Elsa Murano, ex-subsecretária de Agricultura e Segurança Alimentar dos EUA, e Juan Restrepo, Diretor Geral da Alianza Bioversity Internacional-CIAT, analisaram que se requer cadeias de valor para garantir a segurança alimentar nas Américas.
San José, 20 de maio de 2020 (IICA). Ampliar o uso da biotecnologia na produção de alimentos, fornecer acesso a variedades de sementes melhoradas aos produtores, dotar de conectividade as zonas rurais e aumentar o investimento em pesquisa e desenvolvimento serão fundamentais para fortalecer as cadeias de valor agropecuárias após a Covid-19.
Assim afirmaram a ex-subsecretária de Agricultura e Segurança Alimentar dos Estados Unidos Elsa Murano, e o Diretor Geral da Alianza Bioversity International-Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), Juan Restrepo, no mais recente webinário organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Murano e Restrepo elucidaram as inovações tecnológicas que se requerem ou já estão disponíveis para dar resposta aos desafios que a agricultura das Américas terá no pós-pandemia .
“Antes da Covid-19 temos tido desigualdades de tecnologia na região. Se requererão ferramentas digitais para reabilitar os canais comerciais, tecnologias que melhorem a eficiência de produção de alimentos para aproveitar os produtos agrícolas e seus excedentes, e outras que assegurem a sanidade, a inocuidade, a qualidade e a rastreabilidade”, comentou Murano, atual diretora do Instituto de Agricultura Internacional Norman E. Borlaug, da Universidade Texas A&M.
Por sua parte, Restrepo recomendou aos países das Américas que as políticas agrícolas contem com um forte enfoque nos consumidores. Após a pandemia, explicou, será vital promover sistemas agroalimentares mais diversos, sementes melhoradas e sua normativa regulatória, e maior digitalização e extensionismo.
“A melhor maneira de trabalhar para o produtor é focar no consumidor, teremos que entender sua dieta como um ponto central e a qualidade nutricional do que chega ao seu prato, em termos de diversidade e dos limites planetários”, manifestou o diretor geral da Alianza Bioversity International-CIAT.
Segundo se abordou no seminário, disponível em www.iica.int, a digitalização servirá para o desenvolvimento de pesquisa a mais baixo custo, ao permitir trabalhar com ciência cidadã e experimentar diretamente em campo, com dezenas de variedades e milhares de produtores interagindo em tempo real.
Murano e Restrepo enfatizaram que a atual emergência sanitária “está se convertendo em uma crise alimentar”, o que deve levar os governos das Américas a dar o reconhecimento e a transcendência necessária ao setor agrícola.
O próximo seminário deste ciclo organizado pelo IICA será na quinta-feira, 21 de maio, às 4h p.m. (horário da Costa Rica, 19h no horário de Brasília), cujo tema central serão os efeitos sobre o comércio internacional e as regulações sanitárias no pós-Covid-19.
Será transmitido da Sala Virtual de Videoconferências do Instituto e pelas contas oficiais do IICA no Facebook, YouTube e Instagram.
As exposições dos seminários já realizados estão disponíveis para comentários e discussão no blog do IICA “Semeando hoje a agricultura do futuro”: https://blog.iica.int/.
Próximos seminários:
Efeitos sobre o comércio internacional e as regulações sanitárias no pós-Covid-19 | quinta 21 de maio
Transmissão por FB Live, Youtube e pela sala virtual do IICA: 4h p.m. horário da Costa Rica.
Cassio Luiselli, Ex-assessor do Presidente da República do México no tema desenvolvimento agropecuário.
Anabel González, Ex-ministra de Comércio Exterior da Costa Rica.
Abastecimento, agricultura familiar e circuitos curtos no pós-Covid-19 | terça, 26 de maio
Transmissão por FB Live, Youtube e sala virtual do IICA: 4h p. m. horário da Costa Rica.
O pós-Covid-19 da perspectiva dos países do Caribe | quinta, 28 de maio
Transmissão por FB Live, Youtube e sala virtual do IICA: 4h p.m. horário da Costa Rica.
Mais informação:
Federico Villarreal, Diretor de Cooperação Técnica do IICA.
federico.villarreal@iica.int