades vivenciadas no mundo serão resolvidas com mais comércio”, concluiu.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

 

Compartilhar

Notícias relacionadas

San José

January 30, 2025

IICA une esforços com Endeavor, a rede de empreendedores com o maior impacto mundial, para potencializar o desenvolvimento de agtechs nas Américas

A parceria será materializada por um programa de capacitação chamado Agtech Accelerator, que beneficiará startups dedicadas a fornecer soluções tecnológicas que promovem a produtividade e a sustentabilidade da agricultura.

Tiempo de lectura: 3mins

Brasilia, Brasil

January 22, 2025

Os países produtores de proteína animal devem financiar adequadamente seus serviços públicos veterinários para não colocar em risco suas exportações, advertiu o especialista da Universidade de Iowa, James Roth

O especialista afirmou que o continente tem hoje uma boa situação fitossanitária nos principais países produtores e exportadores de proteína animal, mas deve estar preparado para responder a eventuais surtos de doenças e oferecer confiança a seus parceiros comerciais.

Tiempo de lectura: 3mins

Berlín, Alemania

January 20, 2025

Ministros de Agricultura de 63 países se comprometem a potencializar a agenda da bioeconomia como motor global de desenvolvimento sustentável, durante fórum na Alemanha com participação do Diretor Geral do IICA

O Fórum Global para Alimentação e Agricultura (GFFA) foi organizado pelo Governo alemão e serviu também para dar um sinal do forte compromisso político dos governos com os objetivos do Acordo de Paris sobre a Mudança Climática e a Convenção sobre a Diversidade Biológica.

Tiempo de lectura: 3mins