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Chile aposta em reforçar a agricultura familiar e camponesa: irrigação e tecnificação são prioridades — afirma ministro do novo governo

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O novo Ministro da Agricultura do país sul-americano, Esteban Valenzuela, deu detalhes dos objetivos estabelecidos para a sua gestão em uma entrevista para o programa AgroAmerica, transmitido pelo canal de TV Agro Mais, do Brasil.

El ministro de Agricultura de Chile, Esteban Valenzuela, resaltó que una de las prioridades del nuevo gobierno en materia agrícola será lograr que el sistema productivo sea más sustentable, en medio de una sequía que afecta al país desde hace 13 años.

São José/Brasília, 20 de abril de 2022 (IICA). O Chile se propõe a diversificar sua matriz de produção agropecuária pelo acompanhamento e a promoção da agricultura familiar e camponesa, focando em assegurar a segurança alimentar e hídrica, bem como a sustentabilidade.
 
Assim disse o novo Ministro da Agricultura do país sul-americano, Esteban Valenzuela, que deu detalhes dos objetivos estabelecidos para a sua gestão em uma entrevista para o programa AgroAmerica, transmitido pelo canal de TV Agro Mais, do Brasil.
 
“Vamos fortalecer os produtores de verduras e hortaliças. Assim como os de queijo e de mel. Consideramos que essas produções são essenciais e, ao mesmo tempo, complementares ao setor agroexportador, que teve um apoio significativo do Estado e que está voando alto”, disse Valenzuela, que foi eleito para dirigir a pasta de Agricultura pelo jovem Presidente Gabriel Boric, que assumiu no dia 11 de março.
 
Valenzuela enumerou quais serão as prioridades do novo governo, em termos agrícolas. Uma delas é que o sistema produtivo seja mais sustentável, em meio a uma seca que afeta o país há 13 anos.
 
Também se buscará ampliar a soberania e a segurança alimentar, reforçando a capacidade de produção pecuária, leiteira e de cereais, o que inclui trabalhar por uma alimentação mais saudável.
 
O terceiro eixo será a justiça territorial, pela qual se tentará gerar equidade e valorização do mundo rural, que tem hiatos de conectividade, de qualidade educacional, de tecnologias e de transporte em comparação com as áreas urbanas.
 
“Oitenta por cento da população chilena vive na zona central e ao sul. Trata-se de um vale estreito, que padece de alta contaminação. Para enfrentar o problema da água, há mais de duas décadas estão sendo feitos investimentos em tecnificação e irrigação. Mas isso não chegou à pequena agricultura familiar camponesa nem aos produtores de cereais. O governo focará nos setores que estão mais atrasados, sob o ponto de vista da irrigação”, anunciou Valenzuela, que tem Mestrado em Ciências Políticas e Doutorado em História Contemporânea.
 
O ministro explicou que, de qualquer forma, a situação mais grave devido à seca ocorre do centro para o norte do país: “Ali, muitos povos ficaram sem água potável, que precisa ser transportada de outros lugares. No entanto, há produções de árvores frutíferas que consomem muita água, de modo que precisamos ser mais eficientes e solidários. O setor agrícola consome hoje 78% da água do Chile, e a ideia é baixar para 60% até 2030, forçando a recuperação de caudais ecológicos que assegurem a água potável para as comunidades”.
 
No Chile atualmente está em sessão uma Convenção encarregada de redigir uma nova Constituição, e Valenzuela antecipou que se espera que, por meio dela, seja assegurada uma gestão responsável da água como um bem público e um direito humano, bem como que o país seja reconhecido como plurinacional, com o reconhecimento dos povos originários.
 
“A maioria das comunidades indígenas é mapuche. No último censo, 10% da população chilena se declarou mapuche, e metade vive em Wallmapu, no centro-sul do país. As mudanças já começaram: por exemplo, na região de Araucanía, uma das incluídas em Wallmapu, o encarregado pela agricultura é do povo mapuche. Buscamos elaborar planos de desenvolvimento territorial indígena usando a própria sabedoria ancestral. Vamos criar uma academia cooperativa de artesãos para resgatar e valorizar as práticas agrícolas, agropecuárias e de gestão de florestas dos mapuches”, disse.
 
O ministro valorizou muito especialmente os espaços de articulação de políticas e programas que o Chile tem com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que definiu como uma instituição “com a qual historicamente temos aprendido e que tem contribuído conosco”.
 
Valenzuela enumerou diversos dos projetos em que o IICA vem trabalhando no Chile, como um que visa otimizar o uso da água no norte do país pelo uso de jarros de argila, o cultivo de uma variedade de arroz de menor exigência hídrica e a produção de azeite de oliva por comunidades mapuches na Araucanía. “São empreendimentos que não são para as comunidades, mas com as comunidades”, avaliou.
 
Finalmente, o ministro ressaltou a parceria do governo do Chile com o setor ambientalista, bem como a vontade de atrair os jovens para o setor agropecuário.
 
“Queremos que todo o Chile seja agricultor e verde. Se não é verde e não é sustentável, não é a verdadeira agricultura, mas depredação. Há um movimento agroecológico em todas as regiões que promove uma maior produtividade pelo uso de fertilizantes naturais. Isso requer mais cooperação com o setor agroindustrial para moderar certas práticas que não são corretas”, afirmou.
 
Neste sentido, ressaltou que um caminho positivo já começou a ser percorrido: “De modo bastante rápido, a pecuária tem introduzido boas práticas de redução de metano no sul do país. A indústria florestal começou a usar biomassa com altos padrões de qualidade para diminuir suas emissões de gases de efeito estufa.  O Chile já começou a se mover adequadamente por um caminho que intensificaremos nesses quatro anos. A agricultura não é só a produção, mas também a comunidade, em um contexto digno, equitativo e saudável que devemos saber construir”.
 
Agro América é um programa do canal brasileiro de TV Agro Mais, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, e fruto de uma parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). A transmissão apresenta a atualidade do setor agropecuário e da ruralidade nos países membros do IICA, com o objetivo de promover a troca de experiências e uma discussão sobre os desafios e as oportunidades da América Latina e do Caribe na área de desenvolvimento agropecuário e rural.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

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